Gerente da Caema diz que problema de abastecimento é baixa do Rio Tocantins

Pauta: Dina Prardo

Repórter: Janethe Matos

A população Imperatrizense tem passado por problemas recorrentes no abastecimento de água. O gerente regional da Caema (Companhia de Água e Esgoto do Maranhão), Rafael Heringer, alega que o principal problema no abastecimento de água na cidade, hoje,ocorre por causa da situação crítica do Rio Tocantins que está com 2,7 metros abaixo de zero, um nível considerado muito baixo e cerca de 70% da água distribuída em Imperatriz vem de lá.

Heringer: “mais de 80% da cidade não tem problema com a falta de água”

Apesar desse principal fator, existe também o fato de que há muito tempo a cidade não contava com investimentos no sistema da Caema. Agora estão sendo realizadas obras de investimento no sistema da cidade, no que diz respeito a reforma de estação de captação e tratamento de água e expansão de redes.O valor do investimento é de “quase 20 milhões de reais só na cidade de Imperatriz”, afirma Heringer.

SegundoHeringer a presente situação do Rio é gerada por vários fatores, dentre eles temos: falta de chuva, barragens nas hidrelétricas, desmatamento que tem comprometido praticamente todos os afluentes e desmatamento de mata ciliar ao longo da bacia do Rio.

Imperatriz conta com uma bomba reserva, no entanto, o baixo nível do Rio acaba comprometendo a vida útil do equipamento. “Foram compradas duas, nos últimos 60 dias foram instaladas, e estragou justamente por conta disso”, afirma ele. Em entrevista ao Imperatriz Notícias ele nos informa mais detalhes sobre o assunto.

Imperatriz notícias: Como ocorre o processo de captação e distribuição de água para a população de Imperatriz?

Rafael Heringer:A água distribuída em Imperatriz tem duas fontes: a fonte do rio Tocantins e os poços artesianos da cidade. Basicamente 70% da água que é distribuída na cidade de Imperatriz vem do Rio Tocantins e os outros 30% são de poços artesianos, tanto na cidade como na zona rural. A captação do Rio Tocantins funciona como canal de aproximação onde temos uma estrutura de bombas que captam essa água e é jogada para a estação de tratamento que fica também próximo a capitação. Essa água é tratada com os processos padronizados e é distribuída, jogada para um reservatório, que a gente chama de reservatório de distribuição geral. Esse reservatório, manda essa água para os outros reservatórios nos bairros da cidade. E desses reservatórios, essa água ela é distribuída propriamente ditanas casas.

IN: O que você tem a falar sobre a qualidade da água distribuída para a população de Imperatriz?

RH: A qualidade da água da cidade de Imperatriz é uma das melhores do Brasil. Inclusive com todos os testes de análises e comprovadamente uma água de excelente qualidade apesar do Rio Tocantins enfrentar muito na questão da degradação e poluição. Mas o controle de qualidade, os processos adotados dentro da estação de tratamento da cidade de Imperatriz, é um controle muito rígido e nós atestamos com relação a cor, a sabor da água, com relação aos aspectos físicos, químicos e biológicos também, totalmente aprovados e monitorados.

IN: O Senhor bebe água de torneira? A água daqui é boa para beber?

RH: É boa, mas a gente sempre manda filtrar.Todos, toda água, até porque você tem uma variável que não diz respeito à Caema. A Caema não tem nenhum controle sobre a caixa de água do cidadão. A Caema não tem autonomia sobre a caixa de água deles e recomenda-se, uma portaria do ministério da saúde, que a caixa de água seja limpa de seis em seis meses.Se ela não é limpa de seis em seis meses consequentemente terá os seus prejuízos dentro da sua casa e isso não compete a Caema.

IN: Sabemos que Imperatriz cresceu nos últimos anos, a Caema consegue suprir a demanda da cidade? 

RH: Não. Ainda não, porque nos últimos 30 anos, praticamente tem 30 anos esse sistema aqui na cidade de Imperatriz. Nos últimos 30 anos todos os governos que passaram pela cidade de Imperatriz a nível estadual, ou seja, todos os governadores que são os responsáveis pelos investimentos da Caema, não investiram. Os investimentos começaram a acontecer agora, retomaram em 2015 com o plano de expansão. A cidade de Imperatriz, necessita de muito investimento, como está sendo feito ágora, então só para você ter uma ideia, só na expansão de rede de distribuição de água está sendo investido quase 20 milhões de reais só na cidade de Imperatriz. Com esses investimentos nós teremos aí uma recuperação nesse déficit, que será aí o aumento das redes. Estamos reformando a estação de captação, estação de tratamento está sendo reformada, nós estamos ampliando nosso sistema de distribuição de uma maneira geral, aí nós teremos uma recuperação nesse déficit e estaremos aí igualando, o sistema vai está sendo totalmente, vai estar atendendo totalmente a população.

IN: O problema da falta de água em Imperatriz é recorrente. Porque falta tanta água em Imperatriz?  

RH: Hoje o principal problema é o Rio Tocantins, esse é o principal problema.

IN: Mas o problema é recorrente!

RH: É. Nos últimos meses principalmente, o Rio Tocantins baixou muito. Nós temos por exemplo, bombas estragadas. Essas duas bombas estragadas, a empresa que instalou as bombas já vieram e fizeram um laudo e mostrava, provando para nós que o problema das bombas terem estragado tão rápido é justamente o problema do Rio baixo, porque você força as bombas.Com uma situação que, ela não foi fabricada para aquilo e a quantidade de areia que entra dentro da casa de bombas, é uma quantidade muito grande prejudicando inclusive a parte mecânica desse equipamento. Então, hoje, inclusive, nós estamos enfrentando esse problema por conta disso.

IN: Como o senhor, sendo morador de Imperatriz, tem enfrentado essa situação de problema recorrente da falta de água? O senhor tem poço em sua casa?

RH.:Tenho não. Eu não tenho problema com abastecimento. Só para você ter uma informação, mais de 80% da cidade não tem problema com a falta de água, mais de 80%. Nós temos algumas regiões, alguns pontos da cidade, que são pontos que pela falta de investimento de décadas. Nós temos problemas com abastecimento de água que está sendo resolvido com as obras que estão no campo, mas mais de 80% da cidade não tem problema com o abastecimento de água.

IN:  E quais são os setores que tem mais problema?

RH: Nós tínhamos, por exemplo, Parque do Buriti, Anhanguera e bairro Leandra que estão agora finalizando as obras, ponto crítico da cidade que está melhorando. Parte da Vila Nova, bairro Senharol, Parque Airton Sena, aqueles bairros da região,eram bairros problemáticos que hoje já está com o abastecimento normalizado. Nós estamos hoje com uma frente de serviço numa outra região problemática da cidade que era a região do bairro Santo Amaro, Sol Nascente. Outra região também muito antiga e problemática na cidade que era o Parque Alvorada I, II e Vilinha nós estamos também com as obras lá naquela região. Então dos mais de 100 bairros da cidade, nós temos aí a grande maioria sendo abastecidos com satisfação.

IN: E para finalizar qual o concelho o senhor daria para a população que tem passando por essa situação de falta de água recorrente?

RH: O conselho que eu dou é economizar água.Eu acho que é preciso haver uma conscientização da população nesse sentido.É preciso também haver uma conscientização na questão do uso ilegal da água, porque existe uma parcela muito grande da comunidade que, praticamente, de uma forma ilegal usa água, fazendo ligações clandestinas. É preciso as pessoas também terem consciência ao lavar as ruas com água potável, água tratada que isso é inadmissível num tempo como nós estamos vivendo. É inadmissível que as pessoas, por exemplo, não consertem um vazamento dentro da sua casa que as pessoas tenham o hábito deixar uma torneira aberta ou algo desse sentido, não educar seus filhos.A gente tem que se unir nesse momento para fazer aquilo que nós não podemos fazer enquanto pessoa física mas também fazer aquilo que nós podemos fazer como pessoa física individualmente, tem muita coisa para ser feita.