Texto: Karina Santiago
Fotos: (1) prefeitura de Sítio Novo e (2) Karina Santiago
Melhorias e visibilidade. Duas palavras que podem ser usadas para definir os últimos anos do bairro Vila Nova, do município de Sítio Novo-Maranhão, localizado a 111 km de Imperatriz. O local, que antes era beneficiado com poucas obras, sem asfaltamento, tem passado por melhorias. “É muito bom ver que a gente tá conseguindo mais visibilidade”, afirma Larha Oliveira, de 14 anos, neta e filha de moradores do bairro.
As mudanças chamam atenção em um bairro que antes tinha aparência de fazenda e onde residiam poucas pessoas: construção de um estádio, arena de futebol, colégio, posto de saúde, ruas pavimentas e asfaltadas, e melhorias na urbanização. “Quando eu era menina, isso tudo era feio, era tudo no areão. Com o passar do tempo as coisas foram melhorando, foram ficando bonitas”, conta a auxiliar em serviços gerais, Maria Lucineide, 55 anos.
Maria Lucineide, também conhecida como Branca por familiares e amigos, relembra de como era a rua onde mora. “Aqui era um sítio de tangerina e laranja, as coisas mais lindas desse mundo. Aí foram se acabando aos poucos”. Essa lembrança a deixa emocionada, por ter presenciado um outro cenário. “Aqui era tudo de bom, a gente tinha a infância da gente, a adolescência, foi tudo aqui nessa rua”.
Regiane Moreira, a Regi, 41 anos, educadora filha do bairro Vila Nova, diz como se sentiu com todas essas melhorias. “Feliz e privilegiada, porque essas novas conquistas trouxeram mais visibilidade para o nosso bairro”. O crescimento atrai mais moradores e movimenta a economia local, melhorando a qualidade de vida. Para a professora, as novas conquistas abrirão portas para os jovens, despertando a vontade de estudar e ter uma profissão qualificada para que, no futuro possam atuar nesses novos espaços. “Um futuro promissor”, deseja Regiane.
Emoção
Lindionesa Ferreira, ou Desa, 58 anos, aposentada e artesã, ao imaginar o futuro das suas próximas gerações, fica emocionada e com os olhos cheios de lagrimas. Deseja que suas filhas tenham mais oportunidades, diferente de quando ela veio morar no bairro, há 28 anos. “Vai ter muitas melhorias, eu espero que seja assim”, afirma. A artesã de tapetes, mãe de quatro meninas, conta como era quando se mudou. “Antes algumas ruas aqui perto não tinha casa. Tá muito diferente, a rua ali embaixo não existia e era só um açude no inverno”.
“Uma perspectiva bem alta, onde as pessoas vão se amar mais, se respeitar mais, onde as famílias vão se tornar melhor estruturadas”, disse Regiane, ao contar da sua esperança como educadora.
No ano de 2019, foi inaugurado a orla do açude Idevaldo Rodrigues, pai de Maria Lucineide e Regiane Moreira e bisavô de Larha Oliveira. A obra significou, além de uma melhoria para o bairro, uma homenagem para a família. “Foi uma coisa muito especial, porque ele merece ser homenageado por todos, foi uma pessoa maravilhosa, como pai, sogro, avô e como marido para minha mãe, em tudo!”, conta Maria, emocionada ao lembrar do pai.
Larha expõem como suas memórias estão presentes na casa do seus bisavôs. “A gente viveu muita coisa lá, não é um lugar importante só pra mim, e sim pra família toda, porque todo mundo consegue lembrar de uma coisa marcante ali”, local onde residiam dona Creusa e seu Idevaldo. Os primeiros moradores da rua José Petronilio, onde residem Maria Lucineide e Regiane, também afirmam ter suas melhores lembranças nesse lugar.
Esta matéria faz parte do projeto “Meu canto também é notícia”, desenvolvido com os estudantes do 1º semestre do curso de Jornalismo da UFMA de Imperatriz (MA). Eles e elas foram estimulados a procurar histórias no entorno onde vivem.