Uso das telas eletrônicas na primeira infância

A rotina com crianças de zero a seis anos é complicada, pois os pequenos requerem atenção redobrada além de algo que os entretenha o suficiente para que fiquem quietos por um tempo. Com isso, alguns pais recorrem à tecnologia, seja para o filho assistir, brincar, jogar ou estudar. Mas assim como tudo na vida tem seus benefícios e malefícios a tecnologia também tem os seus.
Fernanda da Silva Cortez, de 21 anos, mãe do pequeno Benjamin de 11 meses, coloca o filho diante de uma tela quando precisa realizar os afazeres de casa, como fazer a comida, lavar a roupa ou arrumar a casa. Como não tem alguém para ficar de olho no bebe, ela o coloca para assistir um dos seus desenhos seja o Mundo Bita ou Bolo Fofo no celular, TV ou tablete, é o único momento em que ele fica quieto.
Benjamin apesar de ser novo gosta de brincar tanto com brinquedos quanto gosta de assistir. O que é uma ajuda para sua mãe quando precisa fazer algo dentro de casa, o mesmo acontece com a pequena Isabela Lima de Oliveira de seis anos, sua mãe Iara Pereira Lima da Silva Oliveira de 30 anos comenta que a filha também gosta dos “dois, porque não gosta de ficar só ou sem fazer nada.”.
Malefícios

A psicóloga Dayse Chaves Lemos Especialista em Neuropsicológica e Doutoranda em psicologia clínica alerta que nos dois primeiros anos de vida da criança o indicado é que ela não tenha nenhum tipo de contato com as telinhas, após isso “Ter gradualmente por tempo, controlado pelos pais ele utilizar em um espaço que sempre tenha muita gente, ser aparelhos que sejam protegidos por segurança para que os pais verifiquem a que acesso eles estão tendo a conteúdo.”
O que alguns pais não imaginam é que o contato direto e o tempo inteiro pode afetar o comportamento da criança tanto no presente quanto no futuro. A mãe do Benjamin relata que ao tirá-lo da frente das telas ele “ Começa a chorar muito, e até em momentos ele começa a engasgar de tanto chorar quando a gente desliga o celular e ele não assiste mais”. Ainda que seja novinho, Benjamin não tem paciência para esperar o intervalo entre o final de um episódio e o início de outro, logo, ele começa a ficar inquieto e a querer chorar. Enquanto a Isabela de seis anos quando é tirado dela os aparelhos eletrônicos ela fica com raiva e começa a chorar.
A psicóloga explica do porque disto acontecer “se a criança está muito tempo ali a tecnologia é algo que distrai muito, é muito atrativo só porque pode substituir a questão das relações a criança querer ficar entretida só naquele mundo e esquece as coisas ao seu redor e se irritar e causar reações de irritação quando sai daquele ambiente de muito estímulo”
A longo prazo a criança pode se tornar introvertida, mais agitada, ansiosa e ter dificuldade de interação com outras pessoas com quem ela não tem tanto contato. Fernanda entende que a tecnologia “Não é o ideal para crianças, não era nem o momento dele usar, mas foi a única saída que eu tive, que eu achei”.

Controle

Uma boa forma de controlar o uso de aparelhos eletrônicos na primeira infância é colocar na rotina da criança várias atividades, tirar um tempo para brincar com ela, comprar materiais mais físicos para que ela possa está brincando e para que ela tire um tempo para si. É o que a mãe do Benjamin faz, “ a gente concilia em sair, brincar com ele ou sentar na porta.”
No caso de pais que não conseguem controlar o uso dos aparelhos eletrônicos, como é o caso da Iara, a mãe da Isabela é aconselhada a não tirar o uso de maneira radical e sim gradualmente e estabelecer uma rotina na vida da criança. Caso ela tenha muita resistência a isso é necessário que procure a ajuda de um profissional.
Alguns pontos positivos :
- Influência na aquisição da linguagem e aumenta o vocabulário.
- Estimula a concentração e o raciocínio lógico
- Desenvolve a capacidade de aprendizado
- Interesse em conhecer novos assuntos