Cresce 30% o número de pessoas com problemas respiratórios em Imperatriz

Texto e fotos de Gilmar Carvalho Chaves

Com a chegada do período seco, de junho a novembro, e a alternância de temperatura ao longo do dia, é comum encontrar pessoas com gripes, resfriados, crises alérgicas e outras doenças respiratórias em Imperatriz. Segundo dados da Secretária Municipal de Saúde (Semus), fatores como esses fazem os atendimentos nos postos e hospital da cidade aumentarem cerca de 30%. Dos 406 atendimentos diários na rede pública de saúde municipal, cerca de 219 são de crianças com gripe, informa a secretaria.

Os dados da Secretaria apontam ainda que esta é uma das emergências mais recebidas no Hospital Municipal (Socorrão). Os atendimentos locais passaram de 9.380, em agosto de 2017, para 12.194 casos em agosto deste ano. A situação é semelhante nos casos de crianças: o Hospital Infantil de Imperatriz, localizado no centro da cidade, realizou cerca de 104 atendimentos diários de crianças com problemas respiratórios no mês de agosto, um crescimento de 30%, sendo que o normal é 80.

Sobe o número de atendimentos de doenças respiratórias no Socorrão de Imperatriz

De acordo com o médico emergencista no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Murilo Nascimento, o quantitativo de 30% pode aumentar até o final de novembro, período em que as condições climáticas são mais favoráveis para o desenvolvimento de doenças respiratórias.

“O mês de junho é marcado pelo final do outono e início do inverno, isso significa que traz altas temperaturas e tempo seco, que são dois fatores bastante irritantes para as mucosas respiratórias. Nesses períodos, precisamos ficar atentos a infecções respiratórias causadas por vírus, bactérias e também manifestações alérgicas. As infecções virais mais frequentes são as gripes e os resfriados”, afirma.

A Semus informa que os pacientes mais afetados são as crianças, fator intensificado pela inalação de poluentes (como a poeira) que causa a gripe e o corrimento mucoso por terem o sistema fisiológico ainda incompleto. O hábito, nos primeiros anos de vida, de levar as mãos à boca depois do contato com superfícies contaminadas, colabora para a instalação das doenças respiratórias comuns em crianças.

A dona de casa Camila da Silva, 47 anos, estava com o neto, de 10 anos, internato na UTI do Socorrão, diagnosticado com bronquite. “Ele já estava com tosse, mas ao brincar no campo de areia que fica perto de casa a situação piorou. Eu tive que trazê-lo às pressas, pois o menino estava ficando roxo, sem conseguir respirar e foi entubado”, detalha.

A bronquite é uma doença que causa a inflamação dos brônquios. Por afetar os pulmões, pode evoluir para bronquiolite quando há acúmulo de muco nos brônquios e afeta a respiração.

Prevenção

Para se prevenir dessas doenças o médico clínico geral, Marcos Ruberto de Oliveira, recomenda manter sempre os ambientes arejados e limpos. Nos dias secos, usar umidificadores de ar ou colocar bacias com água nos cômodos, além tomar bastante líquido. As principais formas de prevenção incluem uma boa higiene corporal e principalmente das mãos, não fumar e evitar aglomerações. A vacinação contra a gripe é outro ponto a ser levado em consideração pois reduz a hospitalização e a internação por faringites.