Persistência sempre acompanhou Maria de Deus em sua vida

Por Ketcia Freitas

Ela veio ao mundo pelas mãos de uma parteira, em casa, exatamente ao meio dia. A sexta filha do casal de lavradores José e Otacília.

Ao nascer, logo perceberam que ela estava com a clavícula quebrada, que sem dúvidas foi resultado de uma queda que sua mãe sofreu poucos dias antes do parto, quando teve que correr de uma vaca brava e acabou tropeçando na própria roupa. Ela sempre fala que Deus sempre está com ela, pois “quem quebra a clavícula ainda dentro da barriga da mãe, tirou um fino de ter sido o pescoço”.

A infância foi no interior, brincando com o irmão mais velho que ela cinco anos. Aprendeu passarinhar, pescar, jogar peteca e pião.

Foi para a cidade estudar e nunca se identificou com a matemática, em um tal de “argumento”, algo como uma competição. Levou tanto bolo de palmatória que as mãos ficavam inchadas, momentos que hoje são lembrados com risadas.

Sempre foi uma boa aluna. Só foi parar na secretaria uma vez: quando vendeu algumas pitombas e os colegas que compraram resolveram usar os caroços do fruto para brincar e acabou em confusão. “Nesse caso eu acho que deveria ter punição para quem fez mal uso do produto [risos]”.

Aos 16 anos foi morar no Pará, onde foi babá de uma sobrinha por 4 anos, lá também concluiu o ensino médio. Retornou para o Maranhão, foi trabalhar em uma loja de tecidos, período em que teve um concurso para professor do Estado o qual ela passou sem ter magistério, então ingressou no magistério para assumir a vaga. 

Mais tarde, outra oportunidade surge: um concurso em Imperatriz – MA. Então Maria de Deus embarcou em um carro pau-de-arara e foi. Na cidade, após assumir o novo cargo, ela conheceu seu esposo e casou 4 meses depois. 

É formada, casou-se, construiu uma família e hoje vive em Imperatriz, sonhos que não teriam sido conquistados se não tivesse muito bem acompanhada pela persistência de conseguir o que quer.

Professora Maria de Deus. Foto: Arquivo pessoal