Por André Lima, Rodrigo Victor e Gidel Sena
É certo que especialistas veem o cenário da pandemia de forma preocupante, principalmente quando sintomas comuns, como dores no corpo, cansaço, um pouco de falta de ar e manchas no corpo causados pelo Covid-19, também são apresentados em pessoas com dengue. Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou a dengue entre as 10 ameaças globais à saúde em 2019.
Com tamanhas semelhanças nos sintomas, o aumento e a capacitação de novos agentes se fez necessário. Em Imperatriz, foram efetivados 294 agentes de saúde em outubro do ano passado com a missão de também conscientizar e combater a proliferação dessa doença nas comunidades, principalmente nas mais carentes atingidas pelas chuvas que desabrigaram várias famílias.
Com a pandemia tomando conta dos noticiários, os problemas que o mosquito Aedes aegypti pode causar foram esquecidos para a maioria da população. Do mês de janeiro a novembro de 2020 houve uma queda nos casos de dengue aproximada de 73,13 % em relação a 2019 na cidade de Imperatriz segundo o Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRA). Apesar dos resultados apresentarem declínio, vale reassaltar que para esse dado, é bom ponderar o baixo volume de chuvas no período que foi realizado o levantamento, assim como as normas sanitárias impostas pelo Ministério da Saúde devido à pandemia da Covid-19, que faz com que os agentes não possam adentrar em todos os imóveis, apenas naqueles com acesso pelas laterais.
As questões climáticas com alternância de chuvas e sol favorecem o surgimento dos criatórios do mosquito Aedes. Em atendimento a determinação do Ministério da Saúde, os municípios brasileiros são obrigados a fazerem, quatro vezes por ano, o Levantamento do Índice Rápido, LIRA, documento que serve para demonstrar às autoridades federais de saúde sobre o quadro de infestação larvária do mosquito da dengue. Em 2019 a cidade apresentou nível médio de infestação, o que representa estado de alerta e com isso foram intensificados, já neste ano de 2021 apresentou um Índice de Infestação Predial, IIP, de 0,5%, o que nos coloca em uma situação de baixo risco.
“Eu senti febre, dor no corpo e as pernas doíam demais. A dor nas pernas é tão grande pensa que não vai resistir entendeu? E a gente vomita, é muito sintoma, é muito ruim sabe, o sintoma da dengue. Eu passei muito mal, a gente fica com corpo todo doendo, muita dor de cabeça, é muito ruim. Eu me senti muito mal, fui parar no hospital, foi o jeito né!”, relatou Francisca Fernandes, dona de casa.
Pacientes que já contraíram algum dos vírus, em caso de nova infecção, podem desenvolver uma forma mais grave da doença, a chamada Dengue Hemorrágica. Nesses casos, além dos sintomas comuns da Dengue, podem surgir complicações sérias tais como: a temperatura corporal abaixa depois do 3º ou 4º dia, dor severa na região abdominal, vômito persistente e com sangue, respiração acelerada, sangramento das gengivas, fadiga e inquietação. Por conta dos sangramentos, da dificuldade na respiração e do comprometimento dos órgãos, casos de Dengue Hemorrágica podem ser fatais, principalmente de 24h às 48h após o estágio mais crítico.
A agente de saúde Elaine Sousa explica que o melhor método para prevenção é o diálogo com a população. “Através das informações sobre a prevenção, conscientizando as pessoas a seguir todas as orientações como, por exemplo, observar qualquer recipiente ou objeto que possa vim Acumular água descartando ou cobrindo , descartar o lixo, orientar sobre os vasos de plantas, se possível colocando areia, caixas de água e reservatórios sempre bem tampados,” explica a agente de saúde.
O Aedes aegypti se prolifera ao depositar seus ovos em locais com água parada, como pneus, garrafas, vasos de plantas, bebedouros e caixas d’água. Diferente do que se acredita o Aedes não se reproduz apenas em água limpa, já que se adaptou ao ambiente urbano. Por isso, o recomendado é não deixar água parada em nenhum local e contribuir com a conscientização coletiva de inspeção de focos de proliferação em casas e quintais, locais públicos e terrenos baldios.
Na reportagem feita pela TV Difusora Sul em 2018, um ano antes da pandemia, mostrou que Imperatriz estava classificada de risco médio. Assista a reportagem: