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Dona Francisca do Lindô e o seu grupo Batalhão Real trouxeram a força da cultura popular na primeira noite do IV Simpósio de Comunicação da Região Tocantina. O grupo existe há quase 30 anos, sob a batuta da maranhense de Caxias e o convite partiu do projeto Comcultura, organizado pela professora da UFMA, Letícia Cardoso. É a terceira vez que o grupo se apresenta no evento.
Dona Francisca, aos 65 anos de idade, surpreende a todos com sua disposição nos batuques que faz sentada próximo aos dançarinos durante a apresentação. O olhar sereno, que às vezes demonstra cansaço, transparece, sobretudo, a simplicidade. “Aqui a gente se apresenta com Lindô e Mangaba. Essas danças quem trouxe pra cá pra Imperatriz fui eu quando cheguei de Caxias em 76. E graças à Deus o povo convida a gente sempre pra se apresentar e valoriza essa cultura”, ressalta Francisca.
Dezenas de pessoas participaram e outras até caíram na dança a convite dos próprios componentes. Os movimentos são cheios de malemolência e com toques de festa junina e dança portuguesa. Levi Soares, um dos visitantes, fala sobre o que achou da dança. “Foi bacana a apresentação, vi pela primeira vez, é bem livre, fácil de dançar, houve uma interação com o público, bem diferente. E não é tão sensual como o Cacuriá”.
Entre os 32 componentes estão jovens, crianças e adultos, sendo que alguns são filhos e netos de dona Francisca. Dos três filhos, dois participam da dança desde a infância. “A gente acompanha ela sempre. Genro, neto, nora, todo mundo vem e mostra o que aprendeu na Mangaba e no Lindô”, explica Régis Pereira da Silva, um dos filhos.
Durante a apresentação, que durou cerca de uma hora, foi lançado o CD intitulado “Batalhão Real”, que traz músicas de autoria do grupo. A protagonista do show concedeu entrevistas aos acadêmicos de jornalismo falando sobre o trabalho de promoção do Lindô e Mangaba na região, e carinhosamente agradeceu pela receptividade de todos.
Dona Francisca acrescentou a importância da dança que foi trazida por dois irmãos portugueses para a cidade de Caxias na época da colonização, na qual favoreceu a compreensão dos laços que envolvem os povos e que formaram a cultura local.