Movimento Negro expande raízes em Imperatriz

Negro Cosme

Texto: Deglan Alves e João Victor Santos

Em Imperatriz, os primeiros passos do movimento negro se deram com a abertura do Centro de Cultura Negra – Negro Cosme (CCN/NC). Maria Luiza Rodrigues, uma das fundadoras do grupo, conta que ele teve suas primeiras reuniões na UEMA, atualmente Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul). Foi fundado, a princípio, pela professora Izaura Silva quando ela chegou a Imperatriz, em 1990. A partir dos debates pioneiros dentro da universidade, foram desenvolvidas atividades em datas de celebrações, homenagens, como o 13 de Maio e 20 de Novembro, mas a professora enxergava que era necessário fazer mais. “Cada um de nós, professores, trabalhávamos na sala de aula o combate ao racismo, e sentíamos a necessidade de falar dentro das escolas, porque a gente não se via dentro das instituições escolares e não nós víamos nos livros didáticos”.

O Centro de Cultura Negra – Negro Cosme é uma instituição sem fins lucrativos que existe há mais de dez anos na cidade. É o fruto de um longo debate acerca da discussão da causa negra em Imperatriz. Criado, definitivamente, no dia 27 de março de 2002, o centro leva o nome de Cosme Bento das Chagas, líder dos negros que fundaram o quilombo Lagoa Amarela em Chapadinha, no Maranhão.

A partir de 2000, quando houve união com outras pessoas, o grupo passou a falar da criação definitiva de um movimento negro, e viabilizaram outras atividades como o festival de música negra, curso de desenho afro, festival teatral e dia de leitura na praça com o tema ‘uma pausa para refletir sobre o racismo’. Promovendo, assim, os primeiros diálogos em busca de um caminho de mais informação, a fim de levantar debates sobre a causa racial. Atualmente estão em processo de reorganização para ser um coletivo independente.

Abayomi
Texto: Deglan Alves

Abayomi é uma palavra de origem iorubá que significa aquele que traz felicidade ou alegria. As bonecas Abayomi são um símbolo de resistência, luta essa que deu o nome ao Coletivo Imperatrizense, criado em 3 de agosto de 2020, após o movimento Black LivesMatter ter tomado proporções significativas no Brasil, conta Naum Gomes, um dos fundadores do grupo. “2020 foi um ano em que o movimento Black LivesMatter esteve no seu ápice, no sentido das pessoas abraçarem e conhecerem o movimento, infelizmente pelos motivos errados. Desencadeado pela morte brutal de George Floyd, morte esta que é repetida todas as horas, todos os dias. E, a partir daí surgiu a necessidade da gente de se movimentar para fazer alguma coisa acontecer em Imperatriz.”

O seu primeiro projeto consistiu em arrecadações, doações de cestas básicas e roupas para os bairros periféricos de Imperatriz. O grupo funciona com debates quinzenais, por meio de reuniões virtuais, abertas para todos que quiserem participar. O principal objetivo do coletivo é alcançar mais pessoas e oferecer mais informações acerca da causa negra, fazendo com que esse debate chegue em outros espaços, em cidades vizinhas, e ganhe as devidas proporções.