Esportistas de Imperatriz compartilham seus objetivos e dificuldades

Quando pessoas que não têm asas procuram outras maneiras de voar no desporto

Kalebe Carvalho

Quem nunca sonhou em ser um profissional em algum esporte ou até mesmo competir em grandes palcos no cenário nacional e internacional? Sonhar é o que move alguém a correr atrás de um lugar ao sol, seja qual for a sua modalidade, que independe da sua origem. Esta reportagem traz a história de três esportistas imperatrizenses que estão batalhando por uma carreira de sucesso.

Manasses Macedo, 24 anos, central do Cavalo de Aço, no campeonato Superliga C. (foto: acervo pessoal)

“A partir daí eu coloquei na minha cabeça que eu ia aprender a jogar voleibol”, comentou o atleta Manasses Macedo De Brito, que hoje é Central do Cavalo de Aço. Nascido em Imperatriz-MA, ele conta que em 2012, chegando na sua casa, a televisão estava transmitindo a final do vôlei feminino nas Olimpíadas em Londres, na Inglaterra. Após esse evento que o marcou, começou a correr atrás de oportunidades na cidade. “De antemão não consegui nada”, afirma.

Por ter sempre frequentado escola pública, Manasses só conseguiu iniciar de fato o aprendizado quando ingressou no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), já com a intenção de praticar a modalidade. “Ainda mais na nossa região Nordeste e Maranhão, é menor ainda esse incentivo”, comenta, em relação às dificuldades que enfrentou no início da sua trajetória. Mas hoje seu maior problema é a gestão do seu tempo, já que ainda não é um jogador profissional. Manasses tem que dividir sua rotina entre treinos, estudos e trabalho.

“A gente segue nesse foco de continuar desenvolvendo o voleibol”, afirma Manasses. (foto: acervo pessoal)

  “Não tem como eu não falar desse brasileiro de 2019” , declara Manasses. Quando relembra dos seus momentos inesquecíveis, expõe que foi seu primeiro campeonato nacional chamado JIFS (Jogos dos Institutos Federais). Já havia tido participações em campeonatos regionais, mas nada se comparou a essa experiência. 

“Por que quando eu saí desse nacional de 2019 eu falei pra mim mesmo: ‘Eu ainda vou jogar outro campeonato nacional brasileiro’”, relembra. Manasses se refere ao campeonato universitário que competiu em 2024, pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul).

Pela família

“O meu sonho é o sonho que todo atleta de esporte tem”, afirma Gabriel Silva Santos Moura, que pratica basquete há 15 anos em Imperatriz e é ala-pivô no Base Basquete. Nascido na cidade, ele conta que sua maior inspiração foi seu irmão mais velho, Leonardo, quem mais o apoia a praticar a modalidade. Devido a todo esse suporte, Gabriel já conseguiu alguns títulos, como o Tocantinense e o Maranhense. “Poderia ter jogado em outros lugares também”, reitera.

Ala-pivô Gabriel Silva, com o troféu na mão, na 1ª edição do Campeonato 3×3 de Basquete. (foto: acervo pessoal)

A rotina de treinos de Gabriel começou com exercícios físicos pela manhã, enquanto à  tarde frequentava a escola e, à noite, praticava jogos de 5×5. “Jogar em um time, ter uma vida equilibrada e poder dar uma condição pra minha família”, expressa seus desejos. Ajudar quem mais o encoraja é sua prioridade. Atualmente tem que dividir seu tempo entre trabalhar e estudar, pois a condição financeira é seu maior desafio já que não há tantas oportunidades. “Estamos aí. sempre insistindo e persistindo”.

Sonhando Alto

Tudo começou com um objetivo de mudança. “No tempo eu queria muito emagrecer, daí eu fui praticar lutas e consegui realizar o meu desejo. Só que depois disso eu fiquei viciado e comecei a lutar”, conta Luis Gustavo Sobrinho de Castro. Hoje instrutor tanto de jiu-jitsu quanto de muay thai, após 10 anos desde sua primeira aula, ele mantém uma rotina de treino físico e de luta duas vezes por semana para se manter em forma.

Luis Gustavo diz que tem a família como maior inspiração. (foto: acervo pessoal)

Sem nunca pensar em desistir, Gustavo revela que sua maior dificuldade é o dinheiro. Hoje trabalha como instrutor de muay thai na rede de academias Radical Fitness, ensinando tudo o que já aprendeu. Aos 22 anos, já conquistou vários títulos marcantes, sendo os principais o 1° lugar no campeonato Norte e Nordeste em 2019, 1° lugar no Circuito Sul Maranhense, em 2021 e, o mais recente, 1° lugar no Campeonato Nordeste Panamericano na categoria absoluto até 100 kg, neste ano de 2025.

Luis Gustavo após vitória no Campeonato Nordeste Panamericano de 2025. (foto: acervo pessoal)

“Meu maior sonho atualmente é ganhar um mundial”, expõe. Luis se dedica agora a alcançar esse desejo, mas ressalta que uma das suas vontades é mudar a sua vida e a de quem ama por meio do esporte. Com o apoio da sua mãe e de seus mestres, ele se dedica a atingir o seu desejo, mesmo surgindo empecilhos em seu caminho. “As memórias que mais gosto no esporte são as viagens, as pessoas que conheci e as amizades que fiz”, enumera.

Esta matéria faz parte do projeto da disciplina de Redação Jornalística do curso de Jornalismo da UFMA de Imperatriz, chamado “Meu canto também tem histórias”. Os alunos e alunas foram incentivados a procurar ideias para matérias jornalísticas em seus próprios bairros, em Imperatriz, ou cidades de origem. Essa é a primeira publicação oficial e individual de todas, todos e todes.