Garantindo apenas 4 vagas na nova Câmara Municipal, o que falam as mais novas vereadoras sobre a baixa adesão feminina na Câmara

Por: Rafaela Oliveira

No domingo, 6 de outubro, em Imperatriz, foram eleitos 21 vereadores para o mandato de 2025 a 2028. Dentre os eleitos, 17 são homens e apenas 4 são mulheres. As vereadoras eleitas incluem Rosângela Curado, do Partido Liberal (PL); Renata Morena, do Partido Republicano da Democracia (PRD); Terezinha Soares, do Podemos (PODE); e Jorgiana da Boca da Mata, também do Partido Liberal (PL).

Imperatriz, MA, uma cidade com mais de 172 anos de história, ainda não elegeu uma mulher para o cargo de prefeita. Nas últimas eleições, a representatividade feminina na política local continuou limitada, refletindo-se na composição da Câmara Municipal. Das 21 cadeiras, apenas quatro são ocupadas por mulheres, um número que, embora represente um aumento em relação às eleições anteriores, ainda evidencia um desequilíbrio de gênero na representação política.

Foto: Reprodução/Internet

Entre as quatro mulheres eleitas está Jorgiana Pinheiro Sousa, 47, conhecida como Jorgiana da Boca da Mata, filha do ex-vereador Toinho Boca da Mata. A vereadora eleita destacou que “ter poucas mulheres vereadoras eleitas na Câmara de Imperatriz hoje é um problema, pois afeta a nossa representatividade feminina, além de mostrar que a população ainda tem um certo receio de votar em uma mulher”. Para ela, a presença limitada das mulheres na política restringe a diversidade de vozes e experiências essenciais para a formulação de políticas públicas mais inclusivas.

Ela também destacou os desafios enfrentados pelas mulheres, como a falta de apoio para se candidatar e a dificuldade de conciliar a vida pessoal e o trabalho com a política. “Além disso, muitas vezes, o ambiente político é dominado por homens, o que pode fazer com que as mulheres se sintam menos à vontade para participar. Precisamos mudar isso e dar mais apoio para que as mulheres se sintam confiantes em se candidatar”, afirmou.

Foto: Reprodução/Internet

A segunda entrevistada foi a também eleita Renata Morena, 42, que destacou que ser uma das poucas mulheres eleitas em um espaço predominantemente masculino representa uma grande responsabilidade e uma enorme honra. “É uma chance de trazer uma nova perspectiva, de mostrar que a diversidade de vozes é essencial para uma política mais inclusiva e eficaz. Acredito que minha presença pode ajudar a quebrar barreiras e a inspirar outras mulheres a se envolverem na política, mostrando que é possível ocupar espaços de poder e fazer a diferença”.

“Eu sou uma pessoa de ação. Acredito que a melhor maneira de inspirar outras mulheres, especialmente as mais jovens, a se envolverem com a política é através do exemplo e da ação. Mostrando que é possível ser uma mulher de sucesso na política, que podemos fazer a diferença e que nossas vozes são importantes”, comentou Renata. Ela planeja promover encontros e workshops com jovens mulheres, compartilhando suas experiências e incentivando-as a se envolverem ativamente na comunidade, além de criar um ambiente de apoio e mentoria.

Outro ponto a ser destacado é a questão racial. Das quatro vereadoras eleitas, apenas uma se autodeclara negra, refletindo a limitada diversidade racial na composição do legislativo local. Esse cenário traz à tona a necessidade de discussões sobre inclusão e diversidade nos espaços de poder, um tema relevante tanto em nível local quanto nacional. A sub-representação de mulheres e mulheres negras em cargos eletivos reforça a importância de medidas que incentivem a participação feminina e promovam um ambiente político mais inclusivo.