Cenário estadual e nacional segue padrão semelhante: Maranhão com 35% e Brasil com 34% de representatividade feminina nas eleições de 2024.
Com apenas 34% de candidaturas femininas, Imperatriz, no Maranhão, cumpre apenas um pouco mais que o mínimo exigido pela cota de gênero nas eleições de 2024. Dos 338 candidatos, apenas 115 são mulheres, refletindo um cenário que se repete no estado e em todo o país. O Maranhão apresenta 35% de candidaturas femininas, com 5.872 candidatas, enquanto, no Brasil, o percentual é semelhante, de 34%, com 115.839 candidatas.
Essa discrepância se torna ainda mais evidente quando consideramos que 52,4% do eleitorado brasileiro é composto por mulheres. Dados da Justiça Eleitoral mostram que 81,8 milhões de brasileiras estão aptas a votar nas eleições de outubro deste ano. Em Imperatriz, embora tenha havido um pequeno avanço em relação às eleições de 2020, onde as candidaturas femininas representavam apenas 32%, a sub-representação feminina persiste, indicando que o progresso é lento e insuficiente para equilibrar a participação política entre homens e mulheres.
No cenário estadual, o Maranhão apresenta um quadro semelhante ao de Imperatriz, com 35% de candidaturas femininas. Apesar de ligeiramente superior ao percentual local, o estado ainda enfrenta desafios para aumentar a participação feminina. Já no cenário nacional, o percentual de 34% reflete a média observada em várias partes do país, indicando que a representatividade das mulheres nas urnas está longe de ser plena.
A Lei nº 9.504/1997, que estabelece a cota de gênero, exige que cada partido preencha um percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas entre seus candidatos. No entanto, cumprir o mínimo legal não significa necessariamente um aumento efetivo na representatividade feminina. Segundo Conceição Amorim, Coordenadora do Observatório de Mulheres na Política através do Fórum de Mulheres, “Na realidade não significa que essas candidaturas estejam competindo. A maior parte dos partidos apresentaram as candidaturas femininas na reta final para preencher a cota.”
Além disso, as candidaturas laranjas são uma realidade. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia confirmado 61 casos de fraude à cota de gênero, e em 2024, esse número continua a crescer, com mais de 20 registros até o momento, incluindo municípios maranhenses como Caxias, Lago do Junco e Miranda do Norte. Embora os números indiquem que as cotas estão sendo cumpridas, a realidade das campanhas eleitorais pode contar uma história diferente. Muitas candidatas enfrentam barreiras significativas, como a falta de recursos, apoio político e visibilidade, o que limita suas chances de sucesso nas eleições. Assim, cumprir as cotas de gênero, embora seja um avanço importante, não garante que essas candidaturas sejam efetivas ou resultem em uma maior presença de mulheres nos cargos eletivos.