Vendedores de comida de rua no calçadão valorizam higiene

Renata Rodrigues

As comidas e bebidas vendidas nas vias públicas se estabeleceram como opções rápidas e baratas para os consumidores e oportunidades lucrativas de empreendimento. No calçadão de Imperatriz, os ambulantes aproveitam o fluxo de pessoas para vender, mas o risco de contaminação dos alimentos aumenta em ambientes abertos e os consumidores ficam atentos à higiene na hora de escolher onde comprar.

Com uma bancada limpa e organizada, a vendedora de açaí, Maria Mendes, usa touca e avental, empurrando seu carrinho pelo calçadão com uma caixa térmica para manter os alimentos frios. Maria vende em torno de 70 a 100 copos de açaí por dia e a higiene é a prioridade. “Busco deixar tudo organizado, o máximo de limpeza possível, mesmo a gente estando numa área externa, onde passa muita gente e tem os pombos. A gente tem que procurar sempre ter a higiene, porque as pessoas olham muito isso”, explica.

Enquanto toma açaí comprado de Maria, a autônoma Ana Rosa dos Reis afirma:

“Eu vejo que tem higiene e acredito que na rua também é bom, não somente na lanchonete”. A primeira coisa que Ana Rosa olha quando escolhe onde comer é limpeza e organização do local, para ela, o preço dos ambulantes costuma ser em conta e a qualidade é a mesma de outros estabelecimentos.

O nutricionista chefe do núcleo de alimentos da vigilância sanitária de Imperatriz, Wilamar Dantas, explica que o trabalho da vigilância sanitária em relação aos ambulantes é de orientação. “Eles não têm obrigatoriedade de ter o alvará sanitário para funcionar. Porém, não estão isentos da nossa fiscalização. As principais orientações são sobre higiene pessoal, dos alimentos, do carrinho e da caixa de isopor”, completa o nutricionista.

De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS) do Brasil, entre 2000 e 2018 foram notificados 247.570 casos de contaminação alimentar e 195 mortes. Os principais métodos recomendados pelo MS para prevenção da contaminação das contaminações são higienização constantemente das mãos, alimentos, utensílios e cozinha. Além de manter alimentos refrigerados de maneira adequada e o ter atenção na hora do cozimento ou reaquecimento.

“Eu faço o possível, coloco na caixa de isopor, deixo ela sempre gelada e tampada, só abro quando vou servir o cliente e tampo de volta”, relata a vendedora de salada de frutas, Luana Rodrigues, ressaltando a importância do cuidado com as caixas de isopor para evitar não apenas a contaminação, mas também o perecimento das frutas, matéria prima principal do produto da vendedora.

O Ministério da Saúde alerta que as Doenças Transmitidas por Alimento (DTA) vêm aumentando desde a última década. Embora o aumento seja influenciado por muitos fatores, o consumo de fast-food e alimentos em vias públicas se destacam como causas de contaminação. O estudante universitário, João William Ferreira Bonfim afirma que escolhe as opções mais rápidas e de menor preço. Para o estudante, embora o valor do alimento pese muito na sua escolha, olhar higiene é indispensável.