Prefeitura garante para 2017 postos de coleta seletiva de lixo em todos os bairros

 

Texto e Fotos de Letícia Holanda

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Prefeitura planeja postos de coleta seletiva em todos os bairros da cidade até 2017

Em Imperatriz, são produzidos mensalmente, em média, cinco toneladas de lixo, segundo a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sinfra). No entanto, o lixo recolhido nas ruas dos bairros da cidade tem destinação inadequada, pois é depositado no terreno do município, lixão que deveria ter sido desativado em agosto de 2010, em cumprimento à nova Política Nacional de Resíduos Sólidos.

De acordo com a Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (Sepluma), o município desenvolve projetos de planejamento da coleta seletiva em parceria com Ascamari e empresas privadas no intuito de trabalhar em prol da destinação adequada do lixo. “Estamos trabalhando para que até o inicio de 2017,  em todos os bairros de Imperatriz, tenha um ponto de coleta seletiva para atender a população”, afirma a diretora da Sepluma, Darene Ribeiro.

Enquanto isso não acontece, estofados velhos (sofás e colchões), pneus, móveis (guarda roupas e armários), embalagens e caixas de papelão, sacos plásticos e sacolas, garrafas PET, latinhas, restos de material de construção, galhos de árvores, roupas, calçados, brinquedos, recipientes plásticos, frascos de perfumes, produto de limpeza e higiene, material escolar, restos de comida, panfletos, jornais, revistas e até animais mortos. Tudo isso é possível encontrar nos montes de lixo que se acumulam, no lixão, praças, ruas, canteiros de obras, riachos e nos terrenos baldios dos bairros de Imperatriz.

Catadores dão destino correto ao lixo, mas postos de recolhimento ainda são insuficientes
Catadores dão destino correto ao lixo, mas postos de recolhimento ainda são insuficientes

Segundo a Sinfra, cerca de 200 toneladas de resíduos são jogadas todos os dias no lixão municipal. Sem aterro sanitário e a falta de separação do lixo, o sistema de coleta em Imperatriz funciona durante toda a semana, obedecendo a seguinte escala: Centro da cidade; todos os dias, durante a noite. No Bairro da Nova Imperatriz: segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, durante à noite. Para o Bairro do Bacuri a escala de recolhimento é realizada nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados pela noite. Os bairros mais distantes, como da BR.010 até Beira Rio; segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira durante o dia; e da BR. 010 até o Camaçari, nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados.

Segundo Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis (Ascamari), 41,6% do lixo produzido em Imperatriz vai parar no lixão municipal, cabendo aos catadores o papel de dar destinação adequada a esses resíduos por meio da reciclagem. “Muitas vezes, esses profissionais realizam o trabalho que é de responsabilidade da gestão pública”, afirma o presidente da Associação, Antônio Conceição Telles.

Coleta seletiva é papel de cada um

Mesmo com a falta de incentivo e gerenciamento adequado dos resíduos no município, a professora Laís Milhomem fala que a coleta seletiva não é algo que aprendeu como obrigação, mas um hábito que adquiriu com seus pais desde a infância. “Há muito tempo meus pais faziam a separação do lixo na cidade que eles moravam, lá existia a coleta seletiva, fui criada com esse costume”, afirma.

Laís ressalta que no condomínio em que mora, no bairro Três Poderes, a coleta seletiva tornou-se uma ação obrigatória para todos os moradores. “Na minha casa tenho uma lixeira na cozinha para resíduos orgânicos e em outro lugar ficam os recicláveis, que é papel, plástico, metal e vidro. No final entregamos para os catadores desse material”, diz a professora.

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Política – De acordo com a diretora da Sepluma, Darene Ribeiro, muitos municípios brasileiros têm facilidade de gerenciar seus resíduos, como a cidade de Santos (SP), Santo André (SP), Itabira (MG), Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO). Em Imperatriz essa realidade ainda está engatilhando. Um dos principais motivos é a necessidade de recursos do município para melhoria da capacidade técnica na gestão de seus serviços de limpeza pública, coleta seletiva, organização e tratamento adequado.

A Lei Federal nº 12.305/2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e impôs ao setor público e privado uma maneira de como lidar com a destinação final desses resíduos sólidos.

Segundo os dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), cada brasileiro produziu em 2015, quase 390 kg de resíduos, pouco mais de 1 kg gerado diariamente. A associação ainda produz, desde 2003, o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado anualmente. De acordo com o Panorama, o maranhense produz mais de 15 milhões de toneladas de lixo urbano.

Alternativa – A Ascamari possui 11 pontos de coleta que funciona de 8 horas às 18 horas, distribuídos pelos bairros Bacuri, Brasil Novo, Planalto, Caema, São José, Vila Cafeteira, Vila Fiquene, Recanto Universitário e Vila Redenção. A população deve separar o lixo em papel, plástico, vidros e metais, armazenando em sacos, para depois entregar nos pontos de coleta da cidade.

Existe ainda o projeto Ecocemar, presente nos bairros Bacuri, Nova Imperatriz e BR 010/Entrocamento, desenvolvido pela Companhia Energética do Maranhão (Cemar), que trabalha com a destinação organizada dos resíduos à indústria de reciclagem e difunde a cultura da coleta seletiva. O projeto consiste na troca de resíduos recicláveis por bônus na fatura de energia elétrica. “O cliente recebe o desconto na energia, de acordo com quantidade e tipo de material reciclável entregue no posto de coleta”, conta o responsável Wesley Aristarco.

Segundo o Aristarco, cerca de  38 mil pessoas  estão cadastrados no projeto em todo o Maranhão, com uma média de bônus de mais R$653.041,35 gerados na fatura de energia dos doadores. As pessoas devem levar os materiais separados, papel (livros, cadernos, papeis de escritório, revistas, folder e encartes, jornal e papelão), metal (ferro, alumínio, chumbo), plástico (garrafas de refrigerantes, garrafas de água minieral) e Tetra Pack.