Por Jakeline Bernardo e Renara Lima
O mercado informal ainda sofre as consequências da pandemia e luta para se reerguer novamente. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor alimentício foi o único que conseguiu números positivos em relação ao faturamento pós-pandemia. Enquanto produtos alimentícios conseguiram se manter estáveis, áreas como tecidos e vestuários caíram 41,5%.
Francisca Oliveira, de 31 anos, trabalha há 12 anos em um dos brechós da Praça de Fátima e vivenciou de perto as dificuldades da pandemia e as consequências que esse período trouxe para o mercado, principalmente os bazares. “Depois da pandemia caiu muito, mas ainda dá pra viver disso”, falou Francisca Oliveira, e reiterou que mesmo com todas as dificuldades, essa segue sendo sua única fonte de renda.
Marta Maria Ribeiro Melo, de 37 anos, responsável pela banca de revistas da Praça também relatou dificuldades na venda após a pandemia. Não conseguiram abrir totalmente a banca e funcionavam apenas para devoluções e receber distribuidoras. Segundo Marta Maria, “Muitas editoras fecharam por conta da pandemia e as revistas estão escassas”.
O mercado editorial já apresentava queda antes mesmo da pandemia, e se agravou no período pandêmico. Dados da Pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, entre 2006 e 2019 houve uma diminuição de 20% na receita da área literária. “A revista não tem mais distribuidoras em Imperatriz, várias livrarias fecharam, a revista faliu”, afirmou Marta Maria.
Em contraponto, o mercado alimentício conseguiu se reerguer em meio às dificuldades. Ainda de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), alimentos não tiveram uma queda tão grande quanto outros setores, e após a pandemia voltou a se reerguer com um saldo positivo de 3,3%. Segundo Flandoval Ferreira, de 56 anos, proprietário da Don Lanches há 12 anos, as vendas tiveram
redução de 70% na pandemia, funcionando apenas em formato de delivery para os clientes que não podiam ir até a Praça de Fátima. “Após a pandemia, voltou o que era antes. Ainda bem, é diferente, alimentos voltam mais rápido”, afirmou Flandoval Ferreira. Fica claro que apesar das dificuldades em torno da pandemia, os trabalhadores informais continuam na luta para se reerguer novamente dia após dia.