Daniel Vieria diz que não é lorde e acredita que violência contra homossexuais são cometidas por parceiros

Pela primeira vez concorrendo ao cargo de prefeito, o pastor Daniel Vieira (59), representa o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) nas eleições, fazendo parte da bancada de direita, traz uma ideologia conservadora e cristã, usando sempre como referência o discurso do atual presidente Bolsonaro. Natural de Caxias do Maranhão, vive em Imperatriz a cerca de 43 anos, é casado, pai de três filhos, se formou em teologia pelo instituto da igreja Assembleia de Deus, onde é pastor há 27 anos. Formado também em pedagogia pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e em filosofia Faculdade Evangélica do Meio Norte (FAEME). Em site do Tribunal Regional Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2020, o candidato declarou ter mais de 800 mil reais em bens e seu vice, Sargento Goya, também do partido PRTB, detalhou 970 mil reais em bens como imóveis e dinheiro em conta bancária, tornando um dos candidatos com maior valor declarado.

Atualmente o Pastor Daniel Vieira recebe apoio de diversas personalidades do meio político, entre elas estão o Pastor Samuel Câmara, proprietário da Rede Boas Novas; Levy Fidelix, Presidente Nacional do PRTB; Hélio Negrão, deputado federal e o vice presidente do Brasil, General Hamilton Mourão. Em entrevista concedidaaos alunos de Jornalismo da UFMA o candidato Daniel Vieira deu algumas respostas polêmicas. Ao ser criticado nos comentários do YouTube durante a live por suas respostas ríspidas, ele disse “gostaria de que nós tivéssemos um lorde britânico na prefeitura, mas para o momento a gente precisa mais de um guerreiro.” E em seguida afirmou “É isso que nós somos!”

Foram feitas muitas perguntas sobre a postura do candidato para com a classe LGBTQI+, pois o mesmo se declara contra a ideologia de gênero. O candidato afirmou que as políticas públicas são para todos e complementou “O público LGBT não são melhores que idosos, do que crianças,eles são pessoas.” E reafirmou que se eleito, a segurança LGBTQI+ não será de sua responsabilidade e sim do governo do Estado.

O candidato também apresentou diversos projetos para a melhoria de Imperatriz, entre eles, a contratação de mais médicos para agilizar o atendimento público via SUS, acanalizaçãodos riachos Capivara e Bacuri para sanar de uma vez por todas as enchentes, e a criação e implantação de uma escola de Arte.

Daniel Vieira foio nono convidadode uma serie de entrevistas com os candidatos a prefeito de Imperatriz, realizado por meio do projeto “ELEIÇÕES 2020 – Jornalismo da UFMA pergunta”, nesta entrevistaforam feitas perguntas sobre 11 eixose também perguntasenviadas pelos internautas ao vivo. Confira a seguir:

“Agora, vale dizer que muitos dos dados que são divulgados de violência contra homossexuais são também cometidos pelos parceiros deles, pelo pessoal do seu próprio grupo. E isso a mídia não informa”

 

Seja bem-vindo Pastor Daniel Vieira e obrigado por estar conosco.

Daniel Vieira:  Gente obrigado, eu que agradeço por estar participando com vocês, obrigado é um prazer estar aqui sendo entrevistado por vocês e dizer vamos lá.

Imperatriz Notícias: Eu queria reafirmar aqui o compromisso com o debate de alto nível com respeito e seriedade na qual a única arma permitida é da argumentação, sendo assim vamos iniciar com uma pergunta que interessa para todos, porque o senhor quer ser prefeito de Imperatriz?

DV: Porque Imperatriz não está nada bem. Aqui há 15 anos atrás entre de Goiânia e Belém éramos a cidade mais desenvolvida no índice de desenvolvimento humano no PIB e na renda per capita. O PIB de Imperatriz é seis bilhões e meio enquanto que o PIB de Marabá é oito bilhões e meio, ultrapassou nosso, e o PIB de Parauapebas são 18 bilhões, dá três vezes o nosso. Quem mora hoje em Imperatriz tem uma renda per capita de 25.000, quem mora em Paragominas, por exemplo, já tem uma renda de R$ 26 mil, quem mora em Marabá tem uma renda per capita de R$31 mil, são dados que mostram Imperatriz regrediu.

IN: Candidato a gente vai falar também de educação e na sua campanha um dos valores que o senhor prega é ser contra a doutrinação nas escolas, e nesta lógica o ensino religioso também teria um tipo de doutrinação, visto que o estado é laico e no Brasil não existe somente religiões de origem cristã, de acordo com a sua proposta o que e como impedir a discussão sobre religião nas escolas?

DV: Certo. Olha desde que é o método do Paulo Freire foi introduzido no nosso ensino, a educação do Brasil simplesmente despencou. Hoje nós estamos em 65° lugar no ranking mundial da educação, tem 64 países na nossa frente. Em matemática temos os piores alunos do mundo em matemática e em leitura também, até mesmo jornalistas hoje formados se expressam muito mal e leem muito mal, o vocabulário muito fraco. Isso reflete o método de ensino que está sendo colocado dentro do nosso sistema de educação.  Sobre a doutrinação nas escolas eu sou contra qualquer doutrinação, seja ela religiosa ou política, eu sou contra qualquer tipo de doutrinação, acho que como o estado é laico tem que ficar de fora dessa questão da doutrinação religiosa, mas também da doutrinação política.

IN: Candidato, falando agora sobre saúde no seu plano de governo, no tópico de saúde, o senhor ressalta o déficit no atendimento pelo SUS e na necessidade de formar novos profissionais, como resolver esse problema? o senhor vai lançar editais para concurso público durante o mandato?

DV: Se houver necessidade, sim. Nós precisamos ter um bom atendimento na saúde de Imperatriz. Se uma pessoa deseja fazer uma consulta na rede pública, ele vai no centro dos Três Poderes, levanta 4 da manhã, porque se chegar às 8 horas da manhã já não pega mais, tem que voltar no outro dia de novo, e ele marca uma ficha com 30 dias para ser atendido pelo médico e às vezes por mais 30, 40, 60 dias para fazer os exames e para fazer uma cirurgia eu já encontrei pessoas que estão na fila de espera 1 ano, 8 meses na fila de espera por uma cirurgia. Então a saúde em Imperatriz não está nada bem, claro que se for preciso faremos concurso para tal, mas enquanto não for possível pelo menos nós contrataremos Mais Médicos para melhorar o atendimento na nossa rede de saúde.

IN: Candidato e o senhor entende como doutrinação política?

DV: O que eu entendo por doutrinação política é você não ensinar sobre política, mas sobre partido. É você não ensinar sobre a política mundial, os grandes líderes políticos, as vertentes políticas as ideologias, é ensinar simplesmente sobre uma vertente e sobre uma ideologia, isso já é doutrinação.

 

“É, isso aqui é a minha maneira de ser, não é grosseria. Mas ríspido às vezes sim, e isso não faz mal nenhum a um gestor porque eu gostaria de que nós tivéssemos um lorde britânico na prefeitura, mas para o momento a gente precisa mais de um guerreiro”

IN: Candidato, falando agora sobre pandemia, com relação a atual política municipal do combate a COVID19, o senhor faria algo diferente?

DV: Com certeza faria. Se tivesse no governo nesse período, primeiro que eu não teria me apressado em fechar a cidade, o comércio como foi feito. Porque aqui mesmo em Imperatriz o comércio fechou, as igrejas fecharam antes mesmo de termos qualquer caso registrado, isso foi uma precipitação. Então se tivesse sido gestor no período teria agido de forma diferente. Nessa questão, quando a enfermidade chegasse aqui na cidade, também procuraria deixar as pessoas de grupo de risco isoladas, enquanto as que não são saiam nas ruas trabalhem e exerçam suas funções.

IN: Candidato, já que o senhor é contra a doutrinação religiosa e política, qual vai ser sua influência como pastor na sua gestão?

DV: Eu vou ser é prefeito de Imperatriz, não é pastor. O pastor eu já sou, na minha igreja, de Imperatriz serei o prefeito, e o prefeito é para todos. Não importa se você seja de uma igreja evangélica ou não, não importa se você tem sua opção sexual, seja hétero, seja homossexual, não importa. Serei prefeito de todos para tratar todos de mesmo módulo, não vou impor a minha crença sobre ninguém, muito menos sobre a educação, esse não é o propósito da nossa gestão. Precisamos fazer uma boa gestão, mas não estou me candidatando para pastor de Imperatriz, e sim prefeito.

IN: Candidato, agora a gente vai falar sobre infraestrutura, no seu projeto de gestão você pretende canalizar o Riacho Capivara e Bacuri para sanar de uma vez por todas o problema das enchentes. Em quanto tempo o senhor acredita que esse projeto pode ficar pronto?

DV: Olha, a gente tem esse projeto, mais sabendo que não é fácil, é possível, mas não é fácil. Por que isso? Porque primeiro nós precisamos criar o projeto com pessoas da área, e um projeto desse é caro e demora tempo. Depois do projeto pronto nós precisamos enviá-lo pra o Banco Mundial, que é um banco que ele geralmente faz empréstimos para cidades  de países de terceiro mundo para cuidar do saneamento, e um dos exemplos aqui perto de nós é Parauapebas, que acabou de conseguir junto ao Banco Mundial uma verba para canalizar os Córregos da cidade. Então assim não dá para se assumir em janeiro, dia 01 e já no dia 02 já está cuidando disso, isso demora mesmo, mas o importante é você começar. O importante é você fazer o projeto, o importante é você correr atrás. Se até ao final do meu mandato eu consegui que a gente tenha iniciado essa obra já é vitória.

IN: Candidato, e no seu plano de governo está escrito que uma das suas medidas será a cidade limpa. O senhor identifica falta de manutenção da limpeza em Imperatriz? E de que maneira você faria isso e qual seria o seu prazo para finalizar ação?

DV: Nas ruas do centro até que a limpeza está razoável, mas nos bairros está péssimo, eu tive por exemplo agora três dias na Vilinha, qualquer pessoa pode andar nas ruas. É areia demais em cima das ruas que tem asfalto, é mato, é buraco, é lixo espalhado pelo chão, é muita sujeira. Parece uma cidade da idade média, é muita sujeira. E nas ruas do centro também encontramos pontos onde também existe muita sujeira. Agora o que a gente pode fazer é melhorar a equipe de limpeza urbana, mas nós também precisamos melhorar métodos.

IN: Candidato, falando agora sobre segurança, estudos realizados pela Fundação Oswaldo Cruz mostram que em 3 anos mais de 24 mil casos de violência contra LGBTQI+ foram registrados, em média mais de 22 notificações de violências interpessoais e autoprovocadas por dia, significa um caso a cada hora. Candidato, visto que o senhor se declarou contra a ideologia de gênero, de que forma o senhor pode garantir a segurança desta comunidade na nossa cidade?

DV: Olha, isso aí não é bem uma responsabilidade do prefeito né? A segurança por exemplo do cidadão é responsabilidade do Governo do Estado através da polícia militar e da Polícia Civil. Agora, eu sou contra qualquer tipo de violência contra qualquer pessoa. O fato de eu ser contra a ideologia de gênero não me transforma em alguém que seja contra quem tem uma opção sexual A ou B, isso não existe da nossa parte. Qualquer pessoa que cometer violência contra qualquer pessoa que tenha qualquer opção sexual, ela deve ser punida na regra da lei. Então, isso é algo inadmissível, que em pleno século XXI pessoas sejam punidas ou pessoas sejam violentadas por conta de professarem uma fé ou por conta de professarem uma opção sexual. Qualquer pessoa que fizer isso, precisa ser punida rigorosamente, rigorosamente. Agora, vale dizer que muitos dos dados que são divulgados de violência contra homossexuais são também cometidos pelos parceiros deles, pelo pessoal do seu próprio grupo. E isso a mídia não informa.

IN: Candidato, mais uma pergunta do chat do YouTube. A Keliane Costa perguntou da seguinte forma: “O senhor respondeu de maneira ríspida perguntas que discorda. Como pretende lidar com as críticas já que isso é parte da vida do novo prefeito?”

DV: É, isso aqui é a minha maneira de ser, não é grosseria. Mas ríspido às vezes sim, e isso não faz mal nenhum a um gestor porque eu gostaria de que nós tivéssemos um lorde britânico na prefeitura, mas para o momento a gente precisa mais de um guerreiro. É isso que nós somos!

IN:Outra internauta perguntou da seguinte forma: “Candidato, no Imirante fala que sua convençãofoi marcada pelo patriotismo e religiosidade. O que significa isso?”

DV:Hahahaha, eu acredito que essa pessoa que fez a pergunta saiba, né! É… o patriotismo é aquilo que a gente tenta recolocar no coração dos brasileiros porque eu sou de um tempo em que as crianças aprendiam a cantar o hino nacional na fila da escola pública. Na época, na semana da independência você aprendia a cantar o hino da independência, aí toda criança sabia cantar o hino da independência… E era ensinado o patriotismo, a se amar o Brasil, as cores verde e amarelo. Mas a gente crê que o sistema implantado na educação também tirou isso do nosso meio. Foi ensinado as pessoas a acreditarem que o Brasil é a seleção brasileira, Brasil… Brasil…E o Brasil não é isso, o Brasil é o seu povo, a sua gente, a sua geografia a sua diversidade, isso é o Brasil.

IN: Candidato, agora uma pergunta sobre a UFMA. A UFMA é um espaço importante de atração porque muitos jovens vêm estudar e morar em Imperatriz, isso gera crescimento e movimento da economia da cidade. Que tipo de parceria o senhor prevê para se aproximar mais da UFMA?

DV: Olha, a UFMA e não somente a UFMA, mas todas as faculdades de Imperatriz elas estão aquecendo a nossa economia. Muitas pessoas estão vindo para cá, para a Facimp, para estudar na FEST na Unisulma na UEMA. Então, elas têm feito isso, gerado um aquecimento da nossa economia e isso é benéfico. Mas, mas do que isso, é benéfico aculturar as pessoas. Nós precisamos aculturar as pessoas, fazer com que as pessoas tenham mais cultura, conhecimento. Então, o que for preciso da prefeitura na nossa gestão para que esse trabalho continue sendo desenvolvido e até melhore, a gente vai está pronto sim para fazer as parceiras. Mas quem vai dizer as necessidades da UFMA não é o prefeito, é o reitor a reitora, são os alunos que podem dizer: “Prefeito Daniel Vieira, nós temos essa carência e essa necessidade…”  e nós vamos estar prontos pra fazer parcerias sim.

IN: Candidato, nós temos mais perguntas do YouTube. A Lorena Silva pergunta: “Aparentemente o senhor age da mesma forma que o atual presidente Jair Bolsonaro, o senhor acredita que esse comportamento vai lhe garantir a sua eleição?”

DV: Eu não sei se vai me garantir a minha eleição, mas eu não posso mudar a minha personalidade por conta de uma eleição, por quê? Porque eu sou assim, e assim tem dado certo. Eu sou pastor de igreja há 27 anos e, diga-se pastor, de sucesso. Igrejas cheias, ministérios abençoados, todos os lugares onde fomos a igreja se desenvolveu muito. Hoje nós pastoreamos quase trezentos pastores, uma convenção, diversas igrejas e assim tem dado certo, sendo verdadeiro, tá? sendo verdadeiro, é o que somos. Porque eu creio que o povo também está cansado desse pessoal que tem duas caras, que na frente do eleitor é “meu amigo” sorriso e tapinha nas costas, mas por traz defrauda os cofres públicos. Por traz, não é nada daquilo e nós estamos cansados dessa velha política. Nós precisamos de homens que sejam verdadeiros nos cargos de gestões dos municípios do nosso país.

 IN: Candidato, e o senhor acha que o seu nome é verdadeiro? Por quê?

 DV: Tanto é que eu estou disputando, eu creio piamente nisso, que hoje eu sou o diferencial dessa política e que nós podemos sim fazer uma grande gestão na cidade de Imperatriz, por essa razão coloquei o meu nome.

IN: Candidato, mais uma pergunta do chat. A Olivia Guemer quer saber, o senhor acredita que existe uma distribuição do kit gay?

DV: Houve em alguns lugares, principalmente no sul. Fotos tiradas, vídeos feitos em que algumas escolas de algumas regiões se entregava uma cartilha, entregavam às vezes camisinha. Foram feitos vídeos de professoras simulando sexo anal, sexo oral e tudo mais. Mas o que diz respeito ao kit gay, algumas cidades, não todas, mas algumas receberam sim várias cartilhazinhas, várias coisas pra induzir as nossas crianças.

IN: Candidato, agora com relação a cultura. No primeiro mandato do atual prefeito da cidade o Assis Ramos houve uma quebra de expectativas da população por parte do tamanho do bolo da cidade, que virou meme inclusive, chamado o bolo de centímetros. Na sua gestão, como será o bolo?

DV:Hahahaha, a gente não pode fazer um bolo do tamanho do mundo não viu, porque a cada dia Imperatriz faz mais um ano, aí se tinha um bolo de 150 metros,  depois 151, esse ano fez 168 anos, daqui mais um tempo vai tá em 200 anos, vamos ter um bolo de 200 metros? Não tem condição.

IN: Ainda falando sobre cultura Candidato, quais são os seus planos pra fomentar a cultura aqui na cidade de Imperatriz?

DV: Olha eu sou amante da cultura, tá? Imperatriz na década de 80 ela era mais aculturada. Nós tínhamos os festivais como o FABIR, nós tínhamos os artesãos que esculpiam madeira. Na década de 80 que surgiram já os artistas Chiquinho França, Erasmo Dibell, Zeca Tocantins e tantos outros. Agora, hoje a nossa cultura está um pouco apagada, porque principalmente nessa gestão ela se atuou apenas em se trazer uma banda de fora, um cantor de fora, um réveillon numa festa X ou Y se pagar uma boa quantia e nada, na verdade não foi feito nada para a cultura. Agora, na nossa gestão nós vamos fazer.

IN: Candidato, agora a gente vai falar demobilidade e de acordo com o seu plano de governo o senhor pretende criar pelo menos 5 avenidas que visam promover mais mobilidade para o trânsito na cidade. Em quanto tempo o senhor acredita que esse projeto pode ficar pronto?

DV: Olha não podemos aqui dizer para você “tal tempo” porque o dinheiro não está na conta, se estivesse na conta eu diria “começa em janeiro a obra e tem um período X”. São projetos que nós vamos correr atrás.

IN: Candidato, o Alexandre Santana falou “Educação sexual e camisinha virou kit gay?” Elegostaria de saber se o senhor é contra a educação sexual?

DV: Não virou kit gay não, estou dizendo que fazia parte.

IN: Mas o senhor é contra a educação sexual?

DV: Depende da idade, se for pra criança, contra, muito contra.

IN: Candidato falando agora de turismo como o senhor avalia o setor de turismo em Imperatriz e como pretende melhorar esse setor na nossa cidade?

DV: O turismo em Imperatriz ele praticamente é inexistente porque o que nós temos pra oferecer? Nada. Dificilmente alguém viria, quem vem de uma cidade distante para Imperatriz por conta de turismo? O que nós temos pra oferecer são cerca de 3 meses de praia do Cacau e esse ano foi até menos. Aí você acha que alguém viria de São Paulo por causa da praia do Cacau? A praia do cacau é pra gente. Ou esse turismo regional que é a pessoa aqui de João Lisboa, viria de senador La Rocque até de Açailândia. Mas aquele turismo nacional nunca viria pra Imperatriz porque aqui não tem.

IN: Candidato, mais uma pergunta do chat do YouTube. Lorena Silva pergunta: Pastor, na resposta anterior o senhor reforçou uma fala repetida diversas vezes pelo presidente “velha política” etc… qual é a sua opinião sobre as denúncias de corrupção ocorridas no governo Bolsonaro?

DV: Eu não vi ainda essas denúncias de corrupção no governo Bolsonaro não. O que eu vi foi denúncias que envolvem o filho dele quando deputado no Rio de Janeiro e que não foram comprovadas. No governo Bolsonaro eu quero que me mostre qual foi a denúncia de corrupção que teve porque até agora não vi nenhuma em nenhum site de notícias nacional respeitado no nosso país.

IN: Candidato o senhor declarou quase um milhões em bens para o TSE. O senhor pode descrever quais são os seus principais bens que compõe esse valor?

DV: Duas casas, tem um apartamento, tem uma caminhonete S10, um lote, um pouco de dinheiro na conta, é isso aí.

IN: O Parque Alvorada tem muitos problemas na questão da infraestrutura. Quais sãos seus planos para resolver os problemas de enchentes nesta localidade?

DV: O Parque Alvorada 1, coitado do pessoal do Parque Alvorada 1, e do Parque Alvorada 2. O que está acontecendo é que nós temos uma demanda de água, da cabeceira do rio Cacau, muito grande. O Cacau que passa naquela região já vem desde Senador La Roque, lá na frente. Ele vem trazendo um volume de água, que quando chega aqui, nessa região, causa todos esses transtornos. Agora, havia uma espécie de dique sabe, países desenvolvidos criam diques, como a Holanda. Diques são barreiras para evitar inundações. Então, nós precisamos criar barreiras lá na frente do Parque Alvorada 2, para evitar que esse volume de água venha de lá, chegue ao bairro. E também precisamos fazer aquilo que nós chamamos de piscinões, que são escavações, nesses locais, acima dos diques, para que a água que venha seja colocada ali naquele local, para que quando a água vier seja represada no dique, para que a vazão dela, pelo leito do Cacau, seja melhor e dê tempo de sair por lá sem inundar o bairro. O que eu estou falando é que no Parque Alvorada 2, nós precisamos fazer os diques de contenção e os piscinões para segurar a água, antes que chegue nos bairros.

IN: Candidato, o senhor critica a saúde, o turismo e a infraestrutura da cidade, mas não apresenta propostas. Quais são suas propostas para essas áreas?

DV: Na saúde precisamos contratar mais dez médicos clínicos-gerais e precisamos contratar mais dez especialistas, e colocarmos no centro de atendimento. Se colocarmos 20 médicos, cada um atendendo 20 pessoas por dia, dos 400 atendimentos por dia, acabou a fila de espera por consulta e vai acabar a fila de espera por cirurgia. Se ele (governador) não fizer, nós vamos correr atrás para fazer um novo Socorrão, porque esse é uma espelunca. Levar o atendimento aos bairros da cidade. Lá no posto de saúde da Vila Nova, nós precisamos colocar mais dois médicos ali, para que esse povo da Vila Nova, Parque Santa Lucia, não precise se deslocar aos três poderes para marcar a sua consulta.

DV: Eu já tinha falado na infraestrutura sobre a questão de abrir as novas vias em Imperatriz, mas não é só isso, nós precisamos priorizar o bloquete ao invés de asfalto. Porque 1km de asfalto custa cerca de 800mil, enquanto 1km de bloquete custa 400 mil. Vamos priorizar o bloquete que é mais barato, dura mais, ajuda na questão do aquecimento da cidade, diminui o aquecimento, o asfalto é mais quente; O asfalto é impermeável, a água bate e tem que procurar um lugar para correr, porem o bloquete, o solo ajuda a absorver a água, então ajuda a resolver os problemas das enchentes.

DV: Com respeito ao turismo, nós precisamos criar uma secretaria, ou uma agencia que se encarregue de organizar aquilo que seria potencialidades nessa área. Por exemplo, a praia do cacau está deixando muito a desejar, mas ela pode ser melhorada. Como? Se levando a Avenida Beira-rio até próximo dela. Como melhoraríamos mais? Com uma iluminação melhor, para que as pessoas pudessem chegar até ali. Mas não é só isso, nós precisamos organizar outras fontes de turismo aqui, e isso se cria. Por e exemplo, nós não temos zoológico, de repente a gente pode encontrar uma empresa que queira fazer um zoológico na nossa cidade, para atrair pessoas, para visitarem o nosso zoológico, ou um parque nacional, ou um parque municipal. Nós temos um projeto nessa área, e vamos criar uma equipe para elaborar tudo isso durante a gestão.

 

IN: Candidato, você como um candidato de direita, quais são os seus planos de governo para o público LGBT de Imperatriz?

DV: O público LGBT não são melhores do que os idosos, do que as crianças, eles são pessoas. As políticas públicas são para o povo todo, e LGBT são pessoas, estão inseridas na nossa sociedade, e que certamente participarão de todos esses incrementos e de todas essas melhorias que vamos criar.

IN: Caso o senhor eleito, o que você fara pelo transporte público da cidade?

DV: O transporte público da nossa cidade está vivendo em um momento emblemático. As linhas de ônibus urbanos e também na área metropolitana da nossa cidade, que se pode fazer é abrir licitações para que outras empresas venham participar das licitações e colocar mais ônibus à disposição do nosso povo.

IN: Pensando no cuidado com os profissionais que trabalham com a limpeza pública que vivem se machucando com matérias cortantes, o que eu o candidato acha que pode ser feito para que a coleta seletiva seja efetiva em Imperatriz?

DV: O que precisa é fazer campanhas de conscientização usando as mídias, todas as mídias possíveis para que as pessoas cresçam com respeito a isso, porque não se pode entrar na casa de uma pessoa, em um apartamento e obrigar ele a fazer, isso aí é coisa de pessoas educadas, de pessoas conscientes. A gente chega a formar a consciência de pessoas educadas através de campanhas de conscientização.

IN:  Senhor Daniel Vieira estamos chegando ao final da entrevista e esse espaço fica aberto para você fazer as suas considerações finas.

DV: Quero agradecer primeiro a professora Izani, que entrou em contato com a gente e vocês também estudantes de Jornalismo. E, quisera eu que de fato os jornalistas do nosso pais fossem mais profissionais, não falo de vocês, mas falo de uma gama de jornalistas que hoje deixa sua vertente ideológica falar mais alto do que o seu profissionalismo, a sua responsabilidade de informar com critério para as pessoas. Mas eu quero deixar aqui a minha participação, dizendo a vocês que Imperatriz não está bem, eu já falei aqui porque Imperatriz não está bem, nós estamos regredindo. Porque há 15 anos atrás éramos a maior cidade em população, em PIB e renda per capita, entre Goiânia e Belém. Hoje, algumas cidades ultrapassaram e outras estão bem perto de Imperatriz. Imperatriz não está bem, financeiramente e economicamente a cidade não está bem. Educacionalmente no que diz respeito a escola pública precisa ter muitas melhorias, na mobilidade urbana precisa ter muitas melhorias, na saúde também. Você vê que nós temos um péssimoSocorrão, só vai pro Socorrão quem não tem a mínima condição de ir para uma clínica pagando para ir para uma clínica. É muita coisa que não está bem.

Esta entrevista integra o projeto interdisciplinar

ELEIÇÕES 2020 – Jornalismo da UFMA pergunta

Alunas de Gêneros Jornalísticos responsáveis por essa produção:

GiovannaJustino,Keliane Costa, ThátilaSousa