Dom Vilsom Basso, à frente da Diocese de Imperatriz desde 2017, lidera uma das maiores transformações da história religiosa da cidade. Nascido em Tuparendi (RS) em 16 de fevereiro de 1960, sua trajetória é marcada por uma vida dedicada à missão eclesial. Formado em Filosofia em Brusque (SC) e Teologia em Taubaté (SP), ingressou na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus em 1985, onde foi ordenado sacerdote no mesmo ano. Sua vocação missionária o levou ao Maranhão, onde atuou em várias cidades como Santa Inês, Santa Luzia, Alto Alegre do Pindaré e São Luís.
Em 2010, foi nomeado Bispo de Caxias do Maranhão, onde iniciou a construção do Santuário Diocesano de São Francisco das Chagas. Em 2017, assumiu a Diocese de Imperatriz, guiando sua missão pastoral com o lema “Ecce Venio Domine” (“Eis-me aqui, Senhor”). Sua liderança também se estendeu a eventos globais como o Sínodo da Amazônia e as Jornadas Mundiais da Juventude.
Agora, com a revitalização da Catedral de Nossa Senhora de Fátima, Dom Vilsom planeja um legado espiritual e arquitetônico para a cidade. Iniciada em agosto de 2023, a obra não só resolve problemas estruturais, mas também transforma a catedral em um símbolo renovado de fé. Inspirado no Santuário de Fátima em Portugal, o projeto inclui uma torre central de 43 metros, coroada por uma estrutura simbólica que representa a proteção de Nossa Senhora de Fátima, além da criação de um Museu de Artes Sacras e a revitalização da Praça de Fátima. O custo estimado de R$ 2.160.000,00 está sendo financiado pela campanha “Abrace a Catedral de Fátima”, mobilizando fiéis de toda a diocese.
A revitalização da Catedral é mais do que um projeto arquitetônico: é uma verdadeira transformação espiritual para Imperatriz, com Dom Vilsom à frente, unindo história, arte e fé para fortalecer os laços da comunidade e tornar a catedral um ponto de união e reflexão para todos.

Dom Vilsom Basso, bispo de Imperatriz, diante da Catedral de Nossa Senhora de Fátima em construção, com a torre de 43 metros ao fundo
Imperatriz Notícias: Dom Vilsom, o senhor poderia compartilhar como surgiu o desejo ou a necessidade de revitalizar a Catedral de Fátima?
Dom Vilsom: Quando cheguei a Imperatriz, já existia um projeto de revitalização da igreja, além de algumas necessidades físicas para a reforma, especialmente após as enchentes que, por três vezes, alagaram a Catedral. Havia também uma preocupação com o telhado.
Diante do projeto anterior e da necessidade de reforma, decidimos elaborar um novo projeto, que não fosse apenas uma revitalização da parte antiga da Catedral, mas uma ampliação com novos espaços.
Nesse projeto, incluí algo muito particular meu: trazer para a nossa Catedral de Fátima uma semelhança com a Basílica de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal. A torre, que anteriormente ficava à esquerda para quem olha a igreja de frente, foi retirada, e no novo projeto foi construída uma torre central, seguindo o modelo da Basílica portuguesa.
IN: Quais elementos estruturais da Catedral estavam mais necessitavam de reforma e precisavam de melhorias para atender melhor aos fiéis e à missão da Igreja?
DV: De fato, a Catedral de Fátima precisava de uma reforma, que chamamos de revitalização. O principal problema estava nas tesouras do telhado, que já tinham mais de 60 anos e precisavam ser substituídas, o que demandava a troca de todo o telhado. Além disso, havia o problema da água que entrava na igreja. Estudos de engenharia mostraram que não seria possível simplesmente adicionar meio metro de aterro e, sobre ele, um novo piso, pois esse aterro forçaria as paredes e poderia comprometer toda a estrutura da igreja.
Outro ponto importante era a necessidade de mais espaços para serviços e acolhimento dos peregrinos, devotos de Nossa Senhora de Fátima e fiéis que frequentavam a Catedral. Por isso, ampliamos a estrutura para a frente e também realizamos a revitalização da Praça de Fátima. No projeto atual, Catedral e Praça formam um conjunto único. A Praça funciona como o adro, o espaço de entrada e acolhida da Catedral.

O principal problema estava nas tesouras do telhado, que já tinham mais de 60 anos e precisavam ser substituídas, o que demandava a troca de todo o telhado.
IN: Como a revitalização da Catedral de Fátima reflete a sua visão sobre a fé e a missão da Igreja em Imperatriz?
DV: Em todos os lugares onde trabalhei, tanto como sacerdote quanto como bispo, sempre tivemos uma grande preocupação em fortalecer a fé do nosso povo. Fortalecer a fé significa incentivar a oração, oferecer conhecimento e proporcionar formação, para que tanto as lideranças quanto o povo em geral compreendam as razões da sua fé. Para isso, é essencial termos lugares visíveis, onde o católico possa identificar: ali há uma igreja, um templo, um espaço onde posso me congregar.
Um elemento importante, sempre valorizado na tradição da Igreja, é a torre, pois ela eleva o olhar para o alto, remetendo à espiritualidade e à sintonia com Deus. Os sinos também têm um papel significativo, pois tocam para lembrar o povo dos momentos de oração.
Além disso, é fundamental oferecer um espaço eclesial que promova conhecimento, permitindo que a fé das pessoas seja esclarecida e vivida com serenidade. Uma fé dialogal, que conviva em harmonia com irmãos e irmãs de outras igrejas, é essencial. Por isso, devemos trabalhar esses elementos de espiritualidade, formação e conhecimento, favorecendo o diálogo entre diferentes crenças, pois, no fim, somos todos irmãos.
IN: A reforma preserva elementos históricos ou propõe mudar tudo? O que vai ser mantido da estrutura original?
DV: A reforma preservou 97% da estrutura original da Catedral. Tudo foi mantido, exceto parte da torre antiga, necessária para a nova arquitetura, e a sacada frontal da igreja, onde eram dadas as bênçãos, que precisou ser removida para a construção da nova fachada com a nova torre.
Os elementos históricos e culturais foram preservados. As 14 grandes pinturas da Via Sacra, feitas por Frei Damaso entre 1979 e 1980, foram integralmente mantidas e receberam um grande realce, proporcionando uma visão que realmente chama a atenção dos fiéis. Da mesma forma, a grande pintura sobre o altar, representando Jesus partindo o pão com os discípulos de Emaús, foi preservada e destacada. Agora, sobre ela, há um arco de vidro com duas colunas que conferem um realce impressionante à obra, ressaltando a Eucaristia.
Na fachada da Catedral, o mosaico que representa a aparição de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos foi preservado, assim como o símbolo da Eucaristia, situado no alto, a quase 15 metros de altura. Com a reinauguração, os fiéis poderão subir as escadas e contemplar o painel de perto, algo antes impossível, já que ele ficava a sete ou oito metros do chão.
Procuramos manter toda a riqueza histórica e cultural, ao mesmo tempo em que agregamos novos elementos para fortalecer a religiosidade e a cultura do povo de Imperatriz e da região do Tocantins.

Reforma busca inspiração na arquitetura da Basílica de Fátima, em Portugal.
IN: No catecismo da Igreja Católica é reconhecida a importância da arte sacra como elemento essencial na preservação e transmissão da fé. Como a reforma renovará esse aspecto?
DV: Eu sempre tive um grande apreço pela arte e a preocupação de que nossas igrejas fossem espaços que preservassem e incentivassem a cultura religiosa, com um cuidado especial pela arte sacra. Por isso, no novo projeto, estamos criando o Museu de Arte Sacra da Diocese de Imperatriz, que ocupará todo um primeiro andar e buscará representar a história religiosa e cultural da região tocantina, desde a chegada de Frei Manoel Procópio até os dias de hoje.
No andar inferior, haverá uma exposição de terços e presépios, enquanto na parte superior será apresentada a história religiosa e cultural da região. O museu contará com registros sobre padres, bispos, freis, frades, leigos e leigas que participaram da evangelização ao longo dos anos.
Além disso, também queremos valorizar o esporte em Imperatriz. Já iniciamos contatos para incluir elementos que representem e homenageiem a trajetória da skatista Rayssa Leal, a “Fadinha do Skate”, além de itens sobre o Cavalo de Aço, time de futebol da cidade. O kart e outras modalidades esportivas em que Imperatriz se destaca também terão espaço no museu.
Consideramos o esporte uma expressão cultural e um meio de transmitir valores essenciais para crianças, adolescentes e jovens. Acreditamos que o Museu de Arte Sacra da Diocese de Imperatriz será um importante ponto de visitação para escolas e para o público em geral, que virá conhecer a Praça e a nova Catedral de Fátima.
IN: Como o senhor acredita que a revitalização vai transformar a experiência espiritual dos fiéis em Imperatriz?
DV: O próprio tempo e a maneira como estamos conduzindo esse projeto já estão revitalizando a fé do nosso povo. Trata-se de um projeto arquitetônico arrojado e grandioso, com uma envergadura incomum para nossas igrejas. A nova torre, por exemplo, alcançará 43 metros de altura até o topo da cruz, permitindo que as pessoas subam a cerca de 40 metros e contemplem toda a cidade, a beleza do rio Tocantins e, em dias de céu limpo, enxerguem até 20 quilômetros de distância.
Além da grandiosidade do projeto, ele foi pensado e vem sendo executado com a participação ativa das pessoas, seja por meio de doações, seja principalmente através da oração. É uma obra que realizamos de joelhos.
Temos orado muito, e um símbolo forte dessa oração acontece em cada missa que presido na catedral: após a comunhão, todos que podem se ajoelham, voltam-se para a catedral, erguem os braços e oram, pedindo a Deus que abençoe essa obra. Hoje, ao olhar para a construção em sua fase final, as pessoas não apenas sentem alegria, mas também percebem sua fé renovada e fortalecida.
IN: A torre vai ser aberta a visitações?
DV: Sim, com organização, normas e pessoas responsáveis por controlar o acesso, garantindo que a quantidade de visitantes seja adequada para facilitar a movimentação na torre.
Acima do museu, teremos a Capela do Céu, um espaço de oração. Ao lado dela, estará o Memorial Padre Josimo, em homenagem ao sacerdote que dedicou sua vida à defesa das quebradeiras de coco e dos pequenos trabalhadores rurais.
A partir desse ponto, inicia-se a subida da torre. Em cada nível, os visitantes poderão contemplar diferentes vistas da cidade. No topo, terão a oportunidade de ver de perto os sinos e, finalmente, alcançar a última plataforma, de onde poderão admirar toda a paisagem de Imperatriz.
IN: O projeto visa aumentar a capacidade de fiéis? Quantos lugares a mais serão oferecidos após a reforma?
DV: A capacidade da Catedral aumentará devido à ampliação da entrada, que será bem maior. No entanto, inicialmente, manteremos o número de bancos. O que faremos, de fato, será aumentar a quantidade de missas.
Por exemplo, aos domingos, antes tínhamos três missas. Em 2018, criamos a missa das 11 horas da manhã e, agora, com a reinauguração da Catedral, acrescentaremos mais uma às 6h30. Assim, passaremos a ter cinco missas aos domingos.
Além disso, a Catedral e a Praça permanecerão abertas durante todo o dia, permitindo que os fiéis visitem, rezem, conheçam melhor o espaço e fortaleçam sua fé.
IN: Qual é o projeto para a revitalização da Praça de Fátima?
DV: A Praça é uma extensão da Catedral. Nela, há colunas que refletem as da fachada da igreja, sendo sete de cada lado, todas com sete metros de altura.
Além disso, haverá três conjuntos de seis colunas, também com sete metros de altura, cada um com uma pequena laje no topo, formando um pórtico de entrada. Do lado da Avenida Getúlio Vargas, sete grandes painéis de seis metros de altura representarão as sete aparições de Nossa Senhora em Fátima. Já do lado da Rua Dorival Pinheiro, um portal de entrada com seis colunas abrigará a Capela das Aparições de Fátima, um espaço dedicado à oração e devoção.
No centro da Praça, bem em frente à Catedral, haverá outro pórtico de entrada, que será a entrada principal. Esse caminho conduz diretamente ao altar da Catedral, simbolizando o percurso até o sacrifício eucarístico, a mesa da Palavra e do Pão da Eucaristia.
A Praça também integrará elementos culturais e religiosos. De um lado, apresentará informações sobre as sete aparições; do outro, oferecerá um espaço de espiritualidade. Além disso, contará com canteiros de árvores frutíferas, flores e ervas medicinais, tornando-se um ambiente educativo, ecológico e harmonioso. Como diz a Palavra de Deus: “E Deus viu que tudo era bom”.
Nosso objetivo é que a Praça seja um local de convivência, cultura, fé e aprendizado. Chamamos esse conceito de “turismo contemplativo”: um espaço onde as famílias podem passear e desfrutar de um ambiente agradável, sempre embalado por música religiosa.
Assim, ao entrar na Praça, a pessoa já sente que está em um espaço sagrado. As sete colunas, lado a lado, formam um abraço que se fecha na entrada central da Praça de Fátima, reforçando essa conexão entre a Praça e a Catedral.
IN: A Praça de Fátima era conhecida pelos lanchonetes que funcionavam 24h. O novo projeto prevê a instalação de outros quiosques?
DV: A Praça, como mencionei, será um espaço religioso e cultural. Ela será totalmente dedicada a expressões de cultura, religiosidade e fé. Não haverá na nova Praça o espaço que existia na versão anterior. Assim, ela será reconfigurada com uma arquitetura que será integralmente devolvida à população de Imperatriz.
IN: Como o poder público tem colaborado para garantir que a revitalização da praça seja um espaço inclusivo para toda a comunidade de Imperatriz?
DV: Quando tomamos a decisão de realizar a revitalização da Catedral e da Praça de Fátima, foi assinado um documento no qual o Poder Público se comprometia a realocar as pessoas que exerciam atividades comerciais na área, enquanto a Diocese, a Igreja Católica, se responsabilizava pela execução da Praça.
Durante a construção, buscamos incentivos fiscais por meio da Lei de Incentivo à Cultura, que permite que empresários paguem impostos ao governo, e parte desse imposto possa ser destinado a atividades culturais e obras de interesse público. Assim, elaboramos um projeto junto à Secretaria de Estado de Cultura e estamos com o segundo projeto em andamento, embora com um valor reduzido, considerando o custo total da obra. Pelo menos 90% de tudo o que está sendo realizado é fruto da participação da população, dos católicos, dos irmãos de outras igrejas, que nos apóiam, da campanha que fizemos e, especialmente, do comprometimento da própria Diocese de Imperatriz, que é responsável por toda essa obra.
IN: Qual é o andamento das obras e qual a previsão para a conclusão?
DV: Estamos trabalhando para concluir a obra. Atualmente, temos 30 homens trabalhando diretamente, e mesmo com o bom inverno que estamos tendo, graças a Deus, isso não tem atrapalhado o nosso trabalho. A maioria das tarefas externas, como a pintura, já foram realizadas durante o verão, nos meses de setembro, outubro e novembro. Agora, estamos concentrados na parte interna, que está sendo finalizada. Nosso objetivo é entregar essa obra o mais breve possível à população de Imperatriz e região.
IN: Geralmente, as solenidades de Corpus Christi terminavam aqui na Praça de Fátima. Já há alguma previsão no sentido de que, esse ano, ela possa já, a solenidade vir a finalizar aqui?
DV: O que posso dizer é que este Ano Santo tem como lema “Peregrinos de Esperança”, e é a esperança que nos move. Que Deus queira que seja possível.
IN: Como o senhor vê a interação das paróquias de Imperatriz com o projeto de revitalização da Catedral?
DV: É um projeto que envolve todos, porque é a Catedral. Chama-se Catedral porque nela está a cátedra, a cadeira do Bispo, onde ele preside e cuida de toda a diocese. A Catedral, portanto, é também a igreja-mãe de todas as outras igrejas da diocese.
Houve um empenho e uma participação não só das paróquias da cidade, mas também das paróquias dos 13 municípios que compõem a Diocese de Imperatriz. E esse empenho continua, com campanhas sendo realizadas, e o resultado dessas campanhas sendo trazido para ajudar na finalização da igreja.
Gostaria de destacar uma ação realizada pelas Irmãs Franciscanas da Penitência na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Senador La Rocque. Elas têm um projeto social de reforço escolar com crianças da igreja católica e de outras denominações. Elas decidiram fazer uma campanha, produzindo terços que as próprias crianças confeccionaram. Os terços, uma devoção mariana tão forte na Igreja Católica, foram vendidos, e a renda da venda foi trazida até nós.
Em um momento muito emocionante, 30 crianças, as três irmãs, lideradas pela Irmã Francisca, e o Padre Antônio José, Pároco da paróquia, vieram de ônibus trazer o resultado dessa campanha.
Foi algo muito bonito, não pelo valor arrecadado, que não é o mais importante, mas pelo envolvimento de crianças e adolescentes de diferentes igrejas que se uniram por esse projeto, o projeto de revitalização da Catedral e da Praça de Fátima.
IN: A revitalização envolve profissionais de diferentes crenças. Como a Igreja vê a participação de pessoas de outras religiões no processo?
DV: É muito bonito, porque, na verdade, até mesmo os irmãos de outras igrejas dizem: “Eu me sinto honrado de fazer parte de um projeto tão bonito, tão significativo.” Foi e continua sendo uma convivência muito pacífica, harmoniosa e fraterna. Todos os dias, às sete horas da manhã, fazemos uma prece. Oramos juntos, recitamos o Pai Nosso, que é a oração de todos os cristãos.
Rezamos e pedimos a bênção de Deus para todos, para as famílias deles, proteção contra qualquer acidente e a bênção sobre este projeto. Graças a Deus, tem sido uma experiência muito positiva, e estamos felizes com o andamento das obras da nossa Catedral de Fátima.
IN: Como o senhor vê que esse novo ambiente que será criado com a revitalização da Catedral e principalmente da praça pode contribuir para o diálogo inter-religioso em Imperatriz?
DV: A Igreja Católica, e eu, pessoalmente, sempre fui um homem que buscou o diálogo e a paz. Tenho muitos amigos, pastores de outras igrejas, homens e mulheres de outras denominações, com os quais mantenho relações de amizade, e acredito que este será um espaço que eles mesmos irão querer visitar, observar e se alegrar conosco.
Temos a experiência da missa em seu lar, que já realizamos há quase cinco anos. Durante a pandemia, fizemos todos os dias, às seis da manhã a missa e às seis da tarde o terço. A partir de 2022, passamos a fazer isso apenas aos domingos, também na Catedral. A missa é retransmitida pelas nossas redes sociais, pela TV Anajás, que é a Rede Vida de Imperatriz e região, e por dez rádios FM, com suas redes sociais. Cito uma delas, a Rádio Esperança FM de Buritirana, com o Pastor Valdeci, da Assembleia de Deus, que é o diretor da rádio. Ele mesmo diz: “Dom Vilsom, faço questão de colocar a missa no ar pessoalmente. Meu sogro, minha sogra, que são de João Lisboa, acompanham o senhor todos os domingos.” Já vivemos essa irmandade e precisa ser assim, pois somos todos irmãos. Acredito que, com a revitalização da Catedral e da Praça de Fátima, este templo será, sim, um local de diálogo, irmandade e fraternidade.
IN: Como os fiéis têm apoiado a campanha “Abrace a Catedral”?
DV: Desde o início, cada um tem ajudado como pode. Houve aqueles que, durante 12 meses, fizeram doações mensais, com a ideia de que cada pessoa assumisse um metro quadrado de obra. Muitas outras campanhas foram feitas: rifas, os dois festejos de Nossa Senhora de Fátima, além de boletos com valores pequenos, para que todas as pessoas pudessem participar, e uma campanha espontânea, envolvendo tanto aqueles com mais condições quanto os com menos condições.
E quem não pode ajudar financeiramente, pode contribuir com palavras de apoio e com orações. Acredito que, hoje, as pessoas se sentem parte desta obra. Esse foi o objetivo, como bispo, e com a minha experiência de construção de templos, como em Santa Luzia do Tide, onde construímos o Santuário de Santa Luzia, uma obra belíssima, e o Santuário de São Francisco, na Diocese de Caxias, em São João do Soter, também uma obra muito bonita.
A ideia sempre foi trazer um local bonito, onde o povo possa celebrar e viver sua fé. Essa é também a esperança que temos diante dessa obra: que o povo continue apoiando, unido, e que possamos continuar pregando o bem, fazendo o bem e levando as pessoas a fazerem o mesmo.
IN: Para quem ainda deseja contribuir, como pode ajudar na revitalização da Catedral?
DV: Eu digo, lembro de Santa Luzia do Tide, lembro de São João do Soter, do Santuário de São Francisco, as pessoas tocando no templo, na igreja, e dizendo: “Eu ajudei a construir essa obra.” Esse é o desejo das pessoas. Quem já ajudou, continue apoiando, continue orando, continue divulgando.
E quem ainda não teve a oportunidade, venha. Pelo menos, venha olhar, venha orar. Apoie, porque depois você poderá trazer seus familiares, amigos, pessoas que lhe visitam de diferentes lugares do Brasil e de fora.
Você poderá dizer: “Olha que templo bonito, olha que praça linda. Eu ajudei, tenho parte nisso, um tijolinho, eu colaborei.” Essa é, de fato, a minha palavra.
Quem já ajudou, continue. Quem já apoiou, continue apoiando. Quem já orou, continue orando.
E, se você puder e quiser, venha, una-se a nós nesta obra tão bonita. O que eu digo? É um presente para a população de Imperatriz e região, mas, acima de tudo, está sendo construída para a honra e glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.
IN: Como o senhor enxerga a nova Catedral como um marco não só para a Diocese, mas para toda a cidade de Imperatriz?
DV: Bom, eu vejo o que as pessoas comentam, e esse é um comentário comum. Pessoas simples, pessoas com maior nível de estudo, pessoas que vêm de fora.
Recebi ontem a visita do Nelson, um caminhoneiro lá do Sul. Ele estava vindo de Darcinópolis, no Tocantins. Escutou a missa pela rádio no domingo de manhã e disse: “Vou querer conhecer essa catedral.” E ele veio e participou da missa aqui à noite.
Ele disse: “Olha, realmente é uma obra belíssima.” Então, são as pessoas que estão dizendo que será um marco para a nossa cidade e região. A nossa ideia é oferecer um belo presente, algo que, de fato, edifique a unidade, a paz, um lugar de convivência, e um lugar para fortalecer a fé de nosso povo.
IN: Qual é a mensagem que o senhor gostaria de deixar para os fiéis que aguardam ansiosos pela nova Catedral?
DV: O que eu posso dizer é que é a fé. Estamos construindo esta igreja e revitalizando a Praça de Fátima com fé. E, para uma obra de igreja, ela avançou muito rápido. Normalmente, uma obra de igreja leva de 5 a 7 anos, mas esta será concluída em pouco tempo. Então, mantenham a serenidade, a fé, o desejo de participar e de colaborar. Renovem a sua esperança, porque, se for da vontade de Deus, estaremos entregando esta obra para a honra e glória de Deus, para a fé do nosso povo e para a unidade de nossa gente.