Resiliência e tradição marcam o comércio no centro de Imperatriz

Mesmo com a chegada de novos empreendimentos, comerciantes tradicionais seguem no Calçadão, adaptando-se às mudanças do mercado.

 Gabriel Jordan

Jorge Macedo, empreendedor há 26 anos em fotografia no centro de Imperatriz.

O calçadão de Imperatriz, fundado em 1949 se tornou um dos principais centros comerciais da região, pela sua diversidade de lojas e produtos ofertados. Durante os 76 anos desde sua fundação, novos negócios e empresas ganham o cenário por se diferenciarem em suas soluções, mas no coração da cidade ainda sobrevivem empreendimentos tradicionais, reunindo histórias de persistência e paixão pelo trabalho.

Para Jorge Macedo, proprietário de uma loja do segmento de fotografias há 26 anos, por mais que fotos reveladas não sejam mais tão procuradas, seu apreço pelo o que faz é a sobrevivência no mercado durante tantos anos “eu escolhi não tornar [a empresa] uma gráfica, permaneci na fotografia porque ela é narrativa. Por exemplo, o jogo de futebol o cara quer uma foto dele; casamento, batizado; foto é registro”. Ele comenta que durante os anos, o aluguel do ponto passou por alterações de valores e as estratégias para se manter no centro comercial foram buscar alternativas com outros comerciantes “por exemplo estou aqui há 26 anos, e como o aluguel aumentou eu compartilhei com ele [conserto de celular], lá fora tem o vendedor de conserto de relógio e aqui na frente também tem uma máquina de sorvete de um outro rapaz”, relata.

Segundo dados da Junta Comercial do Maranhão (Jucema) até Outubro de 2025 foram abertas 1.454 empresas no setor do comércio em Imperatriz. O dado revela que novas empresas continuam a surgir em meio a um mercado pulsante, onde há mais de 18 mil empresas ativas no mesmo segmento. Para Elizabeth Miranda, dona do único sebo da cidade, o mercado de livros resiste com muita força de vontade do empreendedor imperatrizense. “Olha não só o sebo, mas livrarias aqui em Imperatriz quase não tem mais, então ficou complicado pros livreiros se manterem. Aqui tinha bastante livraria mas devido ao digital, a concorrência, as pessoas ficaram sem condições de manter a empresa. Porque na realidade a movimentação geral na cidade caiu em 70 por cento, então pra fazer isso, só com muito amor”, desabafa.

Diferente de seu Jorge, dona Elizabeth comenta que as facilidades de se manter no atual ponto, na rua Simplício Moreira, se devem ao fato dela trabalhar dentro de casa. “Essa é a minha garagem, aqui onde estamos é a frente e lá atrás é o fundo. 
Então eu vou dizer que esse local é meu e eu tô administrando. Mas graças a Deus eu não pago aluguel”. Mesmo com os desafios e a concorrência crescente, a permanência de negócios tradicionais no centro de Imperatriz reforça a importância desses empreendedores na economia local. Mas a admiração pelo trabalho e a clientela são fatores que garantem a continuidade de atividades que fazem parte da história da cidade.