Como uma família: Trabalho na clínica psiquiátrica de Imperatriz

Um ambiente de trabalho que proporcionava alegria e união

Por: Jessica Santos

Tratamento mais humano com os pacientes com problemas mentais. -Foto: Pixabay

Auxiliar de enfermagem há 20 anos, casada, mãe de dois filhos, Sinelania Coelho, conta um pouco da sua trajetória, quando trabalhava na Clínica particular psiquiátrica de Imperatriz Limitada, onde viveu grandes momentos, que atualmente se encontra fechada.

Os cuidados com a saúde mental de vários pacientes, foram motivo de orgulho de um trabalho bem feito, mas também de maus bocados, para a profissional de saúde Sinelania. Lidar com pessoas com transtornos mentais  é desafiador, tanto para o paciente, quanto aqueles que fazem parte de seu convívio. “Tinha medo do perigo físico, porque já ocorreram várias agressões físicas, inclusive uma quando eu estava grávida de 6 meses, mas, era maravilhoso trabalhar lá, principalmente quando eles recebiam alta com a saúde mental recuperada”.

A auxiliar afirma, que naquele local, eles eram uma grande família, e o local indicado para a internação psiquiátrica tinha os requisitos que tornava a reabilitação, de certa forma, acolhedora, com a finalidade de melhorar, dando a sensação de liberdade e não de aprisionamento.

De acordo com ela, além do atendimento humanizado, a clínica particular oferecia bastante entretenimento para os funcionários, que confraternizavam com os pacientes. “As festas de fim de ano, festas durante a tarde que eu dançava com os pacientes, me divertia, trabalhava e ganhava meu dinheiro e fui muito bem aceita, trabalhei durante 6 anos como recepcionista e depois 6 anos como auxiliar”.

Sinelania Coelho iniciou sua jornada em novembro de 1995, e fez seu último plantão, em 2007, coincidindo com o último dia da clínica aberta.

A imperatrizense relata como foi triste o último dia de todos, que tinham uma rotina intensa, mas satisfatória. “Foi gratificante trabalhar na clínica e hoje fico triste quando vejo os pacientes perambulando pela a nossa cidade”.

Nem tudo eram flores, segundo a profissional, houveram diversas mortes, por diversos motivos, como infarto e suicidio. Ela relata um dia específico, em que o filho de uma amiga, que era paciente  e usuário de drogas, cometeu suicidiu.

A Clínica psiquiátrica particular, foi fundada em 1974, com um sistema organizado, oferecia todos os suprimentos necessários tanto alimentar, quanto hospitalar para pacientes e funcionários. Com a reforma psiquiátrica no Brasil, muitas clínicas fecharam, que foi o caso da Clínica de Imperatriz Limitada.