Hospital Regional Materno Infantil realiza só 50 partos humanizados por mês em Imperatriz

Texto de Angela Lima Freitas

Fotos de Angela Lima Freitas/ e acervo pessoal das fontes

 

Marília viveu a experiência do parto humanizado
Raquel ficou feliz com seu parto, como esperava, no hospital de Imperatriz

O Hospital Materno Infantil de Imperatriz realiza 50 partos humanizados por mês, um número baixo, uma vez que são realizados no Hospital cerca de 600 partos por mês, sendo eles partos normais e cesarianas. Conforme explicação do hospital, o baixo número é resultado intercorrências como falta de dilatação e ausência de dores e a resistência de alguns profissionais, por falta de familiaridade com a prática. Talvez isso explique o porquê de o Hospital só ter aderido ao parto humanizado apenas em 2012.

De acordo com a coordenadora do Centro Obstétrico Pré-Parto, Nara da Costa Nascimento, hoje a boa aceitação não é mais um problema, mas o profissional carece ainda de esclarecimentos. “Há boa aceitação, no entanto, o médico precisa ser esclarecido sobre o assunto, e quando não tem conhecimento ele passa por um treinamento”, explica Nara.

O Hospital conta com uma equipe de enfermeiros, médicos obstetras e fisioterapeutas e a cada plantão ficam disponíveis quatro médicos obstetras, além de enfermeiros. Todos os médicos estão habilitados para o parto humanizado e aqueles que não estão, passam por treinamentos, no entanto, o parto humanizado é assistido apenas por enfermeiros, por ser parto de baixo risco.

O parto humanizado tem como base o amor, ele dar mais liberdade de escolha para a gestante, além de proporcionar mais conforto. O parto humanizado se difere do parto normal e da cesárea, pois a gestante escolhe qual a melhor posição para ter o bebê, escolhe se vai ou não tomar medicamentos farmacológicos para acelerar o trabalho de parto. De acordo com a enfermeira Nara Jeovane o parto humanizado também está acabando com a violência obstétrica nos hospitais, uma vez que tem por base o respeito a fisiologia da mulher. “A gente quer que a gestante saia chorando, mas de felicidade”, pontua Nara.

A liberdade de escolha da gestante é um dos principais detalhes para a mulher que opta pelo parto humanizado, como é o caso da mãe Raquel Amorim. “Desde o meu primeiro mês de gestação eu estava trabalhando para ter parto humanizado, pois além de ter muito amor envolvido, me dar liberdade de escolha durante o parto”, explica Raquel.

 

Perfil da gestante que pode fazer o parto humanizado

Lorena sonhava com parto normal humanizado, mas teve de optar pela cirurgia

 De acordo com a enfermeira Nara Jeovane, a gestante não precisa só querer o parto humanizado, ela precisa apresentar boas condições desde o pré-natal, como não ter problemas de hipertensão e diabetes. No entanto, há casos que mesmo a mãe apresentando boas condições desde o pré-natal, pode acontecer intercorrência no trabalho de parto e ser encaminhada para uma cesárea, como por exemplo ausência de dilatação durante o trabalho de parto e ausência de dores.

Como é o caso da mãe Lorena Feitosa. “Eu tinha todas as condições desde o começo da gestação, mas já estava na quadragésima semana e não sentia dores, então tive que ser encaminhada para a cesárea”, lembra.

Segundo a enfermeira Nara Jeovane o parto humanizado é indicado apenas para gestantes de baixo risco, pois o parto é assistido apenas por enfermeiros, que estão ali apenas para auxiliar a gestante a melhor forma de agir, interferindo apenas se houver intercorrência.