Nordeste registra maior variação em índice da construção civil

Região apresentou a maior variação regional, com 2,3%%, em 2021 e Brasil registra maior índice, com 0,05%, em oito anos

Trabalhador em construção civil durante obra, em São Paulo. Foto: Guilherme Cunha

Por Nathalie da Costa

O Índice Nacional da Construção Civil (SINAPI) registrou, em janeiro de 2021, que a região Nordeste apresentou a maior variação mensal na parcela dos materiais de construções em relação aos 27 estados do país e Distrito Federal. O aumento foi de 2,3%, ficando na frente das regiões Sudeste (2,0%), Sul (1,8%), Centro-Oeste (1,5%), e Norte (1,2%). O estado do Piauí registrou a maior variação mensal, com 4,3%, a maior alta no Nordeste na parcela de materiais, e acordos coletivos firmados para as categorias profissionais. As informações foram divulgadas no último dia 09, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto fornece mensalmente relatórios de preços médios e percentuais sobre o setor da construção civil.

O engenheiro civil especialista em gestão de projetos, Rafael Melo, 35 anos, explica que essa variação se dá a partir da inflação nos preços dos insumos, indisponibilidade de crédito no mercado e o receio dos construtores e consumidores, devido a instabilidade no setor da construção civil, desde o início da pandemia da Covid-19, que afetou o mercado de forma direta no Brasil.

Rafael Melo fala ainda que, quando acontece essa variação no Brasil, nos custos da matéria-prima, o mercado de investidores e consumidores se retrai. A mudança nos custos da construção civil registrada no mês de janeiro afeta o setor diretamente devido ao reajuste. O engenheiro esclarece que é preciso que haja uma, “redução de impostos e subsídios nos os setores envolvidos. Para tanto é preciso ocorrer uma contrapartida emergencial de oferta, para que os preços se estabilizem”.

O empreiteiro Wilker Rio, 33 anos, acredita que essa variação nos meses posteriores “certamente aumentará, porque os preços da construção civil aumentam conforme a cotação do dólar”, e afirma ainda que “essa variação é muito ruim, causa imprevisibilidade nas obras de longo prazo, porque o orçamento sai fora do esperado naquele momento”.

O SINAPI registrou ainda, que no País houve um aumento de 0,05% em janeiro, ficando com 1,99%, em relação à taxa de dezembro de 2020, que foi de 1,94%, e iniciou o ano com o maior índice da série com a desoneração da folha de pagamento iniciada em 2013. No Maranhão, a variação foi de 0,04% maior, com 2,97% este ano, e 2,93% em 2020.