Fiqueninho populariza o acesso ao esporte no bairro Nova Imperatriz

Luana Rodrigues

“Sabemos que o esporte é vida, traz disciplina, autocontrole e equilíbrio, tanto emocional quanto físico”, afirma o gestor de Recursos Humanos, Erivaldo Cantanheide, que acompanha a evolução do seu filho na natação. O menino Eziel, hoje com 11 anos,  começou a praticar o esporte aos 5, e desde então desenvolveu habilidades de força, equilíbrio e até melhorou o seu desempenho escolar.

O nadador-mirim já ganhou três medalhas nos Jogos Escolares Imperatrizenses (JEI´s) do ano passado, duas de ouro e uma de prata. Ele é um exemplo das diversas crianças e jovens que utilizam o espaço do Complexo Esportivo Barjonas Lobão, o Fiqueninho, no bairro Nova Imperatriz, para treinar e competir.

Construído em 1978, na gestão do prefeito José de Ribamar Fiquene, o Fiqueninho nasceu com a proposta de promover esporte e lazer para Imperatriz e completou 45 anos. Único complexo desportivo público do município, tem grande importância para o bairro, já que várias escolas da rede pública de ensino não dispõem de ginásios ou quadras. Porém, o local já foi palco de vandalismo e abandono e em 2003 foi desativado, acumulando mato até o ponto de uma árvore crescer no ginásio. Só voltou a funcionar em 2017, no primeiro mandato de Assis Ramos.

Estrutura

O complexo disponibiliza para a população: duas quadras de futsal e uma de futebol de areia, um campo Society, uma piscina semiolímpica, uma pista de skate e outra de atletismo, uma concha acústica e uma Academia da Saúde. A piscina semiolímpica tem 50 metros de comprimento, 27 de largura e 2,60 m de profundidade na parte rasa e 3 m na funda, tamanho mínimo requerido para as competições olímpicas e campeonatos mundiais.

Piscina do Fiqueninho tem 50 metros de comprimento (Crédito: Luana Rodrigues)

“A gente vem pra cá pra parar de pensar na vida, pensar menos, poder viver mais”, é o que diz Wellen de Andrade Cunha, acadêmica de Educação física e treinadora do time feminino de Queimada da escola Aquarela.

Wellen após o primeiro jogo das meninas na competição Jogos Escolares (Jei’s) conta a mudança no comportamento das alunas depois que elas começaram a praticar o esporte. “Vocês viram elas tagarelando aqui, mas elas eram bem tímidas. Recebi até mensagem de uma mãe dizendo: ‘ Professora, parabéns, obrigada, minha filha era tímida não fazia nenhum esporte. Agora ela quer jogar, ela gosta de estar com a senhora, gosta de estar com as pessoas'”.

Jogos Escolares

Os Jogos Escolares, sediados no Fiqueninho, são promovidos pelas secretarias de Esporte, Lazer e Juventude (Sedel) e Educação (Semed). Em 2023, com o tema “Tolerância e respeito às diferenças”, mais de 120 escolas participaram da 40ª edição do evento, em 25 modalidades esportivas, entre as quais atletismo, badminton, basquetebol, beach-soccer, ciclismo, dama, handebol além da inclusão de duas novas, futvôlei e futebol de robótica.  

Time masculino se preparando para competir nos Jogos Escolares (Crédito: Luana Rodrigues)

“A gente estimula a cooperação, o trabalho em equipe, além do benefício social”, explica o professor de educação física e esporte, Bruno. Outras vantagens, como acrescenta, tem a ver com os aspectos cognitivos “A gente estimula os alunos a resolver problemas complexos e simples, o que forma o cidadão completo: o pensar, o agir psicológico e o motor”.

Esta matéria faz parte do projeto da disciplina de Redação Jornalística, chamado Meu Canto Também é Notícia. Os alunos e alunas foram incentivados a procurar histórias jornalísticas em seus próprios bairros. Essa é a primeira publicação oficial de todas, todos e todes.