Texto: Maira Soares
Com a retomada das aulas, professores e alunos tiveram que se adaptar psicologicamente à nova realidade de ensino. Para a psicóloga clínica Monica Dominici Godinho, que atua na área de saúde e é professora universitária, este período, marcado pelo excesso de novas informações, gerou uma histeria coletiva. O medo de ficar doente, de morrer ou de transmitir o vírus para alguém da família fez com que as pessoas ficassem ansiosas ou deprimidas.
“Houve um esgotamento e um aumento da ansiedade e distúrbios do sono”, analisa Monica. As novas demandas e as adequações para utilizar o ambiente digital fizeram com que as pessoas procurassem outros meios para continuar com a rotina. Os educadores, além de lidarem com as necessidades da esfera profissional e pessoal, tiveram que atuar como o apoio psicológico de muitos estudantes. “Houve uma cobrança interna e externa para esse professor de forma exacerbada”, comenta a psicóloga.
A evasão escolar também tem sido a realidade de muitos estudantes, problema que vai além dos problemas estruturais e de acesso a internet de qualidade. Para a psicóloga Monica, algumas questões como a “desmotivação, desorganização da sua rotina, principalmente aquele aluno que não tem autonomia” são fatores que podem impactar na desistência do estudante diante das aulas remotas.
Monica indica algumas medidas que podem ser utilizadas pelos professores e alunos. Para os educadores, cursos gratuitos para melhorar a dinâmica da aula, focando no aprimoramento pessoal e na agregação de conhecimentos, além de realizar atividades prazerosas e cuidar da rotina diária, melhorando a qualidade de vida.
Para os estudantes, é importante manter uma organização e autonomia nos estudos, criatividade para se reinventar e aprender com o novo. “Tem que ter uma parcela da instituição, uma parcela do professor e uma parcela do aluno”, completa a psicóloga sobre a educação durante a pandemia.