Aluízio promete desconto no IPTU de quem “adotar” uma árvore e fim da Zona Azul

O Candidato Aluízio Melo Barroso chegou na década de 90 na cidade de Imperatriz. Logo mostrou-se dedicado a participar da política quando convocado pelos movimentos sociais. Com várias tentativas para ocupar um cargo político, nesse ano já é a segunda tentativa do candidato para prefeito de Imperatriz, sendo a primeira tentativa em 2002.

A live organizada pelo curso de jornalismo da UFMA- Imperatriz, para conhecer as propostas dos candidatos à prefeitura de Imperatriz, o candidato Aluízio Melo, ficou em sexto lugar para ser entrevistado, de acordo com o sorteio da ordem das entrevistas. A realização dessa entrevista aconteceu no dia 12 de outubro de 2020.

As perguntas divididas por temas foram elaboradas pelos alunos de uma turma do curso de Jornalismo, entretanto, sendo a live ao vivo, optou-se por tornar dinâmica a entrevista. Sendo assim, as pessoas que assistiam a live também interagiam fazendo perguntas pelo chat no YouTube e tiveram suas perguntas feitas pelos entrevistadores, das mais leves até as mais críticas.

Uma das perguntas mais críticas ao candidato veio de um internauta, questionando ao candidato se ele deixaria as pessoas enfermas de cidades vizinhas sem atendimento nos hospitais públicos de Imperatriz, uma vez que esse candidato também não é natural da cidade e foi acolhido por ela.

O candidato respondeu, “eu quero dizer para esse companheiro aí, que eu não sou injusto”. O Candidato expressa, então, que acha injusto pessoas vierem se tratar aqui em Imperatriz, enquanto o dinheiro fica na prefeitura da outra cidade. Entre as perguntas leves, tem a pergunta do porquê ele quer ser prefeito. O Candidato então enfatiza que, “Eu quero ser prefeito para fazer uma gestão integrada, entre sociedade e gestão, é um governo popular”.

O Candidato tem 60 anos, é casado com uma professora e tem 5 filhos. Atualmente é candidato pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). E afirma que quando ganhar vai fazer a diferença.

Na live encontra-se muitas revelações feitas pelo candidato, as suas propostas de governo e também suas indignações. Segue abaixo a entrevista transcrita.

 

 

“Aquelas placas vou jogar lá na casa do atual prefeito, e isso ninguém vai tirar da minha cabeça”(sobre Zona Azul)

I.N: Por que o senhor quer ser prefeito de Imperatriz?

Candidato: Eu moro aqui desde 90, na cidade de Imperatriz, e por a gente acompanhar todas as comunidades mais carentes da cidade, principalmente na área rural, nós fomos convocados pela sociedade, por movimentos sociais e por partidos políticos, para que a gente pudesse participar do processo político.Ao longo de muitos anos o que a gente vê desses atuais prefeitos são usarem as mesmas práticas.

I.N: O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mede a qualidade do ensino brasileiro. Faz avaliação por estado e município a cada dois anos. O Ideb das escolas privadas, é tradicionalmente mais alto do que das escolas públicas. Tendo em vista que no programa do PSOL os investimentos devem ser pesados na Educação. Quais são as suas propostas concretas para melhorar a educação pública na cidade de Imperatriz?

Candidato: Veja bem, a educação, ela nunca foi prioritária em nenhum governo, nem no governo do município, nem estado e nem união. Aqui se fala muito em construção de escolas, ora, se você não faz por onde investir maciçamente no educador, que é quem prepara todos os seres humanos para o mercado de trabalho, automaticamente, nós iremos continuar na forma em que está. Não justifica nós estarmos em um município aonde se comentam que seria a futura capital do Maranhão do Sul, sendo que hoje a gestão municipal está roubando os 100 milhões do professor através do Fundeb menor, ele já entrou a mais de 40% desse recurso, dizendo que está construindo [áudio falhou]…e na verdade o professor, o salário é o mínimo possível. […] No governo do PSOL não, primeiro nós vamos valorizar com salários, com preparação, com cursos e mais cursos para que eles tenham motivo, motivo para ir para sala de aula e saber que quem está na retaguarda dele, como o gestor, são pessoas que realmente valoriza a categoria dos professores.

I.N: Das várias questões envolvendo a saúde, excesso de procuras, falta de vagas, demora no atendimento, falta de especialidades. Qual será a prioritária do seu plano?

Candidato: A primeira coisa que eu irei fazer é sentar com o ministério de saúde e vou perguntar para o ministro aonde está o volume de dinheiro e onde será o resultado final. Porque o que eu estou vendo, é que entra prefeito e sai prefeito, fizeram uma maquiagem na estrutura do prédio sendo que lá não é um prédio público e a coisa pública tem que ser valorizada, agora você valorizar um prédio que é privado, que você paga mais de 100 mil reais por mês de aluguel e você não ver resultados. Não existe prefeito sem antes sentar com quem governa junto, estado e união, não existe saúde se não há o interesse de que se busque minuciosamente quem são os verdadeiros responsáveis por estarem acumulando a cada dia [áudio falhou]. Isso eu não irei aceitar de forma alguma, o recurso que vem para Imperatriz eu vou usar com o paciente de Imperatriz, agora se alguém vier com algum paciente de fora, aí eu tenho que saber… [áudio falhou].

I.N: O senhor aprova as medidas adotadas pela prefeitura municipal para o combate ao novo coronavírus? O que você mudaria?

Candidato: Primeiro o município, ele não fez esse trabalho, quem fez esse trabalho foi o empresariado, você pode ver que ali no centro de convenções eles fizeram todo um trabalho, todo um trabalho midiático e muito pouco o município fez. Agora o que nós queremos saber qual foi o volume de dinheiro que veio para o município, o que nós estamos observando é que em vários municípios do governo estão sendo presos secretários e até mesmo pessoas de grau maior. Aqui em Imperatriz, se vocês não sabem, nós fizemos uma denúncia sobre a saúde de Imperatriz e essa investigação está sendo feita sigilosamente e logo logo vocês vão ver o que vai acontecer sobre recursos que vieram para a pandemia de Imperatriz. Da forma em que ele conduziu é uma forma errada, o que poderá gerar para esse atual gestor, é uma cadeia.

I.N: As fortes chuvas que atingem Imperatriz, deixa boa parte da cidade alagada. Nesse ano, o Hospital Municipal Infantil ficou alagado após cerca de uma hora de chuva. O cenário em vários bairros de Imperatriz foi ruas com asfalto arrancado, calçadas destruídas, veículos arrastados pela força da água, além de famílias que ficaram desabrigadas. Como você vai resolver esse problema das chuvas, se caso você for eleito?

Candidato: Desde quando eu cheguei aqui, eu nunca vi um gestor trabalhando a questão de aprofundar a calha desses riachos que atravessam a nossa cidade. Por dois anos consecutivos vocês estão vendo o riacho Cacau, mas não é falta de aviso, quando eu estava na televisão sempre cobrava, hoje a cidade de Imperatriz está como um balão, quando ele enche ele explode. Então a chuva por pequena que seja começa a alagar o centro, o que precisa ser feito é um investimento muito grande buscando vários países, inclusive o banco mundial, que nós já trouxemos recursos para o Maranhão através do banco mundial, mostrar as claras a real situação de Imperatriz, se não fizer rede de esgoto, drenagem profunda e galeria, automaticamente entra um, sai o outro, entra outro e não vai dá em nada. E outra coisa, construções que estão fazendo em margens de rios, córregos, riachos e nascentes, isso aí, ela vai causando um problema no futuro como vem causando. As construções que existem na cidade de Imperatriz, a maioria são irregulares, agora a secretaria de planejamento não está para atuar, ela não atua.

“Dentro da nossa proposta nós vamos adotar uma família e cada família vai adotar uma planta, aquele que adotar a muda que nós cedermos para ele, a cada ano eu vou descontar 50% do seu IPTU”

I.N: Como ampliar o plantio de árvores no centro da cidade?

Candidato: Dentro da nossa proposta nós vamos adotar uma família e cada família vai adotar uma planta, aquele que adotar a muda que nós cedermos para ele, a cada ano eu vou descontar 50% do seu IPTU. Com quatro anos de governo, nós já temos uma planta, então, a cidade vai ficar totalmente arborizada.

I.N: Sr. Aluízio, e em relação à segurança pública, qual a sua estratégia de governo para deixar a cidade mais segura?

Candidato: É muito simples. Modalidades esportivas e culturais, escolas profissionalizantes e investir maciçamente nas pequenas e médias empresas. Se você coloca esses itens nas periferias, automaticamente não existe mais marginal e uma das provas viva é que quando nós criamos a Cooperatins [áudio falhou], bairros Caema e Leandra nós tiramos vários marginais do mundo do crime, junto com o judiciário da polícia e hoje eles são trabalhadores legais e ganham o seu dinheiro. Se não houver a presença do poder público municipal com esses itens, práticas esportivas e culturais, escolas profissionalizantes e investir em pequenas e média empresa, não tem polícia no mundo que vai acabar com a criminalidade na cidade de Imperatriz, não tem ninguém que faça segurança, agora se você ocupa, se você gera emprego e se você qualifica, todo mundo vai trabalhar e isso é o que nós iremos implantar no projeto do PSOL aqui na cidade de Imperatriz.

I.N: As parcerias entre prefeituras municipais e instituições universitárias são de grande importância e são até comuns. Que tipos de parceria, o senhor que uma vez eleito, vislumbra para a Universidade Federal do Maranhão?

Candidato: Vou chamar a Universidade Federal do Maranhão e vamos mostrar como é que funciona a cidade, porque o centro da cidade é uma coisa a periferia é outra e a área rural é outra, se a UFMA conhecer profundamente essas questões ela irá dá uma contribuição muito grande na base de informação e formação para a sociedade.

I.N: Senhor Aluízio, você falou aí a respeito da denúncia sobre a pandemia do coronavírus em Imperatriz.Como o senhor tem acesso a essa denúncia sobre a pandemia? E por que não pode divulgá-la?

Candidato: Veja bem, isso é uma investigação. Essa investigação, ela é sigilosa. Ela é sigilosa. Vocês têm que entender que o Conselho Municipal de Saúde,ela nunca fez um trabalho como deveria, ou seja, colocaram pessoas de movimentos sociais lá, mas estão como pelegas, estão apenas para servir o município, o gestor e não a população. Essas investigações, através do Ministério Público Federal e a Policia Federal, ela é sigilosa. Se todas as investigações que acontecem no Brasil, fossem expandidas para todos saberem, automaticamente, os gestores eles iriam fugir da investigação.

I.N: Aluízio, entrou uma pergunta que faz parte dessa anterior, relacionada ao assunto. Como é que essa investigação é sigilosa e ele menciona, e o senhor tá mencionando numa live e como é que o senhor ficou sabendo dessa denúncia, né, desse problema ocorrido durante a pandemia?

Candidato: Veja bem, é, existem pessoas dentro do Conselho Municipal Saúde que me passam essas informações, eles me passam. Porque nem todos que lá estão, apoiam a gestão. Só que eles são a minoria absoluta, e outra, em todas as gestões que passaram por Imperatriz acontece [áudio falhou], da saúde de Imperatriz. Todas. É tanto, que, quando a gente luta para ser Conselheiro, eles fazem de tudo para que a gente não participe do processo. Então uma pessoa que me passou essas informações, ela é Conselheira Municipal de Saúde, entendeu. Ela me passou tudo isso aí, aí de repente, aconteceu a denúncia, foi feita a denúncia no Ministério Público Federal.

I.N: O senhor julgou como errada a forma como o atual prefeito agiu diante da pandemia? Qual medida o senhor tomaria?

Candidato: […]Abriram as praias aqui bem próximo da minha casa, moro a 1,5 Km e meio do rio Tocantins. Abriram as praias. Quantas pessoas adoeceram no Anhanguera e no parque do Buriti, depois que abriram as praias? De repente, eles fecharam, porque eles viram que a situação era crítica. Então eu quero dizer pra vocês, essa gestão ela não trabalhou, em função de resolver, de impedir, de coibir o covid. Ela trabalhou uma impulsão, uma cobrança dos empresários que disse que não tinham condições de pagar as suas dívidas e nem os seus funcionários, e nós estamos nessa situação aí, e a coisa vai piorar mais ainda, porque nessa campanha política a gente tá vendo multidões aí andando atrás de candidatos, achando que eles estão [áudio falhou], é muito complicado.[…]Eu digo uma coisa pra vocês, se eu fosse o prefeito de Imperatriz, eu não abriria o comércio. Podia vir quem viesse pra cima de mim, eu não abriria, de forma alguma.

I.N: Seu Aluízio, qual as suas propostas e, para valorizar a cultura de Imperatriz?

Candidato: A cidade de Imperatriz nunca teve cultura. Para quê tanta praça? Nós, no governo popular do PSOL, nós iremos valorizar a cultura, nós iremos trazer para dentro de Imperatriz uma cultura definida (…). Se você vai na Secretária de Cultura, você ver pessoas que não tem noção de nada, que não tem noção de como ir buscar, que não tem noção de fazer projeto e muito menos o prefeito(…). E a cultura de imperatriz, ela vai ter que funcionar, porque nunca aconteceu. Vocês moram aqui, vocês estudam aqui e vocês sabem que aqui é muito deficiente. Não existe gestão que faz investimento na cultura. E o que eu vejo são os jovens talentos, grandes cantores, guitarristas, bateristas e tudo “Aluízio, quê que nós vamos fazer?” Eu digo, bem, se eu chegar a ser prefeito, vocês vão ter total apoio, agora se eu não chegar, como eu vou fazer o cover do Roberto Carlos, aí agora eu vou procurar investir na cultura aqui de Imperatriz.

I.N: O Senhor falou sobre o aluguel do prédio HMI, que é o hospital Municipal de Imperatriz, alguns candidatos têm como proposta a construção de um novo hospital municipal para solucionar o problema do aluguel, qual é a sua proposta diante disso?

Candidato: A primeira coisa é procurar os Ministério das Cidades, em parceria com o Ministério da Saúde, para a construção de um hospital próprio. O bem público, ele precisa ser valorizado, agora aqui não, as gestões valoriza o bem privado, certo (…) Vocês sabem, que por aqui já passou um médico e ele jamais irá construir um hospital público. O atual jamais irá construir um hospital público. E outro médico que também é candidato, jamais. E um outro que foi interventor e prefeito, jamais. Vocês sabem por quê gente? É preciso que vocês entendam, que quem investe, quem investe no candidato aqui, o maior investimento vem da classe médica, do pessoal da saúde, que tem clínicas, laboratórios, eles têm tudo.

I.N: Candidato, qual a sua proposta diante disso?

Candidato: É construir,[áudio falhou], doa a quem doer, já vieram médicos e donos de clinicas para investir na minha campanha, eu não quero. A minha campanha, ela é pautada em militâncias, a minha campanha é pautada no excluído, aqueles que está excluído pela sociedade, pelos poderes, eu estou fazendo uma campanha estaticamente sem um real no bolso, para não dizer que não tenho é mentira. Que eu tenho que pelos menos abastecer o carro, e só.

I.N: O senhor teve 253 votos em 2012. O senhor acredita que nessa disputa vai ser diferente o seu desempenho? E por que?

Candidato: Veja bem, é, a população de 2012 para cá não melhorou nada. O IDH não melhorou nada. As enchentes continuam. As coisas continuam pior na área da educação, da saúde, da agricultura, da infraestrutura e do emprego. Qualificação profissional e tudo. [áudio falhou]. (…), acha que vai ganhar a eleição? Eu dei a resposta, eu digo sim de 2002 pra cá o quê que melhorou aqui na sua comunidade? Nada. Então, quem ganhou as eleições foi eu, simplesmente vocês elegeram quem não tinha compromisso com vocês, me deixaram de fora, mas eu continuo defendendo vocês. Entendeu.A nossa defesa é militar, é trabalhar, é conscientizar, porque a pessoa com formação e informação, ele jamais ele entra na conversa desses que por aí passaram, no que está e que até hoje não fizeram por onde merecer.

I.N: Aluízio, você criticou os candidatos que estão fazendo as campanhas nas ruas e causou aglomerações. Como é a sua forma de campanha? Como ela funciona?

Candidato: Olha, a minha campanha, é só eu e os nossos candidatos, só. Só são cinco candidatos, inclusive teve uma que teve que ir urgente para Teresina. Ela está com problema de saúde e foi uma coisa que aconteceu de repente, você tá entendendo, aí a gente fez uma vaquinha aqui e mandou ela para Teresina, porque aqui não tem saúde [áudio falhou], então a nossa campanha, é uma campanha humilde, é só apenas os candidatos e alguns amigos. E nas redes sociais, a gente de vez em quando faz um [áudio falhou], entendeu. É uma campanha humilde, sem muitas promessas, agora é uma campanha que a gente tem mostrado o que a gente já fez antes de ter mandato, certo. A gente já tem provado de que tem realmente vontade de fazer algo por Imperatriz, até mesmo sem mandato a gente já vem fazendo.

I.N: Candidato, o que é cultura na sua visão? Já que o senhor afirmou que aqui em Imperatriz não tem cultura.

Candidato: Cultura para mim, é uma forma de te tirar do mundo que você está entrando, que é o mundo errado. Minha querida, eu fui presidente da APAC, Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, aqui existiu um grupo de pessoas que eu não vou dizer qual é a religião, passaram oito anos pegando dinheiro do governo e nunca fizeram nada. Quando eu peguei essa APAC, com menos de dois meses, eu estava com R$ 1.979.000,00 reais. Aluguei aquele prédio da frente da igreja Santa Tereza D’Ávila, que é da igreja católica e botei 69 presos, de alta periculosidade, [áudio falhou], foi daí que eu entendi de que a cultura era escondida, a cultura para mim, é uma das melhores formas de mudar qualquer comunidade, qualquer favela, certo, e qualquer periferia. A cultura, ela eleva o teu estima, ela faz com que você tenha criatividade e que coloque em prática aquilo que você sabe. A cultura, é a única forma de se fazer um governo transparente, porque quem faz cultura sabe e conhece, e sabe fazer e sabe ensinar. A cultura é tudo.

I.N: Diante dessa pergunta, a gente recebeu outra. O senhor disse que não é explorado a cultura, mas disse que medidas serão feitas para mudar isso. Quais são os seus projetos, diante disso, e investir como?

Candidato: O Brasil é o único país que tem várias etnias diferente, sotaques diferentes, então, aonde buscar, existe meios. O que faltou aqui foi ter uma gestão que seja de frente com quem faz cultura, a própria sociedade abraça a causa, a própria sociedade vem. Existem ministérios, existe secretárias, existe grandes e médias e pequenas empresas que quer investir na cultura. Agora, investir na cultura pra que só venha o recurso e nada se aparece nas comunidades, é o que vem acontecendo, é o que vem acontecendo. Ninguém nunca explorou essa questão cultural de Imperatriz, ninguém nunca, nunca, nunca, até quando tem aniversário da cidade, eles trazem um cantor que não é lá essas coisas, aí contrata os artistas daqui e não pagam.

I.N: Como o senhor espera ganhar a eleição de Imperatriz sem ter projetos bem definidos?

Candidato: Primeiro que nós temos, nós temos o projeto definido que é, cinco subprefeituras e três subdistritos. As cinco subprefeituras, nós vamos descentralizar o poder, quê que é descentralizar o poder? A cada 60 mil habitantes é uma subprefeitura, e subdistritos, nós iremos investir na área rural, na região vila Davi II, Lagoa Verde e região da estrada do arroz, com máquinas, [áudio falhou], investimentos maciço na agricultura.

I.N: Por que o senhor não pode falar o que acontece nas periferias de Imperatriz? O Senhor não colocou no seu plano de governo uma melhoria para isso?

Candidato: Coloquei sim. Modalidades esportivas e culturais, qualificação profissional e investimento nas pequenas e médias empresas, é a única saída para que a sociedade saia desse verdadeiro caos. E outra coisa, infraestrutura, não se faz não é com asfalto sem rede de esgoto e drenagem, e nós iremos fazer drenagem, rede de esgoto e asfalto ou broquete, porque aqui tem, aqui, é companheiros, aqui, existem bairros nas cidades de Imperatriz que não adianta você botar asfalto, porque a área, é uma área que ela é muito úmida, se não colocar broquete, automaticamente vai embora.(…)Essas pessoas que estão me fazendo essa pergunta que vá lá, eu desafio todos eles para conhecer as periferias de Imperatriz, de que lá não existe assistência, não existe iluminação pública, as pessoas correm sérios riscos de ser assaltadas e mortas, que é isso que acontece no dia a dia na nossa cidade.

I.N: Candidato como acabar com as desigualdades sociais tão presentes em nosso meio?

Candidato: Primeiro é deixar de roubar. É deixar de ostentar. É não colocar os seus privilégios em nome de funcionários, se sabe minha querida que existe pessoas em Imperatriz que ganha até 20 mil reais, como assessor do prefeito, pra fazer politicagem dentro das secretarias, e isso nós vamos cortar. Esses privilégios é um prejuízo maior do mundo, você não imagina quantos milhões são colocados na mão desses privilegiados que se dizem grupos políticos que defendem os interesses do gestor.

I.N: Candidato o senhor foi o único que não divulgou uma proposta de governo no site do TSE, o senhor tem algum plano de governo?

Candidato: Não foi divulgado? Foi divulgado sim. Nós temos um plano de governo. Foi divulgado sim. Entendeu? Foi divulgado plano de governo. Nós temos um plano de governo sim. Foi divulgado sim.

I.N: Você fala muito em investir em pequenas e médias empresas. Ou seja, favorecer patrão. Quais suas propostas para a classe trabalhadora?

Candidato: Não é favorecer patão. Não é favorecer patão. Eu já falei que irei investir na qualificação profissional. Eu já falei que irei investir na agricultura familiar. Pequena e média empresa não é patrão, é empresa de fundo de quintal. Foi o que eu fiz quando eu era presidente do comitê do Banco do Nordeste. Se eu chegasse bem aqui numa comunidade, juntou 4 ou 5 pessoas, Aluízio nós temos uma associação ou uma cooperativa. Tem como você investir na [áudio falhou]? Vamos fazer levantamentos junto com conselho, o conselho, porque dentro do Banco do Nordeste, existia 38 conselheiros e através desse conselho nós aprovava o projeto, tanto para agricultura, como para fábrica de sandálias. Investimos muito naquelas pessoas que trabalham com cabelereiros, investimos muito com pessoas que trabalham com poupa de frutas. Investimos muito em relação a qualificação profissional(…).

I.N: Candidato, o senhor nunca pensou em se candidatar para vereador? Por que concorrer à prefeitura?

Candidato: Eu me candidatei uma vez a vereador, mas depois eu percebi que eu não tinha mais interesse, me candidatei só uma vez a vereador. Eu não tenho nenhum interesse em me candidatar a vereador. O nosso objetivo é se candidatar a prefeito, se não ganhar agora, vai tentar, tentar até um dia ganhar as eleições. E quando eu ganhar eu vou fazer a diferença.

I.N:Candidato, o senhor não estaria sendo injusto com as pessoas doentes das cidades vizinhas que procuram os hospitais de Imperatriz? O senhor era de outra cidade e foi acolhido pela nossa cidade.

Candidato: Muito pelo contrário! É aquilo que eu falei no início da entrevista, primeiro eu vou [áudio falhou] e da gestão, que é o diretor do hospital e vamos sentar e ver qual é a proporção de pessoas que estão vindo de outros estados. Eu não estou negando. Eu não estou negando a questão do tratamento da pessoa que vem doente para cá. Agora, o que eu não irei aceitar é o gestor do município de Senador La Rocque, mandar uma pessoa para cá e o dinheiro ficar lá para ele, isso eu não vou aceitar (…). O que está faltando é um prefeito de atitude. Chega e chama todos os prefeitos, “Olha, o que vem para você, você tem que transferir direto para imperatriz”. Por que o Sistema Único de Saúde, ele é unificado, é em todo Brasil. Eu jamais irei excluir um paciente de fora, agora também eu não irei curar uma pessoa sendo que ele vem de Dom Eliseu do Pará, e o dinheiro fica na prefeitura e eu apenas fico com o tratamento(…). Eu quero dizer para esse companheiro aí, que eu não sou injusto.

I.N: Qual o seu interesse em se candidatar a prefeito?

Candidato: É um só! É construir Imperatriz. É construir e fazer por Imperatriz. Repito: Quantas vezes eu já falei que já trouxe, muitos investimentos. Vocês sabem quando foi que eu trouxe a primeira cooperativa pra cá? É porque não tinha ônibus para atender a demanda e naquela época não tinha ônibus com ar condicionado, e os ônibus deixavam as pessoas no meio da rua, no meio da estrada, altas horas da noite, assalto e morte, acidente e tudo. Criamos a primeira cooperativa a Cooptasul do pé de macaúba. Fui preso pelo Major Melo, a mando do Ildon Marques(…). Eu quero ser prefeito para fazer uma gestão integrada, entre sociedade e gestão, é um governo popular.

I.N: Candidato, você já foi presidente de muitas entidades. Você trabalha em qual atualmente? Qual entidade está presidindo?

Candidato: A Cooperatins (Cooperativa de extração do Rio Tocantins) estou presidindo a Cooperatins.

I.N: Seu Aluízio, qual é o seu posicionamento em relação a Zona Azul?

Candidato: Eu sendo eleito prefeito eu vou retirar. Aquelas placas vou jogar lá na casa do atual prefeito, e isso ninguém vai tirar da minha cabeça. Eu vou retirar, eu pessoalmente junto com os nossos secretários. Você sabe o porquê, eu vou retirar? É por que ali é um sistema que ele quer implantar na cidade de Imperatriz, deixando o poder, mas sempre arrecadando dinheiro para o seu bolso. Não justifica. Não justifica criar uma linha azul trazendo uma empresa de Belém, e com todo faturamento ele apenas só vai trazer para os cofres do município 10%. Essa história está mal cantada. A linha azul, ela é obrigatória, agora quem tem que fazer isso é a gestão do município, e não explorando a população. Não explorando.

I.N:Quais suas propostas para qualificar o turismo de Imperatriz?

Candidato: Veja bem, o Rio Tocantins, se nós chegarmos a ser eleito prefeito, eu irei explorar o rio Tocantins como uma área de turismo, certo, no inverno e no verão, com competições, certo, com corridas de São Silvestres, com barcos de canoas de remo de mão.Nós iremos investir na área rural, certo, o turismo rural e ecológico.

I.N: Candidato nas eleições de 2012 você declarou ao TRE que tinha 280 mil e já nessas eleições de 2020 você declarou que tem 25 mil. Como o senhor explica isso?

Candidato: Vendi. Eu vendi. Eu simplesmente minha esposa adoeceu, teve um problema muito sério, é tanto que não tive voto em 2002 porque ela tinha problema de [áudio falhou]. Simplesmente eu vendi para tratar a minha esposa. Eu gastei uma fortuna para tratar minha esposa, aqui existe muitos laboratórios e muitos hospitais, agora pra você fazer um tratamento aqui particular, você tem que ter dinheiro. Eu só não fiquei zerado cem por cento, porque eu recorri fora da cidade, mas eu gastei tudo o que eu tinha para investir na saúde da minha esposa.

I.N: Quaisrecursos o senhor vai ter para sua companha?

Candidato: Não existe recurso. O PSOL não tem um vereador nem um deputado federal e nem estadual, não tem ninguém com mandato. E a regra do PSOL é o seguinte: quem está lá em São Paulo e Rio de Janeiro onde tem muitos parlamentares, é aonde existe um investimento maior, para nós a ajuda que vem pra cá, foi para pagar o advogado e o contador e fazer a arte dos santinhos. E os santinhos que vai sair amanhã, graças a Deus, é pago por cada um de nós. Nós fizemos uma cotação entre os companheiros e amanhã nós já iremos para as ruas com o nosso material. Dinheiro para a campanha não existe. O que existe é militância, é informação e programa de governo, se o povo achar que deve vão nos eleger, se achar que não, vão ficar mais 4 anos na taca, porque os que ganharem aí não vão fazer nada não, isso eu posso afirmar para vocês.

 

Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=5qrAeKHdG6I

 

Esta entrevista integra o projeto interdisciplinar

ELEIÇÕES 2020 – Jornalismo da UFMA pergunta

Alunos de Gêneros Jornalísticos responsáveis por essa produção:

Cristiane Miranda, Joilson Barros e Gustavo Vale