Pauta: Evellyn Lima
Reportagem e fotos: Raimunda Tupinambá Sousa
De acordo com informações do diretor da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) em Imperatriz, Daniel Duarte Costa, no próximo mês começa a reforma dos banheiros do campus centro. Atualmente o local conta com apenas nove banheiros para atender cerca de 300 alunos em dois turnos. Destes, apenas cinco banheiros estão funcionando e ainda assim de forma insatisfatória: os vasos não têm tampas, nem assento, algumas portas não possuem trancas, faltam espelhos e em algumas pias também são encontrados problemas como vazamento de água.
Conforme Costa, tudo que se relaciona a custo dentro da universidade é muito complicado pois depende de São Luis, onde ocorre a liberação de recursos e onde está instalada a reitoria da instituição. “A gente pode tentar ver essas cabines interditadas ver quais são os problemas e tentar resolver sem problema algum”, garante o diretor que adianta que as reformas iniciam na primeira semana de julho.
O fato é que o problema não é de hoje. De acordo com a sub prefeitura do Campus de Imperatriz, ao longo do tempo foram feitas reformas paleativas. Só para ter uma idéia, os três banheiros que ficam ao lado do setor de limpeza da universidade foram interditados em 2014 e nunca foram arrumados, estando fechado até hoje.
Não bastasse as condições precárias de manutenção, há ainda o problema com a limpeza. Quem usa os banheiros diariamente diz que esse é outro empecilho. É o caso da professora de Antropologia Emilene Sousa. Ela pondera que a instituição não dispõe, sequer, de um banheiro exclusivo para funcionários. “A situação é péssima, as portas não fecham e a limpeza é precária”, comenta a professora.
Em cada box de banheiros pelo menos uma das cabines está interditada ou simplesmente sem a tranca da porta, o que torna uma simples ida ao banheiro em uma situação constrangedora. A falta de espelho também é outra reclamação, especialmente das meninas “Sim…falta o espelho, esse objeto incrível e indispensável! E não apenas pela vaidade nossa de cada dia. É uma necessidade quando você sai do trabalho direto pra faculdade, ou vice-versa. Na falta dele tínhamos as opções do reflexo no bebedouro, no porta-papel do banheiro, nas lentes dos óculos escuros ou na tela do celular”, diz Mari Marconcine que está concluindo o ultimo período de Jornalismo. Os alunos também não deixam de destacar a limpeza ineficiente, os banheiros são limpos apenas uma vez a cada período a falta de água é freqüente deixando a situação ainda mais delicada
A acadêmica Valéria Cristina Rodrigues da Silva, aluna do 4º período do curso de Jornalismo, tem experiências desagradáveis no banheiro da instituição. “Ah… também tem outro fator, algumas das pias não possui a encanação da pia, por muitas vezes já aconteceu de eu ligar a torneira e molhar os sapatos por que a água vai toda no chão, quando não colocam o balde embaixo”, diz.
A equipe que trabalha na limpeza do campus é composta por sete trabalhadores que se revezam nos três turnos, todos concordam que sempre houve problemas nos banheiros. Naide Ferreira trabalha no campus desde 2012, ela afirma que a equipe faz de tudo para manter os banheiros em bom estado e que muitas vezes os próprios alunos contribuem para o mau funcionamento dos banheiros. “Bastava funcionarem todos os que estão quebrados ou entupidos, que seriam suficientes para atender a todos”, afirma Naide.
Os cuidados com a saúde
Usar um banheiro público requer um nível ainda maior de cuidados com a saúde, o ambiente é ideal para a proliferação de micro-organismos devido a umidade. Nos banheiros da UFMA esse risco se torna mais evidente pois nenhum vaso dispõe de assentos com tampa, e dar a descarga sem baixar a tampa do vaso representa risco alto de contaminação do ambiente.
O farmacêutico Flávio Ricardo explica que com a descarga o jato de água suspende as bactérias entre elas a escherichia_coli, que se deslocam no ar. Ele comenta que algumas variações dessa bactéria podem causar problemas sérios na saúde das pessoas que vão desde diarréia a casos mais complicados como infecção no sangue. Ele destaca ainda que dar a descarga com a tampa do vaso abaixada e lavar as mãos após o uso do banheiro são cuidados mínimos que precisam ser adotados por todos. No caso da UFMA ainda tem mais uma situação delicada e comprometedora o principal bebedouro fica a poucos metros dos banheiros que estão sempre com a porta principal aberta. “Essa distância deve ser de no mínimo 50 metros”, diz ele.