Conheça o relato do jovem piloto de avião de Imperatriz que está atuando na linha de frente na transferência de pacientes com Covid-19.
Por Ana Karla
A pandemia do novo coronavírus deixou vários aviões e pilotos fora dos ares, por outro lado, alguns passaram a ter um papel fundamental na missão de salvar vidas.
Com o aumento de casos de contaminados pela Covid-19, os hospitais de várias cidades e Estados estão com ocupação de 100% dos leitos clínicos e de UTIs. É aí que entra o papel de um profissional que vem passando despercebido aos olhos da população, o piloto de avião.
Aos 22 anos, Gabriel Finelli já está na profissão há 5 anos. Na pandemia, ele tem sido um dentre vários pilotos que tem trabalhado na transferência dos pacientes em casos de Covid-19 pelos ares do Brasil.
O jovem explica como tem sido a sua rotina diante do aumento do número de voos de UTIs aéreas por conta da pandemia.
“Já cheguei a voar 11 horas em um dia (em voos de transferência de pacientes com Covid-19). Em média são 5 voos semanais, às vezes 2 voos por dia”.
O piloto Gabriel ainda explica que os voos tem se intensificado mais ainda no ano de 2021 com o aumento de casos em todo o país, mas que ao mesmo tempo, devido a falta de leitos de UTIs disponíveis nos hospitais de vários Estados, as transferências aéreas têm diminuído, pois não tem leitos disponíveis para receber os pacientes.
“Só no mês de janeiro fiz mais remoções de pacientes com Covid do que em todo o ano de 2020, porém no mês de fevereiro até março a demanda diminuiu devido à falta de leitos de UTI em outras cidades”, relatou o piloto.
Gabriel contraiu a Covid-19 em fevereiro de 2021 e acha que pode ter sido durante uma das transferências de pacientes, apesar de sempre usar todos os equipamentos de proteção.
“Usamos a paramentação, macacão, face shield, máscara e luvas e também mantemos as portas da cabine sempre fechadas, após o término do voo somos desinfectados e a aeronave também, mas mesmo assim contrai o vírus”, descreveu Gabriel.
Com o aumento de casos e de transferências aéreas sendo realizadas, o piloto Gabriel Finelli explica a sua preocupação diante da situação e seus pontos negativos.
“Fico preocupado porque mesmo estando na linha de frente, nenhum dos pilotos ainda recebeu a vacina da covid. Como ponto negativo, fico muitos dias longe de casa e estou exposto ao vírus sem vacinação”.
A profissão, durante a pandemia tem enfrentado momentos turbulentos, assim como várias outras. Mas para o piloto de 22 anos, esse momento tem sido de muito aprendizado e crescimento.
“Gratidão por arriscar minha vida para salvar uma vida”.
Durante as missões aéreas de transferência de Covid-19, os voos também levam profissionais da saúde que fazem o acompanhamento do paciente.