Por: Lyandra Gomes
As eleições de 2024 em Imperatriz apresentaram um número pequeno de candidatos com deficiência, com 2 pessoas declarando algum tipo de limitação. Contudo, o que poderia ser visto como um avanço na representatividade esconde uma dura realidade: não houve evolução no número de candidatos com deficiência desde as eleições de 2020, revelando uma preocupante estagnação na inclusão política dessas pessoas.
Atualmente, os candidatos com deficiência física estão concorrendo nas eleições junto com os 382 candidatos políticos, representando apenas 0,5% do total. Esses números indicam que, apesar da presença contínua desses candidatos, as barreiras que enfrentam para conquistar cargos eletivos ainda permanecem quase inalteradas.
Em Imperatriz, nunca houve uma pessoa com deficiência física eleita em 166 anos de história política, o que reflete não apenas um problema estrutural, mas também a falta de políticas efetivas para promover a verdadeira inclusão no cenário político. Mesmo com a presença contínua de candidatos com deficiência, as condições para que essas pessoas concorram em igualdade de oportunidades ainda não foram alcançadas.
Evandro Fernandes, que concorre no coletivo “União e Inclusão”, do partido PCdoB, expressou sua frustração com a falta de progresso: “A campanha não favorece, enquanto uma pessoa sem deficiência consegue dialogar com outras pessoas, a pessoa com deficiência auditiva, para ela ir dialogar com outras pessoas, ela tem que contratar o intérprete, ou seja, uma parcela significativa do financiamento de campanha é para custeio do pagamento do intérprete de libras. ”
Evandro também destacou as dificuldades enfrentadas pelos candidatos com deficiência no atual cenário político: “O nosso material audiovisual, ele tem que ser um material acessível, porque nós lutamos noturnamente por acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência. Mas para confeccionar material acessível, há um custo maior em relação a nós.”
A ausência de evolução do aumento de candidatos PCDs desde 2020 indica que o sistema político local continua a negligenciar as demandas dessa parcela da população. As dificuldades enfrentadas, como a falta de acessibilidade nos locais de campanha, a ausência de materiais adaptados e a escassez de apoio dentro dos partidos, persistem como obstáculos intransponíveis para muitos. “Não é nem justa para as candidaturas de pessoas com deficiência.”
Além disso, a falta de mudança no cenário eleitoral também sugere que a sociedade e o sistema político em Imperatriz não estão preparados para valorizar a diversidade e promover a inclusão de pessoas com deficiência em cargos públicos. A estagnação no número de candidaturas e a ausência de eleitos com deficiência física apontam para a necessidade urgente de ações mais efetivas e comprometidas com a inclusão. “não tem como, de maneira nenhuma, concorrer, né? De igual por igual. Enquanto um tá correndo a 100 metros, a gente tá começando a correr agora. A gente tá começando a ocupar espaço agora.”
O Imperatriz Notícias não conseguiu encontrar com o outro candidato, mas deixamos um espaço em aberto para um posicionamento.
Instagram para contato: @imperatriz.noticias
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)