Tradicional ponto comercial do centro da cidade oferece variedade de produtos
por Vitória Gonçalves
Cheiros, sabores e variedades, a Praça de Fátima é um dos principais pontos comerciais e de lazer em Imperatriz. Todas as quartas-feiras e sábados acontece a Feira da Praça de Fátima. Pessoas de diversos bairros e de povoados próximos se reúnem para vender seus produtos. Essas feiras são um ponto de encontro para diversas oportunidades de compra. Quem busca por frutas e vegetais frescos, queijos, plantas e até mesmo roupas e acessórios seminovos, sem dúvida tem a praça como opção de comércio.
Todo dia de feira, Maria Natividade Mendes vem até a praça para vender peças de roupa em um pequeno bazar. Nascida em Caxias-MA, vive em Imperatriz desde muito cedo e se considera “filha da cidade” como ela mesma diz. Mãe de três filhos já crescidos e também dona de casa, ela encontrou nas vendas de vestuário um sustento para seu lar, apesar de afirmar que as vendas caíram bastante nesses últimos meses. “Aqui têm peças boas que você não encontra na rua com esse preço”.
Selecionar peças, comprar, fazer ajustes, vender, sair cedo de casa e enfrentar tempos de poucas vendas, é a rotina de quem vive da comercialização de roupas, acessórios e calçados na Feira da Praça de Fátima. O setor de vestuário na praça de Fátima fica localizado em frente à igreja de Nossa Senhora de Fátima, bem no meio da praça. Esse ambiente é marcado por várias araras de roupa, mesas e lonas, onde são dispostas as peças de roupas e calçados. O público de proprietários e clientes em sua maioria são mulheres. As vendedoras tem um perfil gentil e ágil e é perceptível a parceria entre elas, uma ajuda a outra.
Do outro lado da praça
“Apesar do trabalho duro, é gratificante poder tirar o sustento do seu próprio negócio. Não tem outro emprego que eu goste mais do que estar aqui”. Essas são palavras do Alcimar Silva,
vendedor ambulante de bananas em Imperatriz. Todos os dias ele sai cedo de casa com um carrinho de ferro para realizar suas vendas. Casado e pai de duas filhas, ele trabalha todas as quartas e sábados na praça e durante a semana nas ruas mais movimentadas da cidade.
Alcimar é formado em Administração de Empresas, mas afirma que é muito satisfeito com o seu trabalho atual, com uma renda de 4 à 5 mil reais por mês. Alcimar tem duas filhas e ajudou a formá-las por meio do trabalho, uma delas é formada em Matemática e a outra em Psicologia. Nascido em Caxias, ele já vive em Imperatriz há bastante tempo e conta que a cidade é um ótimo local para quem busca ter o próprio negócio.
Além da comercialização das roupas e das frutas, a praça é repleta de outras variedades como a venda de plantas, queijos e pães. Muitos vendedores são autorizados pelo sindicato de comerciários a montar suas barracas para a comercialização de frutas e verduras. Boa parte dos comerciantes compram os produtos em distribuidoras no “Mercadinho” de Imperatriz e outros trazem os seus produtos direto de suas terras. As verduras e frutas geralmente são vendidas em barracas de ferro e lona, em mesas improvisadas com caixotes e tapumes ou até mesmo em carrinhos de ferro, pelos vendedores ambulantes.
Firmino Ferreira é mais um exemplo de vendedor ambulante que vem em dias de feira. Nascido e criado em Imperatriz, ele é pai de três filhos já casados e ex-operante de máquinas, hoje ele sustenta sua família por meio das vendas uma. “Eu gosto muito do meu trabalho, e de estar aqui, o pessoal sempre se ajuda”.
A Praça tem sido um ótimo ambiente para fazer amizade, há uma visível parceria e senso de irmandade entre os comerciantes, uma prova disso é o fato de que quando um deles precisa sair por um breve momento, o outro assume as vendas e vice-versa. Essa troca e senso de coletivo ajudam a manter a praça um lugar amigável e agradável.
“Somos todos amigos, se eu precisar sair, eles vendem na minha banca e quando necessário eu vendo por eles. O pessoal é bem honesto”, disse Firmino.
A praça de Fátima faz parte da história da cidade e por ela já passam e vão passar muitas histórias. Fundada em 15 de agosto de 1953, é o principal ponto do centro da cidade e faz parte da tradição municipal e da vida dos imperatrizenses.
- Reportagem de vivência produzida na disciplina de Técnicas de Entrevista e Reportagem (2023.1), orientação da profa. Yara Medeiros