Antigo Camelódromo tem variedade de produtos e boa localização
por Henrique César Barbosa da Conceição
O Shopping da Cidade, antigo Camelódromo, é uma área comercial do centro de Imperatriz, com lojas de roupas, assessórios, objetos de decoração para casa, aparelhos eletrônicos e muitos outros. Ao chegar pelo começo da tarde em um clima quente, já se encontra a interação entre os vendedores que estão conversando sobre assuntos típicos do dia a dia, como por exemplo, o resultado das vendas até o momento e até sobre o bem estar do próximo. Ao entrar no local, há várias lojas abertas, cada uma com seus produtos, suas características de organização indo das mais arrumadas até as mais diferenciadas, com os produtos sendo vendidos no lado de fora.
O espaço passou por uma reforma de sua estrutura para se tornar mais confortável tanto para os vendedores como para os clientes. A inauguração ocorreu em meados de outubro de 2021, quando os vendedores do antigo camelô foram liberados a levar a mercadoria e colocar à venda.
São 275 boxes, todos com o mesmo tamanho, além dos pontos de vendas de produtos, dispõe de um espaço para venda de lanches como açaí, salgados e refeições completas e o famoso PF, o prato feito. Ao chegar, em seus corredores há pequenas plantas, o que deixa o ambiente arejado com uma sensação de aconchego.
Durante o período de reforma, muitos dos vendedores optaram por trabalhar em locais próximos dali, assim poderiam observar e acompanhar as etapas da construção. Há um fluxo de veículos ao redor do Shopping, pois o local dispõe de um estacionamento para táxis, mototáxis e vans que fazem viagens para outras cidades como Bananal, Amarante e Governador Edson Lobão. Os trabalhadores do transporte aproveitam o espaço reservado para estacionamentos e ficam por lá esperando a hora de sair de novo enquanto saboreiam as comidas das lojas de lanche e ficam conversando com os trabalhadores sobre assuntos que surgem ali no momento.
A localização como ponto de comércio é boa, além de ficar ao lado do Panelódromo, tradicional área de refeições caseiras e típicas como a panelada, e do Terminal de Integração Freitas Filho, local de chegada e partida dos ônibus da cidade.
Rotina de trabalho e necessidades
Um dos vendedores do lugar, Jarbas Alencar, 42 anos, morador da cidade, relata que a cooperação e companheirismo entre eles auxiliam na renda das vendas. Jarbas chega ao shopping às 7h da manhã para arrumar seu ponto de venda, por morar próximo ao local. Ele trabalha ali há 25 anos e viu de perto as mudanças que ocorreram em todo esse tempo.
Para ele, a nova estrutura contribuiu muito para melhorar a qualidade e a vida dos vendedores. A mãe de Jarbas, com quem mora até hoje, foi uma das pioneiras a vender roupas no local, ocupação essa que passou de geração em geração. O filho e as filhas seguiram o mesmo rumo como vendedores, ambos trabalham lado a lado.
A loja de Jarbas vende roupas masculinas e femininas de todos os tipos, malhas e formatos possíveis, indo de uma simples camiseta até roupas mais formais para ocasiões especiais e recebe as mercadorias de outras cidades como Fortaleza e São Paulo.
“No começo do mês as vendas ficam maiores, pois é nesse período onde as pessoas tem mais dinheiro por terem recebidos seus salários e com o passar do final do mês o fluxo diminui“.
Lilian de Alencar, 44 anos, irmã de Jarbas conta que a nova estrutura proporcionou maior conforto e visibilidade dos outros ao local, pois a antiga era desarrumada, possuía um mau cheiro e ainda havia o medo de roubos, pois outras pessoas se aproveitavam de lá para fazer coisas erradas e até usar drogas, sejam jovens ou mais velhos. Ela trabalha há pouco tempo no Shopping da Cidade, cerca de um ano e meio, mas o suficiente para perceber que com esse local novo, os clientes são mais atraídos e induzidos a fazer compras. “Falta mais divulgação daqui para as pessoas da cidade, não se vê a TV falando sobre nosso lugar para o povo”.
A implantação de um caixa eletrônico para as pessoas sacarem dinheiro e fazerem compras é algo que Lilian sente falta no local e isso impacta as vendas do lugar, tornando assim um desafio do trabalho.
“As pessoas vem comprar e quando chegam na hora não têm dinheiro em espécie, como não tem um caixa por aqui, a pessoa fala que vai sacar em outro lugar e acaba indo em outra loja do Calçadão e assim perdemos nosso cliente”, diz Lilian.
Outra reclamação é a falta de um bebedouro, cada um tem que trazer uma garrafa de água de sua própria casa, que para alguns como Jarbas não é uma tarefa difícil por morar perto. Mas para outros é um problema corriqueiro, além da dificuldade de usar o banheiro da área, que apresenta falhas em seu uso, fazendo que alguns tenham que usar o de lugares próximos.
As variedades são muitas, há lojas de roupas femininas e masculinas para quem quer estar na moda, de peças para decorar seu celular e deixar colorido e bonito através de capinhas personalizadas. Quem busca confecções com padrões diferentes também consegue achar no local, há ainda a possibilidade de encomendar uma roupa a sua escolha. E para os clientes que querem presentear crianças, o local possui lojas de brinquedos variados inclusive para aqueles que curtem fazer coleções com brinquedos de personagens famosos da atualidade ou de relíquias.
No ambiente de trabalho, os vendedores cooperam entre si, trocando informações com outros sobre como melhorar as vendas, buscando mercadorias que estão em falta na sua loja, falando com os clientes para comprarem em outra loja do local caso não encontre o que está buscando. O clima é harmonioso mesmo sendo concorrentes de vendas.
Ao final do dia os vendedores locais vão arrumando suas coisas para fechar suas lojas, alguns levam seus materiais para a casa e outros deixam ali mesmo no local. A sensação do dia se encerrando no Shopping da Cidade é do dever cumprido, as vendas foram feitas, o lucro pode ou não ter sido bom, mais uma jornada de trabalho termina, agora é ir para casa, descansar e no outro dia seguir novamente.
- Reportagem de vivência produzida na disciplina de Técnicas de Entrevista e Reportagem (2023.1), orientação da profa. Yara Medeiros