As várias formas de agradar o paladar: culinária estrangeira em Imperatriz

Esfirras do Tio Ali já viraram tradição na cidade

Texto e foto: Michelle Costa

 O Brasil é uma nação multicultural, constituída por diversas culturas e etnias indígenas, pelo colonizador português, pelos descendentes dos negros escravizados que vieram da África, e além dessas origens, também fomos influenciados pelos imigrantes europeus e asiáticos que vieram morar no país. Os imigrantes italianos foram os responsáveis por trazer a pizza e a sopa, enquanto os alemães trouxeram a cerveja, as carnes salgadas e defumadas, a batatinha, as linguiças e salsichas. Os portugueses vieram com o pão e os japoneses nos influenciaram a comer verduras, legumes e peixes (também herança cultural indígena).

Se olharmos para Imperatriz, não temos um dado especifico sobre o número de restaurantes e lanchonetes de comida estrangeira na cidade, porém é só sair na rua que a população já se depara com sabores dos mais diversos países: Líbano, China, Bolívia. Temos como exemplo, e grande sucesso na cidade, a esfiharia do Tio Ali: Ali Osmais Yanin de origem libanesa 43, veio junto com os pais para o Brasil, estudou na Universidade Estadual do Maranhão (hoje Uemasul), e quando se formou em administração decidiu montar seu próprio negócio com a família, segundo ele mesmo conta. “As pessoas elogiam bastante, a única dificuldade é ter que exportar os ingredientes do meu país de origem.”

O empresário releva que, na culinária libanesa se usa muita qualhada e farinha de quibe. “Hoje em dia, nosso carro chefe é esfirra, mais temos outros pratos, como o arroz de carneiro, quibe cru”. Uma diferença notada nas culinárias é que não se usa tanto o arroz como no Brasil. Segundo Ali, as receitas dos pratos são de família, passadas de geração para geração. “Foi a minha avó que ensinou a minha mãe, que depois me ensinou’’.

A alimentação no Brasil sofreu e ainda sofre várias influências da culinária internacional, entretanto, a alimentação do brasileiro começou a mudar principalmente no início do século XIX, com a influência dos primeiros imigrantes que chegaram. Atualmente, com a globalização, podemos saborear a culinária de várias regiões do mundo na própria cidade em que moramos. Para o sociólogo Carlos Alberto Claudino, a construção social da cidade de Imperatriz é bastante diversificada, o que acaba facilitando a entrada de novas culturas. “Essa diversidade cultural e eclética que temos, possui tendências a conhecer novos tipos de comida e outros aspectos. E com isso a cultura estrangeira acaba tendo que abastecer essa diversidade cultural que temos aqui”, explica.

Os chineses também foram grandes contribuintes dessa rica culinária brasileira. Nos centros de compras pode-se observar lanchonetes onde se encontram o popular dessa culinária, que são os “pasteis”. A família Ruifeng Mei, que tem como origem a China, veio do Rio de Janeiro a mais ou menos quatro anos, buscando por um lugar mais tranquilo para se estabelecer e montar seu próprio negócio. A pastelaria Shen Fa se encontra localizada na avenida Getúlio Vargas, setor Calçadão, em Imperatriz.

“Meu pai aprendeu com a sua irmã a fazer pasteis e quando decidimos montar alguma coisa na cidade ele teve a ideia da pastelaria, algo que todos da família poderiam ajudar”, relata Luiz Ruifeng. A culinária chinesa é muito diferenciada e antiga, com iguarias como carne de cachorro, cobra, gafanhoto, barbatana de tubarão, entre outros, provenientes de um passado histórico de guerras e fome que assolou o país. Mas, a cozinha não é formada somente por esses tipos de pratos, segundo Luiz. “Os imperatrizenses gostam bastante das receitas chinesas de pasteis, rolinho primavera, frango xadrez, yakissoba.”

Ficou inspirado com essas delicias? Confira essa dica de Pastel Chinês:

Massa: ingredientes

500 ml de água morna

10 gramas de fermento

1 ovo

1 colher de chá de sal

2 colheres de sopa, de açúcar

4 colheres de azeite, meio limão espremido

1 kg de farinha.

Misture tudo e comece a sovar a massa, até ela chegar a uma boa consistência. Deixe descansar por 40 minutos.

Recheio: 750g de carne moída refogada com pimentão, cebola e alho, 200g de ervilha, 100g de azeitona sem caroço e descascada, 6 ovos cozidos picados, 100g de palmito, 1 tomate picado.

Modo de preparo do pastel:

Divida a massa, e com o auxílio de um rolo de madeira, vá moldando até ficar na textura desejada para formar os pastéis. Coloque a quantidade de recheio desejado e, usando um garfo, vá fechando. Coloque o óleo para esquentar e pronto, e só fritar.  Rende até 12 pastéis.