Diversidade é marca da Feira do Bom Sucesso

Local é ainda mais frequentado no domingo

por Lívia Santos

No domingo o horário da Feira do Bom Sucesso é diferente, funciona só até o meio-dia, e atrai um fluxo maior de pessoas indo e vindo por toda parte, apesar do sol escaldante. Há também mais barracas e vendedores diferentes dos outros dias. Ela funciona durante toda semana, das 6h até 18h.

Barracas funcionam durante toda a semana. Fotos: Lívia Santos

Dois compradores, Antônio Reinaldo, 21 anos, e Vitor Daniel, 19 anos, contam que preferem as feiras orgânicas para ajudar na alimentação saudável e pelo preço ser acessível. Quase todo domingo vão à feira juntos para comprar, frutas e verduras. Reinaldo ainda ressalta: “Eu prefiro comprar minhas frutas e verduras na feira, por serem mais fresquinhas e baratas, e outra coisa, já tenho meus vendedores preferidos.”

Ao andar pela rua dá para sentir o cheiro dos peixes frescos, vindos de criatórios próximos a Imperatriz- MA. A Rua São Vicente de Paula é popularmente conhecida como a “Rua do Peixe”. Nesta área os vendedores focam em vender só peixes. O diferencial é que estão frescos, dá para perceber pelos olhos salientes e brilhantes, embaixo das guelras a pele está bem vermelha com um aspecto brilhante e as escamas bem presas ao corpo do peixe.

Rua São Vicente de Paula é a “Rua do Peixe”.

Só na rua da feira são quatro açougues, cada um com seu perfil. Um deles se destaca por ter mais opção, vende amaciante para carne, temperos próprios, farofa para churrasco, carvão e todo corte de carne, a carne de destaque é a bisteca e a famosa picanha. A “Galinha Caipira” é o carro-chefe da casa, vende bastante e o preço varia pelo tamanho vai de 70 a 120 reais.

 O segundo mais vendido é o peixe Tambaqui. É de impressionar a variedade de produtos da feira do Bom Sucesso. Tem de tudo: plantas, rosa do deserto, encheveria, suculenta rabo de Tatu, roupas, utensílios de casa, remédios, temperos naturais, polpas de frutas, ovos, pano de prato, tapetes, roupa de cama, cadeado, faca, amolador de faca, mosquiteiro, pente de cabelo, pilhas, carregador de celular, caixa de som, tesoura esgueiro e muitos mais. É difícil ir à feira e não achar o que está procurando.

Além de frutas e verduras de tudo se encontra na feira.

Rotina de feirante

Joana, 40 anos, trabalha na feira há mais de 20 anos, com duas barracas nas quais vende tomate, cebola, pimentão, pimenta de cheiro, milho, maçã, abacate, uva e várias outras frutas e verduras.

Na noite anterior, Joana, seu esposo e suas filhas embalam as frutas e verduras, deixando tudo arrumado para ir à feira, só no ponto de colocar dentro da caminhonete, às 5h da madrugada. Seu esposo fica em uma barraca com a filha mais velha, Andressa Silva, 22 anos. Ela lembra que sempre ajudou os pais no trabalho diário e gosta bastante de trabalhar com os pais, o que menos gosta é acordar cedo. No entanto, bota um sorriso no rosto e desce rumo à feira. Mas conta também que tudo tem seu lado ruim. “Muitas vezes eu falo com os clientes bem feliz, atendo-os com muita educação, porém eles me respondem com muita ignorância, e eu tento não dar muita bola, porque se não, acabo perdendo a paciência e com isso posso prejudicar as vendas.”

Joana começa sua jornada de trabalho com a família de madrugada.

A outra banca de Joana fica bem na entrada da Rua do Peixe, lá vende tomate, cebola, maçã e laranja. “Tem vez que eu trago bastante tomate, só que não vendo nem a metade, principalmente quando chega o começo do mês. Das 6h até 9h é bem tranquilo, agora das 10h até 12h o movimento fica bem forte”. Às vezes o fluxo fica tão intenso que pede ajuda ao seu irmão da banca ao lado.

Dona Joana diz que as vendas já foram bem melhores e com a pandemia caiu bastante. “Devagar as coisas vão voltando ao normal. Quem tem seus negócios tem que se atualizar, igual o mercado de trabalho.” O Instagram ajuda divulgar as fotos das frutas e verduras. “Após a pandemia, tive que aprender a mexer com Pix e Instagram porque isso virou uma ferramenta de trabalho”. Joana trabalha sempre com um sorriso de orelha a orelha. “Tenho prazer de ser feirante, pois é com esse dinheiro que eu sustento minhas filhas e meu neto. Ainda bem que minhas filhas me ajudam, para mim é gratificante ver elas trabalhando comigo.’’

  • Reportagem produzida na disciplina de Técnicas de Entrevista e Reportagem (2023.1), orientação da profa. Yara Medeiros