Impacto das férias universitárias na saúde mental

Por: Alisson Coelho

As férias do ano letivo, geralmente vistas como um período de descanso para estudantes e professores, podem também ser desafiadoras. A mudança repentina na rotina, esperada com expectativa por muitos, pode acabar gerando mais cansaço do que alívio. Para alguns, esse tempo de pausa pode trazer estresse, especialmente para quem depende de uma rotina fixa.

A psicóloga Iza Amorim explica que “algumas pessoas têm dificuldade em desacelerar e se sentem menos produtivas durante as férias, o que pode aumentar a ansiedade”. Ela sugere que é importante “equilibrar descanso com atividades agradáveis” para que as férias sejam realmente benéficas.

Nadia Suellen, estudante de Medicina Veterinária, compartilha sua visão sobre o impacto das férias: “Por um lado, me sinto aliviada de deixar a pressão das aulas e das provas, mas, ao mesmo tempo, começo a sentir que deveria estar fazendo algo produtivo. É difícil desligar completamente”. Ela também ressalta que manter uma rotina leve e cuidar de si mesma durante as férias é fundamental.

Além disso, Nadia sugere que as universidades poderiam investir mais em suporte emocional, tanto presencial quanto on-line, e promover palestras sobre gestão de tempo. “Precisamos entender que assistir uma série ou sair com os amigos nem sempre é algo ruim. Aprender a usar o tempo de forma equilibrada, sendo produtivo, mas também reservando momentos para descansar, sem sentir culpa, é essencial”, afirma.

O professor Ricardo Alvarenga, da UFMA, fala que as férias afetam sua rotina e bem-estar. “Aproveito para visitar a família e viajar, mas não consigo me desligar totalmente das responsabilidades acadêmicas, já que prazos e compromissos continuam”, afirma. Mesmo assim, ele considera as férias fundamentais para os docentes, ajudando a descansar e a se preparar para o próximo semestre. “Voltamos com mais disposição, apesar de o trabalho ser exigente”, conclui.