Com isolamento social, entregadores conseguiram mais trabalho

  Serviço de entrega se tornou uma saída durante a pandemia. Foto: Jessica Santos


Motoboys vivenciam aumento da demanda na quarentena

Jessica Santos

Muitas empresas adotaram o serviço de delivery para ajudar nas medidas de isolamento com a intenção de conter o avanço da Covid-19, o que ocasionou uma grande demanda de entregadores em Imperatriz. Segundo a UP Entregas houve um crescimento maior que 100% nos pedidos on-line e 40% feitos por dia, número que significa em torno de 300 solicitações entregues diariamente. Nesta empresa o aumento levou à contratação de 40 novos entregadores.

Rafael Sales, de 24 anos, trabalha há quase quatro anos como entregador. É sua única fonte de renda, por isso tem que fazer entregas seis dias da semana, com exceção das segundas-feiras. “Com essa crise do vírus, muitas empresas fecharam e muitos foram demitidos. Então, muitos que estavam desempregados foram fazer entregas”, diz Sales.

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cerca de 12 mil imperatrizenses ficaram sem emprego no ano de 2020, o que representa 3% da população, de aproximadamente 259 mil habitantes.

Entre maio e setembro de 2020, 337 pessoas foram recrutadas e 225 vagas de trabalho ocupadas, de acordo com o Sistema Nacional de Emprego (Sine). O entregador Daniel Fernando Silva diz que esse mercado abriu portas. “Fiquei desempregado no início da pandemia, daí comecei a fazer uns trabalhos de entregador, e consegui ganhar um dinheiro legal, já que a demanda aumentou muito”.

Para os entregadores, a pandemia tem significado mais trabalho e também riscos de contaminação pela Covid-19, dilemas vividos pelos profissionais no dia a dia do ofício. Os equipamentos de proteção são de responsabilidade de todos os lados. A empresa disponibiliza máscaras e álcool em gel para os entregadores em todas as corridas e os clientes deveriam adotar as mesmas precauções. Mas Sales afirma que nem sempre as pessoas seguem os devidos cuidados. “Eu me sinto no papel de chamar atenção dos clientes”.

O estudante de Engenharia Civil, André Luís Coelho, 20 anos, conta sua experiência com os entregadores neste período de quarentena. “Eu sempre pedi muita comida por delivery, por conta da praticidade, e agora a necessidade só aumentou. A postura de quase todos os entregadores me chamou atenção, sempre tentavam ter o máximo de cuidado na hora de entregar o pedido’’, relata André.

 

Matéria produzida para a disciplina de Redação Jornalística, semestre 2020.1, com a orientação da profa. Yara Medeiros.