Emprego volta a crescer em meio à crise provocada pela pandemia

Texto de Carolina Nascimento e Lucas Medeiros

Fotos: Acervo da fonte e Carolina Nascimento

Após mais de um ano de pandemia do novo coronavírus, o setor econômico em Imperatriz começou a apresentar pequenos crescimentos, indicando uma leve melhora no índice de desemprego. De acordo com números do levantamento realizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a cidade registrou um saldo positivo de 431 vagas de emprego ao admitir 11.908 pessoas e demitir 11.477 no período entre o mês de janeiro e julho de 2021.

O mercado de trabalho, que foi diretamente afetado durante o fechamento do comércio e suspensão de serviços considerados não essenciais por dois meses, como uma forma de conter o avanço da Covid-19, vem demonstrando uma melhora no setor econômico quando comparado ao mesmo período de 2021, que registrou 9.540 admissões e 10.665 desligamentos, resultando em um saldo negativo de -1.125 empregos formais.

(Foto: Carolina Nascimento)
Emprego formal cresce 27,7% no segundo semestre em Imperatriz, de acordo com dados da Sedec (Crédito: Carolina Nascimento)

 

Segundo o levantamento apresentado pelo Caged, o setor que mais contratou até o mês de julho de 2021 foi o de serviços, com 909 contratações e 609 demissões, o que gerou um saldo positivo de 300 novos postos. Os dados também mostraram que o setor do comércio também foi responsável pela geração de empregos, com um saldo de 159, seguido da indústria e agropecuária, que tiveram um saldo de 25 e 14, respectivamente.

 

Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Crédito: Carolina Nascimento)

Um balanço realizado no segundo semestre de 2021 pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedec) de Imperatriz também apresentou resultados positivos em relação a geração de empregos na cidade, principalmente em relação aos micro e pequenos empreendedores. Foram registradas 2.458 novas empresas na cidade até o mês de junho, o que representa 35,7% a mais em relação ao mesmo período de 2020. A pesquisa também revelou que houve um crescimento de 35,4% na formalização de microempreendedores individuais (MEI) e de 27,7% de empregos formais registrados até maio de 2021.

O Secretário Municipal da Sedec, Wilson Filho, reforça que o levantamento realizado na cidade apresentou bons resultados econômicos mesmo em meio a pandemia. “A Sedec realizou uma pesquisa de campo em algumas empresas, onde tivemos um índice muito bom de pessoas que foram admitidas em trabalho formal. Tivemos em 2020 a 2021 um crescimento excelente, mesmo diante do quadro de pandemia”, explica o Secretário.

Filho também destaca que o trabalho informal tem se tornado uma válvula de escape para muitas pessoas na cidade, acrescentando quais iniciativas a prefeitura tem tomado como uma forma de ajudar os MEI ‘s. “Aquelas pessoas que não estão admitidas nos trabalhos formais, estão nos trabalhos formais, onde o crescimento de vários segmentos tem crescido na cidade. A prefeitura através da Sedec e das demais secretarias tem procurado ajudar todos os que estão inseridos no comércio informal, proporcionando cursos e palestras, fechando parceria com o Sebrae, que tem nos ajudado muito”, diz Filho.

Mesmo o saldo sendo positivo em relação ao número de vagas geradas nos primeiros sete meses de 2021, muitas pessoas não têm conseguido uma recolocação no mercado profissional. A reabertura do comércio não voltou a normalidade ainda, muitos ambientes reduziram o quadro de funcionários para conseguir manter o negócio em funcionamento. Dessa forma, o empreendedorismo tem sido uma opção de renda para as pessoas que não conseguiram uma nova oportunidade de trabalho ainda.

É como conta a biomédica e microempreendedora Luma Kaline Lima Assunção, 22, que foi dispensada do cargo de vendedora onde atuava logo no início da pandemia. Com a necessidade de ajudar sua mãe com as despesas de casa, a biomédica resolveu empreender. “Fiquei desempregada no início da pandemia, após a loja fazer uma redução de funcionários. Foi complicado, porque eu precisava achar uma maneira de ajudar minha mãe com as contas de casa. Foi exatamente isso o que me levou a procurar maneiras de conseguir dinheiro, além da vaidade feminina. Então eu pensei em algo que gosto muito e que as pessoas pudessem comprar sem ter que provar, já que eu estava pensando em vender de forma on-line”, explica a microempreendedora.

Luma acredita no futuro da sua loja virtual e já decidiu que de segunda opção, empreender será sua nova renda fixa (Crédito: Acervo da fonte)

As mídias digitais facilitaram para que a biomédica desenvolvesse o processo de criação de sua loja virtual voltada para o segmento de bolsas. Após começar a empreender em meio a necessidade causada pelo desemprego, Luma conta que quer continuar trabalhando para si. “Eu pretendo continuar com a loja de bolsas, pois eu faço o meu lucro, eu padronizo o meu atendimento do jeito que eu acho melhor”, afirma a microempreendedora.

As pessoas que decidem por continuar na busca pela vaga de emprego, podem contar com perfis de redes sociais especializados na divulgação de oportunidades. É o caso do perfil Vagas Imperatriz (@vagasimperatriz) que atua no Instagram como um intermediador entre candidatos e empresas da região. O projeto, que surgiu como um trabalho de conclusão de curso não aprovado, acabou se tornando uma ferramenta de trabalho para ele.

O administrador de empresas e pedagogo, Jardel Costa, 25, fundador do perfil, conta que a pandemia impactou no número de vagas disponibilizadas durante o decorrer do ano de 2021 e afirma que a procura é sempre constante. “Durante o confinamento, houve uma redução de vagas de emprego pelas condições sanitárias, que levou ao fechamento de algumas empresas e redução de funcionários de outras. O aumento da procura por vagas de emprego sempre é crescente, e a procura pelas vagas de emprego no perfil aumentou no segundo semestre de 2021, devido a ampliação dos setores”, explica o administrador.

Costa também conta sobre um grupo criado em uma ferramenta de comunicação online, que é uma forma exclusiva para assinantes que queiram ter acesso às ofertas de emprego em primeira mão e que também possam falar diretamente com ele sobre alguma questão que possa surgir. “O grupo funciona com assinaturas mensais, onde o candidato paga para estar nele exclusivamente para receber as vagas de emprego. São as mesmas vagas que estão no Instagram, porém eles recebem com antecedência. O diferencial é que você não recebe somente as vagas de emprego pelo WhatsApp, mas pode também  tirar dúvidas comigo no privado”,  diz o administrador.