A Prefeitura buscará parcerias com os governos federal e estadual para melhorar a economia de Imperatriz. É o que destaca o secretário municipal de desenvolvimento econômico,  Wilson Filho

Por Wallisson Marques Santos

O ano de 2020 foi marcado pela maior crise sanitária do país, o que afetou diversos setores da sociedade, como a economia. Em vista disso, a atual gestão na Prefeitura Municipal de Imperatriz-MA vem atuando para conter os impactos da pandemia com auxílio das secretarias municipais. Uma delas é a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), pasta estratégica que atua diretamente para lidar com a geração de renda e auxiliar todos os setores econômicos da cidade. A pasta é comandada pelo secretário Wilson Filho.

O atual secretário atuava, inicialmente, na Assessoria de Projetos Especiais e assumiu em 2020 a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. O órgão da prefeitura tem a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e sustentável de Imperatriz, atuando na criação de projetos que envolvem desde do turismo ao agronegócio, abrangendo também a indústria, o comércio local e a prestação de serviços. A Sedec também atua em conjunto firmando parcerias com instituições organizadas da sociedade como Sebrae, Senac, Senai, universidades e órgãos governamentais. Na entrevista,  o secretário de desenvolvimento econômico aborda algumas metas e ações para atrair recursos e prestar auxílio para a população.

Quais estratégias a Secretária de Desenvolvimento Econômico vem utilizando para lidar com as demandas em relação à geração de renda e emprego no período da pandemia? As mesmas foram efetivas, em sua opinião?

Wilson Filho: Temos ministrado muitas palestras para os microempreendedores e produtores rurais sobre a importância deles empreender com excelência os seus produtos; estamos com a Feira Cidadã instalada em alguns bairros de Imperatriz, dando a oportunidade para os produtores exporem os seus produtos e isso tem gerado economia positiva tanta para os produtores, quanto para a sociedade de Imperatriz; Também estamos com a Van Itirerante da Sedec, fazendo cadastros e registrando os microempreendedores, dando a oportunidades para eles até diante das empresas financeiras de empréstimos, para, assim, ampliarem os seus negócios. No período da pandemia estávamos realizando videoconferências de motivações, para que os empreendedores não desanimassem por causa da pandemia e que seria possível um lucro capital em seus negócios por meio dos aplicativos de delivery.

Como será o funcionamento do shopping popular que está em obras, ao lado do panelódromo?

Wilson Filho: Haverá um movimento muito grande da população, pois vai beneficiar tantos os camelôs bem como os paneleiros, pois o fluxo de pessoas vai aumentar, sendo que o shopping popular vai atender os consumidores, por isso estará buscando diversidades de produtos, que serão empreendidos pelos microempreendedores e camelôs do shopping popular. Existem muitas pessoas em Imperatriz que são de renda baixa, que não têm sequer condições de ir a um shopping tradicional das grandes empresas, o shopping popular vai também atender essa classe de baixa renda, que também irá contribuir para a economia de nossa cidade.

Como o senhor vê o fim do auxílio emergencial pelo Governo Federal? Haverá impacto sobre a economia local aqui?

Wilson Filho: Conforme alguns economistas dizem, se for olhar o impacto sobre o PIB ou sobre a massa de rendimentos das famílias, têm vários municípios de estados do Norte e do Nordeste que se beneficiam bastante, como o Pará e o Maranhão. O professor Élcio Costa, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), apresenta uma relação desses estados, tem lugar que o impacto sobre o PIB do estado chega a ser mais de 8% e, em nível de município, têm alguns que chegam a ter impactos de 27%, explicou o professor de economia. Então, o Maranhão está inserido e Imperatriz está dentro dessa realidade. Nós, da SEDEC, temos também percebido um aumento muito grande em nossa economia por meio do auxílio emergencial do Governo Federal.

Quais as ações que a Prefeitura Municipal pode realizar com o Governo do Estado para melhorar a economia em 2021?

Wilson Filho: Ainda estamos concluindo o plano piloto para 2021, mas os planos serão muito melhores do que estes de 2020, pois estamos saindo de uma pandemia onde muitos projetos para este ano não tiveram como serem desenvolvidos. O nosso prefeito, Assis Ramos, estará buscando recursos tanto junto ao Governo Estadual, bem como ao Governo Federal para melhorar o PIB de nossa cidade, por meio das ações junto ao comércio, indústrias e outras grandes empresas que estarão se instalando em Imperatriz. Essas empresas vão gerar muitos empregos e desenvolver a economia da nossa cidade.

Quanto ao comércio informal, como a prefeitura tem lidado com essa questão sem prejudicar as famílias que sofrem com o desemprego?

Wilson Filho: A prefeitura, por meio da Sedec, e das demais secretarias, tem procurado ajudar todos os que estão inseridos no comércio informal, proporcionando cursos e palestras. Além disso, fechamos uma parceria com o Sebrae que tem nos ajudado muito, recebemos do Sebrae kits sobre todos os assuntos do empreendedor. Uma pesquisa do IBGE mostra que atualmente 37 milhões de brasileiros trabalham no mercado informal, isso corresponde a 40% de todos os trabalhadores do país. O número é maior que o de carteiras assinadas, que é de 33 milhões. Entre as atividades que crescem está a de comércio de quentinhas, marmitas e pratos feitos. Para ganhar a vida, quase meio milhão de brasileiros vendem comida nas ruas. Aqui em Imperatriz basta olharmos para o movimento à noite da Avenida Pedro Neiva, se tornou um verdadeiro encontro para as famílias consumirem em diversas tendas armadas e pontos fixos, gerando uma grande renda para o comércio informal, assim também é em vários pontos da cidade Imperatriz, o movimento é bastante grande. Ainda, segundo o IBGE, em 2018 o número de pessoas que trabalham neste segmento informal aumentou seis vezes em quatro anos. Em 2015 eram pouco mais de 79 mil pessoas e, desde o ano de 2018, são mais de 483 mil, e cada ano os números aumentam.

*Atividade realizada para a disciplina Técnicas de Reportagem do Curso de Jornalismo da UFMA Imperatriz

*Foto: Acervo pessoal