A cidade de Imperatriz, no Maranhão, recebeu a 6º plenária do Plano Clima Participativo na manhã de ontem, sexta-feira, 23 de agosto. O evento, que faz parte de uma série de oito encontros presenciais realizados em diversas cidades e biomas do Brasil, buscou engajar a sociedade civil na criação de propostas e esclarecer dúvidas sobre a formulação da política climática nacional. Na edição de Imperatriz, o debate foi focado no bioma Cerrado, o segundo maior do país, que desempenha um papel crucial na preservação da biodiversidade e na regulação dos recursos hídricos.
O Plano Clima Participativo é uma iniciativa liderada pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), composto por 22 ministérios, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar cidades e ecossistemas às mudanças climáticas. Durante as plenárias, como a de Imperatriz, autoridades como a Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, e o ministro Márcio Macêdo, além do governador do Maranhão, Carlos Brandão, debatem com a sociedade civil e especialistas, promovendo a participação ativa da população na construção da política ambiental que orientará o país até 2035.
Dados alarmantes sobre o Cerrado reforçam a urgência desses debates: segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 51% da vegetação nativa do bioma já foi desmatada, com 75% dos alertas de desmatamento concentrados na região de “Matopiba” (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Além disso, estudos recentes apontam uma significativa redução nas chuvas ao longo dos últimos 30 anos, atribuída em parte ao desmatamento, que impacta diretamente a evapotranspiração e, consequentemente, a umidade necessária para manter o equilíbrio do ecossistema, especialmente em períodos de seca.
Marina Silva reforçou durante o evento: “O Plano Clima caminha no trilho de adaptar, porque já estamos na mudança do clima. De mitigar, porque temos que parar com os gases que levam à mudança do clima… E é por isso que nós temos meta para todos os setores da nossa economia.”
A importância dessas plenárias reside na oportunidade de inclusão da sociedade civil na formulação das diretrizes ambientais do Brasil. As propostas e sugestões recolhidas nos encontros, como o que ocorreu em Imperatriz, poderão integrar o documento que será apresentado na COP 29, no Azerbaijão, em novembro deste ano, e servirão de base para a discussão na COP 30, em Belém, no próximo ano. Esse processo colaborativo busca garantir que a política climática do país seja construída de forma democrática e representativa.
Para aqueles que desejam participar das próximas plenárias, ainda haverá eventos em Porto Alegre, com foco no bioma Pampa, e em Santarém, voltado para a Amazônia. Além dos encontros presenciais, o processo do Plano Clima já contou com a interação de cerca de 15,6 mil participantes no site Brasil Participativo, onde foram registradas até o dia 22 de agosto, 872 propostas, 1.481 comentários e 28.673 votos. Através da plataforma, os cidadãos podem contribuir com ideias para enfrentar as mudanças climáticas e reduzir seus impactos, além de votar e comentar as sugestões de outros participantes. O prazo para a participação online foi prorrogado até o dia 26 de agosto. As inscrições para as plenárias também podem ser feitas online, permitindo que qualquer cidadão contribua ativamente para o futuro ambiental do Brasil.
Link para inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd0nWgoJWZIfrBylglOa_NDXqdutJxhaSm4B8hlNBFEZSHqcQ/viewform?pli=1
