Texto e fotos de Brunna Tavares
A restauração do teatro, que vem sendo planejada desde o ano passado, começa em maio deste ano. A Assarti (Associação Artística de Imperatriz),juntamente com empresários da cidade e a Prefeitura de Imperatriz, pretendem mudar toda a estrutura do teatro em uma reforma que custaria em torno de R$800 mil, mas a entidade conta apenas com metade desse recurso.
A Assarti conta com apenas 50% do orçamento da reforma, e se recusava a começar a obra sem o montante completo, por não ter garantias do recebimento da outra metade do dinheiro. Mas – de acordo com a atual presidente da entidade, Nice Rejane – precisam prestar contas da quantia de R$ 350 mil que foi patrocinada pela Cemar (Companhia Energética do Maranhão S.A.), por esse motivo a restauração foi adiantada.
A entidade está à procura de apoio para completar o montante de dinheiro necessário para a restauração. O ex-presidente, agora tesoureiro da Assarti, Antônio Francisco Rego revelou que apesar das incontáveis reuniões que já fizeram à procura de apoio financeiro, não teve muitos resultados. “A questão nossa é essa, é o apoio que a gente não tem, mas a gente tá vendo aí” ele contou.
A restauração mudaria completamente a estrutura do teatro, desde rampa para cadeirantes na entrada até o dobro de acentos. Atualmente, o teatro conta com 166 acentos, além da estrutura de som e iluminação, e não dispõe de acesso para deficientes. É um teatro pequeno, a última reforma aconteceu em 2002.
O tamanho insuficiente do teatro para receber grandes espetáculos e acomodar toda a comunidade é o maior motivo da restauração. Segundo o ex-secretário, agora conselheiro da Assarti, Domingos Cezar Ribeiro, a atual estrutura impede a cidade de receber companhias de teatro de fora do Estado ou sediar uma mostra maranhense de teatro. “As companhias de fora cobram muito caro e como não tem espaço pra muitas pessoas, não vale a pena” afirma.
O Teatro Ferreira Gullar é o único do país que não pertence a nenhum órgão público ou particular e sim a uma entidade. “O teatro de Imperatriz é da Assarti, é dos artistas, e é ai que está essa dificuldade de administrar recursos, essa dificuldade financeira”, contou Ribeiro.
A garantia de renda do teatro – hoje – são os alugueis, escolas particulares, companhias de teatro e artistas da cidade alugam para seus eventos e espetáculos. Rego revelou que essas pautas estão sustentando o teatro. “Com esse dinheiro que a gente paga os funcionários, troca lâmpadas que queimam etc” comenta.
O fim do ano é quando o teatro fica mais lotado, época que as escolas fazem seus encerramentos e há várias pautas, em média, nesse período de agosto a dezembro, são vinte eventos por mês. De acordo com Rego, por conta dos poucos acentos, é difícil acomodar a todos, e as escolas, por exemplo, têm que fazer duas ou três seções de seus espetáculos.
A restauração vai trazer mais possibilidades para o meio artístico de Imperatriz. “O plano é receber companhias e eventos maiores depois da restauração”, disse Ribeiro. O espaço ampliado vai dar maior apoio aos artistas da cidade e também receber artistas de fora com um maior público.
O Teatro Ferreira Gullar tem sua sede localizada no Centro da cidade de Imperatriz, na rua Simplício Moreira, 1771. Não é possível acompanhar a programação do teatro.