Alta no preço de combustíveis equilibra concorrência no transporte coletivo

Na foto o taxista José Moreira Lacerda
Na foto o taxista José Moreira Lacerda – Foto: Rogério Gomes

 

Inflação nas bombas de combustíveis tem gerado um equilíbrio na disputa pelas corridas de passageiros no transporte público em Imperatriz.

Com a chegada da modernidade no uso dos meios de transporte coletivo em Imperatriz, é gerada uma dificuldade diária dos taxistas e moto taxistas, em se recolocar no mercado. Outros fatores também têm preocupado essas classes.

O taxista José Moreira, acredita que a buraqueira nas ruas da cidade e o aumento abusivo no preço dos combustíveis, tem colocado em risco, o mantimento dos profissionais atuando nas ruas da cidade.

Segundo relatos de profissionais de taxi, sempre foi difícil, uma vez que eles são de certa forma, os pioneiros nesse seguimento. Primeiro vieram os moto taxistas e agora os motoristas de aplicativos.

Um dos mais antigos taxistas atuando no perímetro da Praça de Fátima, José Moreira Lacerda, de 74 anos, diz que já houveram várias mudanças na maneira de usar os transportes que operam no entorno da praça, porém, eles sempre mantiveram a essência do Taxi, o que para ele, é o diferencial na hora de atender os clientes. Acredita ele, que o serviço de taxi é um serviço mais seguro ao consumidor.

Se um passageiro esquecer um documento, um celular, ou até mesmo dinheiro, pode ter certeza que se ele voltar aqui no ponto, ele vai encontrar os seus pertences. Até mesmo porque, quando terminamos uma corrida com o passageiro, entregamos um cartão com os nossos números de telefone, o que já gera um vínculo com ele. – Lacerda

Alberto Ferreira, o “Menudo”, de 46 anos, é outro experiente taxista que trabalha nos arredores da praça. Muito simpático e comunicativo, ele recebe bem a entrevista e nos faz um relato importante sobre os desafios vividos por eles, devido a concorrência pela clientela no mercado dos transportes. Ele também fala sobre a segurança em utilizar o taxi como meio de locomoção e ainda ressalta, sobre a modernização no atendimento e a maneira mais rápida na comunicação com os clientes, através do uso dos aplicativos de mensagens instantâneas.

Um outro ponto no qual toca Alberto, é sobre a alternativa que alguns taxistas usam hoje, que é de trabalhar paralelamente como taxi lotação. Nessa área eles agem de forma quê, pegam diversos passageiros num determinado ponto, e os leva num trajeto, podendo conduzir até quatro passageiros ao seu destino final.  Combinando onde desce cada passageiro e quanto cada uma paga por cabeça.

Fica barato para o consumidor e rentável pra nós enquanto prestador do serviço. – Menudo

 

Vivemos um período muito bom com a instalação de uma empresa de papel e celulose aqui na cidade. Eram muitos trabalhadores vindos de outros lugares do Brasil, que faziam uso da nossa frota de taxi. Com a chegada dos motoristas de aplicativo, perdemos um pouco desses clientes. – Menudo

Na foto o repórter Rogério Gomes e José Edimilson (Moto
Taxista) – Foto: Tayná Duarte

 

Moto taxista desde 2001, José Edimilson de 61 anos, fala sobre o lucro diário e mensal trabalhando no transporte de pessoas. Para ele, houve tempos muito difíceis, em que foi complicado manter a família com a renda das corridas. Pai de quatro filhos e responsável também por dois netos, o piloto diz que atualmente tem melhorado o número de corridas diárias, o que reflete diretamente no orçamento mensal da família.

Perguntado sobre o porque desse aumento, ele diz:

A gasolina aumentou, o valor dos motoristas de aplicativo também, então agora procuram mais a gente. – José Edimilson

Cleber Costa, moto taxista de 42 anos e que já trabalha no seguimento há 20 anos, esclarece grande satisfação com o seu orçamento desde o inicio do seu trabalho nas ruas. Segundo ele, conseguiu com a renda de piloto, formar uma filha em administração, tem carro, moto e casa própria. Diz ainda que o momento mais difícil pelo qual passou, foi com a paralização da pandemia.

O período do lokdown foi terrível, eu não tinha certeza se iria voltar a trabalhar como moto taxi. Eu fiz a minha vida e da minha família em cima de uma moto e ter de parar assim, foi doloroso. – Cleber Costa

As práticas de transporte nos arredores da Praça de Fátima têm sido a fonte de renda de muitas famílias, inclusive todo o comércio agregado à ela faz, parte dessa fonte comercial muito forte no local. Devido ao grande movimento de pessoas no perímetro a lei da oferta e da procura, funciona muito bem.

O ponto de moto táxi funciona no local desde o ano de 1992, quando a prática foi legalmente autorizada em Imperatriz.