Com história marcada por união e trabalho, o distrito investe em dias melhores
Luca Araújo
O distrito do Bananal recebeu esse nome por causa da “banana-brava”, planta típica da região que crescia às margens do ribeirão local. O mesmo nome batizou o rio e, mais tarde, passou a identificar a região. Antes disso, a área era uma propriedade rural de Tomaz e Antônio Bandeira Lima.
Após o falecimento dos dois, o espaço foi se transformando em uma pequena comunidade que, com o tempo, cresceu até se tornar o distrito que hoje conhecemos. “Eu já nasci aqui, me criei aqui e até hoje tô aqui”, afirma dona Neci Silva Bandeira, neta de Tomaz.

Segundo o Comitê Pró Emancipação, o Bananal foi fundado em 1917 e teve início como uma propriedade chamada “Fazenda Corrente”. Com o tempo, a própria família loteou parte das terras entre os descendentes e vendeu algumas delas, dando forma à região.
Com o avanço do loteamento, outras famílias começaram a se instalar, o que impulsionou o crescimento desordenado do Bananal. Em 1970, chegou à comunidade, por meio da Prefeitura de Imperatriz, a escola hoje conhecida como Santa Rita. Mais tarde, na gestão de Ribamar Fiquene (1983 – 1988), foram construídos tanto o poço utilizado pelos moradores quanto a Escola Francisco Fiim. “Aquele poço artesiano fui eu que fui atrás do doutor Fiquene pra cavar”, relata Neci.

Já em 1996, o Bananal deixou de pertencer a Imperatriz e passou a integrar o recém-emancipado município de Governador Edison Lobão, criado em 1994, hoje chamado de Ribeirãozinho. Esse período foi marcante para os moradores. Sob a liderança de Ney Bandeira, o distrito começou a receber melhorias importantes, como o primeiro posto de saúde e policial, calçamento com bloquetes e rede de abastecimento de água.
A eletricidade chegou um pouco antes, em um episódio curioso. “O [prefeito] Carlos Amorim que botou essa energia. Teve um show do Roberto Carlos, e foi desse tempo pra cá que começaram, colocaram aqui [a energia]”, comenta, referindo-se à gestão do prefeito, que ocorreu entre os anos de 1977 e 1982.
A comunicação, por sua vez, era feita por meio de um posto telefônico, já que os tradicionais “orelhões” ainda não haviam chegado. “Pagava as pessoas pra… era gorjeta, né? A pessoa vinha chamar”, relembra Ivone.
Crescimento
Com o tempo, o Bananal passou a receber algumas indústrias, como a fábrica da Indaiá e o centro de distribuição do supermercado Mateus, o que trouxe novos empregos para a população. Esse crescimento atraiu mais moradores e fez com que a prefeitura construísse uma escola de ensino integral, a Márcia Silva, e projetasse um posto de saúde avançado para atender à demanda crescente.

Atualmente, o distrito sonha com uma nova tentativa de emancipação. A primeira, durante o governo Dilma Rousseff (2011 – 2016), não teve sucesso. A comunidade, porém, continua acreditando que tornar-se município pode significar melhores condições de vida para sua população.
Esta matéria faz parte do projeto da disciplina de Redação Jornalística do curso de Jornalismo da UFMA de Imperatriz, desenvolvido em parceria com a disciplina Laboratório de Produção de Texto I (LPT), chamado “Meu canto tem histórias”. Os alunos e alunas foram incentivados a procurar ideias para matérias jornalísticas em seus próprios bairros, em Imperatriz, ou cidades de origem. Essa é a primeira publicação oficial e individual de todas, todos e todes.