Novo diretor da UFMA diz que primeira ação será tirar casa do estudante do papel

Texto e foto de Aleilton Santos

Formado em Eletrônica Industrial, mestre em Engenharia Elétrica e doutor em Biotecnologia, Daniel Duarte Costa tornou-se diretor de Centro da Universidade Federal do Maranhão – Campus de Imperatriz, em eleição realizada no mês de março de 2016. Natural da cidade, o doutor vê na sua eleição uma maneira de ter uma gestão mais participativa e prima por um ambiente de trabalho mais saudável. Durante seus quatro anos de mandato, quer realizar  importantes ações dentro da universidade, como  trazer o primeiro doutorado para o Campus de Imperatriz, além de novos mestrados. Nesta entrevista que segue, ele esclarece um pouco das suas propostas e de como pretende realizar seu trabalho durante sua gestão que deve começar em abril. 

Diretor da UFMA em Imperatriz  deve ser nomeado ainda em abril
Diretor da UFMA em Imperatriz deve ser nomeado ainda em abril

 

Por que concorrer a diretor de Centro?

Daniel Costa- A ideia é dar continuidade aos bons projetos que estavam sendo desenvolvidos pelas gestões anteriores e, principalmente, dar foco para algumas coisas que não estavam caminhando tão bem. Foi até um pedido das pessoas do Bom Jesus, que queriam alguém que tivesse a presença no campus, e isso contou bastante para que eu tivesse esse apoio. Foi por isso que me candidatei, pensando na melhoria tanto do Campus do Bom Jesus como no do Centro.

Uma de suas propostas é ampliar o número de programas de assistência estudantil. No ano passado houve diversos cortes no Ensino Superior, como pretende viabilizar esse aumento de programas?

Costa- A primeira coisa que vai acontecer é a casa para os estudantes. Eu já conversei com o João de Deus, que é o pró-reitor de interiorização e assistência estudantil. Estamos viabilizando o andamento da Casa do Estudante. Já foi aberta licitação para compra do imobiliário que está faltando e assim que possível vamos instalar esses mobiliários e fornecer a casa, com isso já serão 20 alunos beneficiados. Temos que sentar e conversar com a pró-reitora para tentar levantar mais recursos, aumentar o número de bolsas tanto para quem trabalha como para o auxílio alimentação.  Nós vamos ter um benefício muito grande para os alunos, principalmente no Bom Jesus com o restaurante universitário.

 Como vai funcionar o incentivo à cultura dentro da universidade que você propôs na sua campanha?

Costa- Nós temos professores que falaram diretamente comigo em fortalecer esses movimentos culturais dentro da universidade, é algo muito interessante dar esse start em eventos culturais. Até 2012 tinha dentro da universidade os arraiás, algo que hoje você não vê mais. Uma coisa tão simples como a Festa Junina, que beneficia os próprios alunos, que fazem suas barracas e arrecadam dinheiro para suas festas de formatura. Acho muito importante levantar esses eventos que já aconteceram. Simples de fazer e trazer essas parcerias com os professores, tentando retornar com estes movimentos culturais.

 Um bom trabalho depende muito da relação com os as coordenações dos cursos. Como é seu envolvimento com os coordenadores do campus de Imperatriz?

Costa- A minha relação com os coordenadores atuais é muito boa. Eu vejo isso pelo reflexo da própria eleição, onde grande parte dos cursos me apoiaram e muitos coordenadores, literalmente, vestiram a camisa, isso foi muito importante. Então, eu vejo que esse apoio das coordenações, dos coordenadores foi importante tanto para campanha como vai ser importante nesse período de gestão. É interessante que eles estejam participando para fazer uma boa gestão, a ideia é que a gente faça uma gestão participativa, eles têm que participar, vão ter que estar incluídos para fortalecer esse movimento e também a universidade.

 

Muito se fala em autonomia do campus de Imperatriz, para você como diretor de Centro, o quanto isso pode ser bom?

Costa- Autonomia permite que você possa se gerir e é extremamente interessante, mas a curto prazo ela não é uma realidade. Nós já tivemos momentos bem melhores, quando as coordenações e a própria direção tinha um certo valor para trabalhar, e esse valor, esses repasses não estão sendo feitos. Em 2015 não tivemos esse valor e agora em 2016 ainda não aconteceu, ou seja, toda a estrutura financeira está sendo movida por São Luís. A questão é que temos que mostrar as nossas demandas para sermos atendidos. Então é isso que a gente vai fazer. Apesar de esse momento de crise a gente não poder baixar a cabeça, vamos pleitear em São Luís a maior liberdade possível, para a gente ter acesso a recursos simples. Vai ser com esse bom relacionamento com as estâncias superiores que vamos conseguir trazer recursos para a universidade.

 Muitas das suas ações dependem dessa boa relação com São Luis, como está seu envolvimento com a reitoria?

Costa- Eu já tive uma reunião com a professora Nair, reitora do campus, fui bem recebido e debatemos algumas dificuldades pertinentes. Espero que possamos aproveitar essa boa relação para conseguir boas coisas para o campus. Antes já tinha um bom relacionamento com o professor Natalino (ex-reitor) e com a professora  Nair é manter.

Com relação aos professores, quais melhorias serão direcionadas para a classe?

Costa- Muitas melhorias que a gente fala para estudante, acaba beneficiando também aos professores, pois a universidade em geral é beneficiada. Por exemplo, quando falamos do restaurante universitário. Os alunos são beneficiados e os servidores também;  quando se fala em urbanização é a mesma situação, uma área de lazer, todos ganham com ela, o que as pessoas mais almejam falando de estrutura física. No Bom Jesus, já temos pessoas trabalhando no  prédio para a Medicina, com laboratórios para a área da saúde, com estrutura adequada. No prazo de 60 dias um terço desse prédio deve ser entregue e podemos dizer que no próximo período os alunos já possam usar, não todo, mas uma boa parte.

 

Como será o planejamento participativo da comunidade acadêmica?

Costa- A ideia é que a gente possa se encontrar com todas as categorias e fazer reuniões com os alunos, técnicos e professores, por que a gente escute todas as demandas, e assim possamosm pontuar algumas soluções. Não é porque está em momento de crise que a gente não vai fazer nada. Existem soluções que podem ser contornadas e que não precisam necessariamente do dinheiro de São Luís. Muitas coisas podemos resolver dentro do nosso Campus utilizando os recursos humanos que nós temos hoje. A ideia, então, é essa, que possamos reunir todo mundo, agrupar para discutir, levantar ideias e principalmente soluções e trabalhar para melhorar a nossa comunidade acadêmica com esses encontros pontuais.

Qual a principal contribuição você pretende deixar para a universidade?

Costa- Com certeza eu pretendo deixar um ambiente de trabalho bem confortável para todo mundo. Uma coisa que eu conversei bastante, principalmente com os técnicos, é que a gente só consegue ser produtivo se a gente se sentir bem no local de trabalho e para você se sentir bem você precisa ter condições adequadas de trabalho, você precisa ter um bom relacionamento entre os grupos, evitar que as pessoas tenham certas diferenças entre categorias. E pontuei bastante com eles. Olha não é porque eu sou professor e você é técnico que nós somos diferentes. Isso não existe, somos servidores públicos federais e a lei que vale para mim é  a mesma que vale para ele, então todos nós somos regidos pelas mesmas leis, todos nós funcionários da mesma instituição.

E se me perguntarem sobre metas, o que eu realmente quero é que, se dependesse só de mim, é  a universidade conseguir o primeiro doutorado. Seria uma vitória imensa, além de existir mais dois projetos de Mestrados que têm que sair do papel:, Mestrado da Enfermagem e do Jornalismo. Se eles forem tirados do papel juntamente com o doutorado será uma vitória muito grande para a universidade.