Nova onda de Covid leva suspenção de aulas presenciais

Decreto gera insatisfação de alunos com a prorrogação de aulas online pelos próximos 30 dias

Prorrogação de aulas remotas para os próximos 30 dias reforça insatisfação entre os alunos Foto: UFJF/Divulgação

Por: Eula Rebeca

Assinado nesta última terça-feira (02), pelo Secretário do Governo, Eduardo Soares, o decreto suspende todas as formas de ensino presencial, sendo da rede pública municipal ou da privada, como medida preventiva de controle ao vírus. Segundo o secretário, a expectativa é retirar mais pessoas de circulação nas ruas da cidade, “com essa medida mais de 60 mil pessoas entre crianças, jovens e adultos deixam de circular em transporte público e privado”.

Gerando polêmica entre os alunos do ensino superior, muitas instituições privadas como Unisulma, Ceuma, Facimp, Centro Educacional Focus e Escola Técnica Alvorada, declararam notas de repúdio a decisão do Governo, e conta com o apoio dos estudantes.

Nota de Repúdio da Escola Técnica Alvorada

Segundo a aluna de enfermagem, Lara Borges, além do cansaço mental das aulas remotas, há também a insatisfação para as medidas em relação aos outros setores, “já completamos um ano de pandemia de um vírus que não vai acabar, esses políticos corruptos vão e colocam decreto um em cima do outro, porque será que eles não colocaram na época que estavam fazendo suas campanhas? Eles podiam tá aglomerando e tudo mais, só que as instituições não podem ter aula será se é só lá na escola e faculdade que vai ter o vírus?”, afirma a estudante.

Para Raquel Borges, enfermeira e professora do curso de enfermagem da Facimp, o decreto é necessário porque a cidade enfrenta um alerta de calamidade, “com hospitais superlotados e as pessoas aglomerando mais, medidas como suspenção das aulas devem ser tomadas para o controle da situação”, afirma a enfermeira.

Segundo o Secretário de governo, Eduardo Soares, a revolta é justificável, mas a prefeitura deve focar na prioridade de diminuição de circulação que a situação exige. “Nós entendemos a preocupação dos alunos. Sabemos que a mudança do presencial para o remoto tem suas diferenças na educação. Mas o momento é de reduzir a circulação de pessoas na cidade. O ensino remoto colabora com isso. Pedimos essa contribuição dessa parte da população. É uma situação provisória.”

Prorrogação de EAD gera desesperança em professores e alunos

Mesmo sem saída, a medida não anula o fato não que para muitos professores e alunos, a prorrogação da modalidade remota é difícil e cansativa além de gerar consequências para o futuro, para o professor Cigvon Júnior, o peso está sendo principalmente para o psicológico, “é um momento de incertezas, em que perdemos o nosso (mesmo que iludido) controle sobre o futuro, não podendo criar planos nem traçar metas a médio e longo prazo”, sentimento que é compartilhado também pela professora Raquel, “os professores estão sobrecarregados nas suas funções de ministrar aula, porque não conseguem a adesão do aluno. A aula fica monótona. Eles não interagem e nós ficamos frustrados e isso leva a uma falta de interesse por parte do professor em estar se esforçando para fazer o melhor. E isso deprime, ficamos doentes”.

Além disso, para a professora o prolongamento das atividades via EAD, é difícil também para o aluno que não se concentra nas atividades. “A escuta fica prejudicada e daí fica com o conhecimento debilitado. E o confinamento está desgastando as relações”, afirma Raquel.

Segundo Brenda Larissa, estudante de enfermagem, o decreto deixa mais desesperançoso os alunos em relação a sua formação acadêmica, que estaria sendo comprometida pela falta de aulas presenciais e pelo adiamento de estágios obrigatório, “prejudica muito porque eu preciso ter aula prática por conta que estudo na área da saúde e também preciso dos meus estágios”, afirma Brenda.

Imperatriz vive pior fase desde o início da pandamia

Hoje (05), Os leitos clínicos exclusivos para Covid-19 da rede estadual e privada atingiram 100% de ocupação, de acordo com o boletim divulgado pela Prefeitura de Imperatriz. Ainda segundo o boletim, as mortes por Covid-19 registradas em fevereiro, subiram mais de 500% na comparação ao mês de janeiro.

Um ano após o início da pandemia no Brasil, o país viveu o seu pior dia nesta quarta-feira, segundo dados do Ministério da Saúde, foram 1.910 mortes por Covid em apenas 24 horas. Em Imperatriz, até a data de publicação desta matéria, haviam 364 casos confirmados em laboratório e 491 óbitos pela doença, atingindo a marca de 10.784 infectados na cidade, de acordo com dados divulgados pela Prefeitura de Imperatriz.