“Quanto mais pessoas eu informar, acho que consigo deixar mais justo o processo do concurso público”, afirma idealizador do Imperanews

Pedro Lucca

 

 

"O serviço, principalmente voltado pra área do mercado de trabalho, é um tipo de informação que realmente modifica de alguma forma o dia a dia das pessoas"
“O serviço, principalmente voltado pra área do mercado de trabalho, é um tipo de informação que realmente modifica de alguma forma o dia a dia das pessoas”

Jornalismo de Serviço, ou Utilitário, é modelo de produção no jornalismo que se pauta por produções com um caráter mais pragmático, ou seja, informações de utilidade imediata do leitor. Em Imperatriz, um site bastante popular na editoria de serviço nasceu de um projeto experimental de conclusão de curso e ganhou popularidade na região. Para falar do Imperanews, conversamos com o idealizador, Diego de Sousa Silva, graduado em Jornalismo pela UFMA – Imperatriz. Nesta entrevista, ele comenta sobre jornalismo de serviço, sua importância, dificuldades no início do projeto, vantagens de um meio de comunicação segmentado e muito mais. Confira abaixo nossa conversa.

 

Por que criar um site especificamente de serviço?                       

Diego Sousa: Eu optei por um site de serviço porque eu sempre tinha na minha cabeça que o jornalista tem que prestar um serviço para sociedade, e que muitas vezes a informação não é algo só pra informar. Eu acho assim, que quando a gente consegue ir além disso, trazer uma informação que tenha uma outra utilidade pro nosso cliente, que é o público, então, a gente se sente mais satisfeito com aquilo que está fazendo. Existem várias pessoas que possuem uma carência, uma necessidade por um tipo de informação. Informação que muitas vezes vai gerar uma oportunidade de emprego. No site, elas tomam conhecimento sobre algum concurso público, alguma coisa que possa transformar de fato a vida delas.

Como você percebe que o imperanews está ajudando as pessoas?                        

DS: Hoje em dia, por conta deste tipo de informação, a quantidade de pessoas que está prestando concursos públicos tem aumentado bastante.  Então, de alguma forma eu tento contribuir com isso, tentando fazer com que as coisas sejam mais igualitárias. O serviço, principalmente voltado pra área do mercado de trabalho, é um tipo de informação que realmente modifica de alguma forma o dia a dia das pessoas.

Qual a faixa etária do público do site Imperanews?                       

DS: É um público muito jovem.  Os números do site mostram que a maior fatia da faixa etária está entre 18 anos até, no máximo, 35 anos de idade. Então, é uma fatia de público que é até difícil de fidelizar com outro tipo de informação, porque é uma coisa que está diretamente ligada a eles. Tanto o mundo dos vestibulares, de oportunidades de estudo, como também de oportunidades de emprego, principalmente os concursos.

 

PL: Qual a vantagem de ter um site segmentado em alguma editoria?  No caso do Imperanews, a de serviço.

DS: Quando a gente segmenta o veículo de informação para um determinado tipo de editoria, que nesse caso é a de serviço, a gente tem essa facilidade de fidelizar o público. Acho que a gente consegue também informar de forma mais completa, suprir a carência informacional que as pessoas têm sobre aquela editoria.

 

PL: Você imaginava que o site daria certo e seria tão popular como é hoje?

DS: Bom, eu sempre tive uma convicção muito grande, que independente de eu utilizar como TCC ou não, eu já tinha essa ideia de tocar o site. Mas eu sempre tive essa certeza, que ele tinha tudo para dar certo. Até hoje, fico me perguntando por que eu não largo tudo e foco só o projeto. Eu acho que pode chegar o dia de eu sair da minha zona de conforto e arriscar.  Mas não é uma coisa muito simples assim. Eu tenho vontade de consolidar de uma forma muito mais concreta.

 

PL: O público do site dá feedback sobre o que é noticiado? Elogios, críticas?                       

DS: Muitas pessoas elogiam e muito o site, mandam mensagens pelo próprio site, pelo formulário, e também pela rede social Facebook. E a maioria, sem dúvida,são pessoas elogiando, dizendo que o site é bom, que tem um conteúdo muito bom, que acessam diariamente, que gostam das informações que estão lá, que ajudam elas a saberem sobre as oportunidades que estão abertas.

Houve uma vez em que uma pessoa com deficiência fez  foi ligar e eu atendi o telefone. Dizendo que queria agradecer por uma matéria de uma vaga de emprego para pessoa deficiência. Ele foi lá e conseguiu a vaga e foi muito bom pra ele e tudo, porque estava desempregado. Eu fiquei muito comovido no dia em que ele me ligou. Essas coisas me ajudam a ter mais vontade de continuar o projeto, porque percebo que tem um resultado positivo.

Já tiveram críticas também, poucas, pouquíssimas, em relação à questão da informação em si. Isso porque, por mais que a gente ache que é simples, muitas vezes a gente dá uns vacilos, e eu já aprendi muito com alguns que já dei. Mas a maioria das críticas que eu recebo é em relação a atualização de conteúdo. Eu deveria produzir mais.

 

PL: Quais foram às maiores dificuldades no início do site?                       

DS: No início, foi o tempo pra produzir conteúdo. Tive dificuldade também porque o layout do site fui eu mesmo quem criou. Pensar num produto meu, mas que fosse algo agradável pra todo mundo e que ele fosse uma página fácil de navegar, com usabilidade e ao mesmo tempo todas as informações disponíveis ali, a distribuição dela e tudo. Eu pensei muito assim, em como que seria a cara do site.Eu passava muito tempo alternando as coisas que fazia no site. Pra deixar da melhor forma possível.

E ao mesmo tempo, a gente precisavater informações, produzir as notícias e tal. Pra poder ter informação pro pessoal ver ele cheio de notícias no lançamento.

 

PL: Há planos do site se abrir a outras editorias?                       

DS: No início do projeto a gente sempre tentou agregar o máximo de coisas, com variabilidade de conteúdo. No início tinha assim, umas colunas de Beleza, de Direito Trabalhista, sempre com gancho no serviço, nessa editoria. Mas depois da avaliação do projeto, logisticamente, ficou complicado pra fazer. Sempre fico me questionando: não seria legal abrir outras editoriase tal? Meu objetivo era ter um site de notícias na internet, que, inicialmente, não precisava ser segmentado.

A segmentação serviu como uma estratégia minha para consolidar o nome do site. Vou fidelizar o público e a partir do momento que tiver esse público fidelizado, eu vou abrir pra outras editorias. Esse foi meu objetivo inicial. Mas em variabilidade de gêneros, poderia ser uma alternativa sim, se tivermos outros formatos.