Produção artesanal reduz vendas durante pandemia

Centro de Artesanato de Imperatriz possui o cadastro de 200 artesãos. (Foto: William Castro / Divulgação Prefeitura Municipal)

Com a demanda reduzida e o fechamento temporário de feiras, setor sofre com falta de clientes

Cinthya Monteiro

Com o surgimento da pandemia e o avanço do contágio pela Covid-19, profissionais do artesanato adaptaram-se para conseguir manter as vendas diante da nova realidade.

Ainda com a abertura parcial do comércio no primeiro semestre de 2020, profissionais como Roseane Gomes, 43 anos, presidente da Associação Casa do Artesão, da Praça Brasil, em Imperatriz, relata as dificuldades. “Não teve mais cliente, até que a gente tentou. Abríamos à noite, só que não tinha movimento”, conta.

“Chega um período que temos que voltar a realidade”, relata Ana Carmen Viana, que fechou sua banca localizada no Centro de Artesanato logo no início do isolamento. A artesã, que trabalhava anteriormente com decoração com MDF, teve que aprender a costurar para conseguir renda extra com a confecção de máscaras.

O governo do Estado do Maranhão lançou um edital em maio deste ano, firmando parceria com profissionais autônomos para a produção de máscaras. Foi solicitada a compra de 300 mil máscaras feitas por costureiras de cidades do estado. As máscaras produzidas pelos artesãos seriam doadas a pessoas carentes, conforme o regulamento.

Apesar da artesã Ana Carmen ter recebido uma quantidade de encomendas no início, a procura pelo produto caiu, pois seus clientes passaram a economizar e comprar apenas o necessário. “Tem as redes sociais, o que eu estava fazendo era postar. O que eu ia fazendo ia divulgando, mas é muito complicado”, relata a artesã sobre a queda no número de vendas.

Com a retomada das vendas, medidas foram adotadas para evitar o contágio como a utilização da máscara, álcool em gel e álcool 70 e distância entre clientes, explica Gardênia Silva, diretora do Centro de Artesanato de Imperatriz (Assari).

A pandemia está sendo um grande obstáculo para as pessoas que ganham a vida produzindo artesanato. “O artesão ao produzir, ele coloca o tempo, dedicação e estudo naquela peça para entregar algo que emocione o cliente”, relata Gardênia Silva. A maioria de seus produtores são pessoas idosas, que fazem parte do grupo de risco da Covid-19.

O Centro de Artesanato de Imperatriz conta com o cadastro de 200 artesãos associados. Mesmo com todas as dificuldades na comercialização, as encomendas, exposições e vendas pela internet ajudaram a manter a renda mensal dos profissionais manuais. Para Gardênia, trabalhar com artesanato vai além de uma venda como a comércio comum. “O artesanato é uma troca de experiência, ele é uma troca muitas vezes de carinho entre uma peça e o artesão”.

Horário de funcionamento

O Centro Assari está localizado na rua Urbano Santos, aberto de segunda à sexta, das 9 às 19 horas, e no sábado, de 9 às 14 horas. Já a Associação Casa dos Artesão está localizada na Praça Brasil, com o funcionamento das 8 às 17 horas.

 

*Matéria produzida para a disciplina de Redação Jornalística, semestre 2020.1, com a orientação da profa. Yara Medeiros.