Texto: Edlene Galeno e Jaimerson Fernandes
Fotos: Jaimerson Fernandes
O Poder Executivo se recusa a falar sobre a Zona Azul, sistema de organização do trânsito que atuava em Imperatriz por meio da empresa Alcabox. Encontrar uma vaga na região central da cidade para estacionar carro ou moto está cada dia mais difícil. A empresa que cuidava do estacionamento rotativo da cidade começou a funcionar em Imperatriz em 2020, com a proposta de organizar o trânsito na cidade, e finalizou sua operação com decreto no primeiro dia de mandato do atual prefeito, Rildo Amaral, depois de muitas críticas e problemas na licitação. No entanto, para os motoristas que utilizam vagas de estacionamento no centro, o fim da Zona Azul tem sido motivo de questionamento sobre quando a empresa, ou outra, voltará a funcionar. Perguntado sobre a possibilidade, por meio de assessoria, o prefeito se recusou a falar sobre o mecanismo de organização do trânsito, informando que é uma decisão judicial, por isso preferiu não comentar, mas sequer emitiu uma nota sobre o assunto, solicitada quatro vezes à sua assessoria.

Encontrar vagas no centro da cidade está muito mais difícil e Prefeitura não fala de projetos para Zona Azul
A suspensão do sistema foi decretada em primeiro de janeiro, e em 4 de fevereiro, após sindicância da Superintendência de Trânsito e Transporte (Sutran), suspenderam novamente a Zona Azul. A suspensão aconteceu por apelo da população e, de acordo com a gestão municipal, por irregularidades no processo de licitação quanto à execução dos serviços. O Ministério Público do Maranhão também investiga o contrato da empresa Alcabox ( Zona Azul) no Inquérito Civil SIMP 011099-253-2021, por meio da 1ª Promotoria Especializada, devido às suspeitas de irregularidades na prestação de serviços.
O valor cobrado variava de acordo com o porte do veículo e tempo de estacionamento, sendo cobrado dois reais a cada uma hora por automóveis de passeio. Os motoristas possuíam as opções de pagar através do aplicativo ou através dos pontos de vendas que ficavam distribuídos no Centro da cidade, que compreende da rua Coronel Manoel Bandeira, até a rua Rio Grande do Norte, e da Luís Domingues até a rua João Lisboa, totalizando 50 quarteirões, com 48 pontos de vendas. Quem quer estacionar, tem que procurar uma vaga, o que pode demorar horas, de acordo os motoristas.
Para diminuir a velocidade dos veículos e organizar o trânsito após o fim da Zona Azul, a Sutran, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), instalou oito novos radares em maio de 2025, que foram instalados na Av. Pedro Neiva de Santana, Av. Bernardo Sayão, Av. Dorgival Pinheiro de Sousa, Av. Newton Bello e nos bairros Vilinha e Nova Imperatriz. Os radares limitam a velocidade a 60 quilómetros por hora. Caso os condutores ultrapassem o limite, estarão sujeitos às penalidades previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Outras cidades do país possuem o modelo de estacionamento, como São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e outros municípios de vários estados.
Com o fim do sistema de estacionamento regulamentado em Imperatriz, motoristas reclamam da desordem no trânsito e dificuldade para estacionar. A professora Ana Carla Rio, que utiliza seu veículo todos os dias, afirma que a Zona Azul precisa voltar, pois o tempo para encontrar estacionamento triplicou. O problema não era o preço pago para permanência ao estacionar seu veículo, mas sim o fato de não haver um tempo de tolerância gratuito para os condutores. “Não tem mais vagas para estacionamento, especialmente no centro comercial. Isso ocorre devido à classe trabalhista do centro comercial, que deixa seus veículos/transporte o dia todo”, destaca Ana Carla.