Repórter e fotografias: Ester Feitosa Nogueira
Em busca de estabilidade financeira, estrangeiros vêem em Imperatriz novas oportunidades de negócios. Das investidas gringas, o ramo da culinária é um dos mais procurados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de estrangeiros que residem em Imperatriz é de 144 pessoas, sendo que destes 82 são homens e 62 são mulheres. Embora a estimativa seja do instituto, esse número pode ser maior. De acordo com o técnico em informação Geográfica e Estatística do IBGE, Leandro Nunes Sampaio, estes dados não foram atualizados por problemas financeiros.
Com mais ou menos imigrantes o fato é que Imperatriz “acolhe bem os estrangeiros”. Pelo menos é o que afirma o empresário português João Martins, casado, dois filhos, formado em gestão hoteleira pela escola superior de hotelaria em Portugal e que veio para Imperatriz em novembro de 2013 com o intuito de abrir um restaurante lusitano. Na cidade, embora não tenha conseguido achar mão de obra especializada para o empreendimento, ele encontrou as oportunidades que não via na sua terra natal. Então, implementou um projeto e abriu a Casinha Portuguesa. ”Ninguém sabe fazer algo sem aprender”, justifica.

Atualmente emprega nove pessoas nas duas “Casinhas Portuguesas” além de sua esposa que comanda com ele o negócio. A especialidade continua fazendo referência à terra além mar: ”frango assado à moda portuguesa”, além do tradicional bolinho de bacalhau uma das delicias do cardápio.
A ideia deu tão certo que pretende abrir uma terceira Casinha Portuguesa, projeto para o futuro. “Imperatriz é uma cidade boa, mas falta infraestrutura, investir muito na educação, saúde etc.”, destaca.
Mesmo com a falta de recursos, sobram oportunidades. Razões pelas quais o fazem ficar aqui. Dois fortes motivos o prendem em Imperatriz: a estabilidade financeira e o tempo que pode dedicar a sua família. “Em Portugal meu trabalho tomava muito meu tempo, aqui fico mais livre para estar com meus filhos e esposa”, diz
Outras opções de sabores
Assim como o português João Martins, também residem em Imperatriz o sirio Fady Obald e o descendente de libanês Ali Osmais Yassin, os dois patrícios tem em comum o carinho por Imperatriz e o desejo de retornar aos seus países. “Tenho vontade de morar em meu país de origem pelo fator família e religião”, diz tio Ali como e carinhosamente chamado. Tio Ali esta há 8 anos no ramo de esfirraria e destaca que as esfirras e quibes são receitas de família, para não perder a identidade e qualidade do produto os temperos vem do Líbano,Turquia ou Dubai. Conta que a idéia da esfirraria surgiu em uma de suas viagens ao Líbano, onde costuma ir pelo menos uma vez ao ano. ”Vi um estabelecimento parecido no Líbano, lá a esfirra tem um processo mais artesanal num ambiente mais rústico”, destaca.

Filho de libanês nascido em Imperatriz e formado em administração de empresas pela UEMA (Universidade Estadual do Maranhão), diz que seus pais chegaram em Imperatriz no ano de 1957. Assim como tantos outros estrangeiros vieram em busca de novas oportunidades e segundo ele encontraram. Tio Ali destaca a boa acolhida do imperatrizense aos imigrantes, porém conta que por causa da diferença cultural já viveu histórias bem engraçadas. “Já fui chamado de homem bomba, mas levo na esportiva”, comenta.
História engraçada também viveu o sírio Fady Obald, nascido em Damasco, capital da Síria, formado em economia pela faculdade de Damasco. Fady atualmente é dono da pizzaria Alien. Ele chegou em Imperatriz em julho de 2014 para casar e trabalhar. Segundo pondera, Imperatriz representa para ele um lugar bom para crescer profissionalmente. Pudera, quando chegou na cidade trabalhava como vendedor numa loja de calçados com um salário de R$ 800 por mês e desde que implantou seu próprio negócio no ramo de pizzaria a renda passou para R$ 8 mil. “O negocio se tornou tão lucrativo que pretendo abrir outra loja em breve”, planeja.

Mesmo com os lucros em alta ele diz que sente falta de seu país, mas faz questão de destacar que aqui as pessoas são boas. ”As pessoas são bem acolhedoras”, diz. Para ele que viajou por outras cidades, Imperariz é melhor para viver, apesar de estranhar bastante a comida e até as frutas. ”Visito meu país pelo menos uma vez ao ano para diminuir a saudade da alimentação e da família”, entrega.
Serviço: para conhecer um pouco mais da culinária estrangeira anote aí:
Casinha portuguesa/especialidades
Frango assado á moda portuguesa; bolinho de bacalhau; bacalhoada
Endereço: Rua Godofredo Viana, nº 1196 esquina com Aquiles Lisboa, Centro.
Rua Ceará, nº 401, esquina com Rua Santa Teresa, Juçara.
Esfhirraria Tio Ali
Esfhirra; quibes, charutos.
Endereço: Rua Simplício Moreira entre Getulio Vargas e Luis Domingues, Centro.
Pizaria Alien
Pizzas de calabresa, frango catupiry, portuguesa.
Endereço: Avenida Getúlio Vargas entre Godofredo Viana e Coronel Manoel Bandeira.