Por Karla Giovanna e Lia Amaral
O escritor e jornalista Marcos Fábio Belo Matos (foto), que já publicou mais de 15 obras e em 2020 completou 30 anos na literatura, apresenta, na entrevista a seguir, sua análise sobre o cenário cultural de Imperatriz e as ações do poder público municipal quanto ao incentivo à produção artística local.
Marcos Fabio é o atual vice-reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e é professor nos Cursos de Pedagogia e Jornalismo na mesma instituição. Formado em Letras e Jornalismo, tem Doutorado em Comunicação pela UFRJ. É pós-doutor em Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Marcos Fábio também é escritor e membro da Academia Imperatrizense de Letras. O professor fez parte da comissão organizadora do Salão do Livro de Imperatriz (Salimp) em edições recentes. O Salimp está entre os cinco eventos de literatura mais importantes do Nordeste. Confira a entrevista com Marcos Fábio a seguir:
Qual seu posicionamento com relação ao cenário cultural de Imperatriz?
Marcos Fábio: A cultura de Imperatriz é muito rica e diversificada. Mas, na minha opinião, precisa de mais incentivo do poder público para se consolidar.
O Salimp é um evento bem grande na cidade, como a prefeitura atua para ajudar tal evento?
Marcos Fábio: A prefeitura, todos os anos, entra como parceira institucional, oferecendo recursos financeiros, mas também ocupando estandes, levando os alunos para participar, ajudando na programação e na divulgação. É uma parceira importante.
Qual é a relação que a Prefeitura Municipal tem com a Academia Imperatrizense de Letras?
Marcos Fábio: A relação é institucional. Temos, todos os anos, um prêmio que concedemos e cujo valor é bancado pela prefeitura, por força de Lei municipal: o Prêmio Literário da AIL. Sempre que necessitamos de algo, e precisamos recorrer à prefeitura, eles tentam nos ajudar.
Imperatriz é uma cidade de muitos talentos. Como escritor, você acha que a cidade dá apoio a quem deseja iniciar nessa carreira?
Marcos Fábio: A cidade não dá. O preparo para a formação de escritor é, em geral, muito pessoal e solitário. Escritores fazem seu próprio caminho. Entretanto, eu penso que o Salimp é de grande ajuda para quem quer ser escritor, porque ajuda no contato com livros e com outros escritores.
O reeleito prefeito, Assis Ramos, não cita ações de incentivo à leitura em conjuntos com a Academia de Letras no plano de governo para a nova gestão, você acha que isso afeta principalmente a população?
Marcos Fábio: Não sei responder a essa pergunta; não acompanhei a campanha. Mas o prefeito tem mantido conosco uma relação, como disse, institucional e nunca nos foi negativo. Naquilo que precisamos, sempre tentou nos ajudar.
O que na sua opinião deve mudar para um maior incentivo para a cena cultural da cidade?
Marcos Fábio: A cidade (e o estado também) precisa criar mais políticas públicas de incentivo a todas às artes. Incentivar festivais de música, de teatro, de artes visuais, de literatura. Ajudar a fazer circular a cultura produzida aqui. Incentivar os produtores.
*Atividade da disciplina Técnicas de Reportagem do Curso de Jornalismo (2020.1), da UFMA de Imperatriz
* Foto: Acervo pessoal