Por: Bárbara Gomes
A inclusão da educação sexual no currículo escolar tem gerado diversas reações entre os pais em Imperatriz, refletindo um tema sensível e, ao mesmo tempo, crucial para o desenvolvimento das crianças. A pedagoga Jaqueline Nascimento, professora da educação infantil em uma escola pública do município, afirma que muitos pais confundem educação sexual com ideologia de gênero, o que gera uma recepção inicial negativa.
“Até eu, a primeiro instante, como pedagoga, reagi de uma forma negativa, mas depois a gente vai estudando a fundo e vemos que há uma necessidade de se trabalhar essa temática dentro das escolas”, Jaqueline ressalta que esse diálogo com as crianças é fundamental para ensiná-las a reconhecer e relatar abusos, além disso, a educação sexual vai muito além disso, abrangendo ensinamentos básicos de higiene e comportamento.
Por outro lado, Wanessa Silva, mãe de um aluno na educação infantil particular, teve uma reação tranquila e positiva. Ela considera a educação sexual extremamente importante e acredita que tanto a escola quanto os pais desempenham papéis essenciais nesse processo, ela considera que esse é um trabalho conjunto entre escola e família para fornecer informações corretas e orientação adequada.
Alex Viana, pai de um menino que estuda na escola Maçônica de Imperatriz, é a favor da inclusão do tema no currículo, mas acredita que é necessário estabelecer limites. “Sou a favor até certo ponto, pois a educação sexual precisa ter limites”, afirma. Ele expressa preocupações específicas sobre o conteúdo que pode ser apresentado às crianças, “sou contra aquelas cartilhas nas escolas, que o povo disse que não teve, mas teve sim”, ressalta.
Temas a Serem Abordados
A segurança sexual e a proteção infantil são temas prioritários para Wanessa Silva. Ela gostaria que esses tópicos fossem enfatizados nas aulas. “Gostaria que fosse abordado mais o tema de segurança sexual e proteção às crianças”, expressa a mãe, alinhando-se com a preocupação geral de proteger as crianças contra abusos.
Alex afirma que é contra a temática sobre reprodução humana na educação infantil. Ele acredita que esse tema deve ser evitado, pois certos detalhes ele considera inapropriados para a idade das crianças. “Também sou contra a forma como se ensina sobre a reprodução. Acredito que esse tema não é adequado para crianças muito novas”, explica.
Quanto a forma de abordar o conteúdo sobre sexualidade para crianças, a pedagoga Jaqueline afirma que busca sempre trazer uma forma mais lúdica, com encenação de fantoches e a brincadeiras do semáforo, “ a gente faz toda uma adaptação, para evitar que a criança se assuste com o conteúdo, às vezes nunca viu, procurando sempre levar em forma de brincadeira, mas sempre falando que é sério”.
Prevenção de Problemas
Wanessa acredita que a educação sexual nas escolas é uma ferramenta eficaz para prevenir problemas como abuso infantil e bullying, pois ajuda as crianças a entenderem que certas situações que parecem normais podem ser, na verdade, abusivas, “com certeza previne abuso, pois as crianças irão entender que algumas coisas que acontecem dentro da sua casa que elas acham normal podem sim ser abuso” relata a mãe. Jaqueline Nascimento também ressalta a importância da educação sexual na conscientização e prevenção do abuso infantil, destacando a necessidade de abordar o tema de forma lúdica e segura.