Conhece o projeto que leva comida para animais de rua na cidade? Entrevista com a idealizadora em Imperatriz

 Repórteres: Rodrigo Araújo e Kárita Motta

Fotos: Acervo Amor Por Patinhas

 

A advogada Janiny Santos Andrade, uma das idealizadoras do projeto ‘Amor Por Patinhas’, que alimenta animais de rua em Imperatriz, conta que teve a ideia criar um projeto em janeiro de 2020. Durante suas atividades físicas no Complexo Barjonas Lobão(fiqueninho) em Imperatriz, percebeu que muitos animais abandonados que moravam por ali não tinham o que comer. Ela pensou então em montar comedouros e bebedouros utilizando cano pvc, material barato e com alta durabilidade.

O projeto ‘Amor Por Patinhas’ completou em janeiro de 2021 um ano de existência, neste primeiro ano houve um acolhimento de diversos apoiadores como comerciantes e voluntários que buscam sempre manter os comedouros limpos e abastecidos, pois a principal dificuldade do projeto é a manutenção que precisa ser diária. Quer saber mais sobre as ações, vem conferir a entrevista:

 

 Imperatriz Notícias:  De quem foi a iniciativa do projeto?

Janiny Santos Andrade: Então, eu comecei né, eu tive a ideia quando eu vi que havia uma necessidade dos animais a todo momento, muitos animais, o fluxo muito grande e então eu falei com a Etieny, e ela super apoiou, foi muito rápido, nós já começamos a divulgar e começamos a juntar dinheiro, fizemos o orçamento e compramos os materiais pra fazer os primeiros comedouros.

 Imperatriz Notícias: Como surgiu o projeto “amor por patinhas”?

JSA: Então, o projeto deu início dia 20 de janeiro de 2020,salvo engano, eu e a Etieny Maia fazíamos caminhada no fiqueninho, éramos vizinhas e quando eu ia sempre levava ração, por que tem gatos que moram lá, certo, e eu comecei a ver na internet algum tipo de pote, alguma coisa que pudesse ficar lá para outras pessoas colocarem, né, eu e ela revezar, e aí eu vi a ideia dos canos e achei bastante interessante, foi aí que eu fiz a proposta para ela, pra gente primeiro comprar só eu e ela mesmo e colocar apenas no fiqueninho, só que aí nós começamos a divulgar a ideia e conseguimos outras pessoas que também tiveram interesse em ajudar e aí conseguimos comprar uma quantia de canos e mandar fazer mais para colocar na cidade só que ainda não tínhamos autorização da prefeitura né, e aí nós fomos atrás  da autorização, acho que foi na secretaria de planejamento.

“eu e a Etieny Maia fazíamos caminhada no fiqueninho, éramos vizinhas e quando eu ia sempre levava ração, por que tem gatos que moram lá, certo, e eu comecei a ver na internet algum tipo de pote, alguma coisa que pudesse ficar lá para outras pessoas colocarem”

 IN: Qual o maior desafio enfrentado pelo projeto?

JSA: Então, eu acredito que o maior desafio que é enfrentado até hoje é a questão do abastecimento e da limpeza, certo, porque todos os dias os canos, eles tem que ser limpos e reabastecidos , e procuramos colocar em pontos específicos da cidade né, no fiqueninho, na beira rio, tem na praça brasil ou na praça da cultura que tem outro, também tem outros pontos , além de em lugares privados também, onde as pessoas propuseram a ajudar, a limpar e a abastecer, só que é bem complicado isso, conscientizar as pessoas a ajudarem, a verem os locais lá e colocar um pouco de ração, colocar água, se tiver sujo, ajudar a limpar, e não só os voluntários né , mas assim, qualquer pessoa, ela pode tá ajudando, tá fazendo sua parte, porque na verdade é um conjunto né, onde só quem se beneficia na verdade é os animais, então, eu acredito que o maior desafio seja esse e além que tem  muitos outros animais abandonados nos bairros né , então assim, eu acredito que precisamos de mais doações para fazer mais e além disso, mais ainda a ajuda das pessoas para conseguir dar continuidade na limpeza e no abastecimento.

 IN: O projeto recebe apoio e incentivos financeiros de ongs?

JSA: Não, não recebemos apoio financeiro de ongs, na verdade todo o projeto gira em torno das pessoas que se propuseram a ajudar, voluntários mesmo, pessoas particulares e outras pessoas que tem interesse de colocar na sua porta que pagaram também pelo kit, que é o comedouro e o bebedouro, onde o dinheiro é todo revestido para fazer mais materiais e pagar a pessoa que faz pra gente os adesivos e para colocar nos lugares.

 IN: A pandemia revelou diversos problemas em nossa sociedade, com o isolamento social, o número de animais abandonados cresceu?

JSA: Olha, em dados estatísticos eu não vou saber te responder, mas eu acredito que sim, as pessoas além de estarem assustadas, é um momento muito crítico e sensível e infelizmente os animais foram deixados de lado, nós percebemos que cada vez mais os animais são abandonados na rua, cabe ressaltar que nenhum momento  quando nos colocamos um comedouro e um bebedouro na rua, nenhum momento é para incentivar o abandono de animais, nós sempre ressaltamos a ideia que o certo é adotar um animal, mas nós sabemos que nem todas as pessoas podem, a condição financeira também, às vezes não permite, a pessoa já pode ter um outro animal, enfim, são diversos fatores, só que sempre aconselhamos da castração e da adoção, né, só que infelizmente os animais que já estão na rua, eles não podem passar fome, é um absurdo e assim, eu acredito muito na sensibilidade do ser humano, eu fico muito triste e acredito que muitas pessoas ficam, então, infelizmente nesse quadro que nós estamos vivendo, provavelmente deve ter crescido sim, esse número de abandonos de animais, até por questões financeiras e questões pessoais.

 IN: O que mais te emocionou nesse período em que o projeto existe?

JSA: Olha, eu acho que o mais gratificante, não é as pessoas elogiando a iniciativa, mas sim quando nós vemos o resultado ali né, os animais se alimentando, tendo aquela fonte de alimento naquele horário que ele quer, na beira rio a comida acaba muito rápido, a ração, no fiqueninho também, todos assim então é gratificante você alimentar um animal e ver que você tá saciando uma fome de um bichinho, apesar que nós não temos como mudar o mundo, entendeu, enfim, são coisas que vai além de qualquer gratificação, mas o pouco que nós fazemos né, acho que já muda muita coisa, então assim, se cada um fizesse a sua parte, colocasse, não precisa de um comedouro, às vezes você lavar dentro do carro, na sua bolsa um pouquinho de ração pra quando você ver um animal passando fome, colocar, eu acho que isso não tem preço.

 IN:  Como ter um comedouro e bebedouro em uma casa ou empreendimento comercial?

“JSA: Então, quem tiver interesse em ter um bebedouro e um comedouro, pode estar entrando em contato, nós pegamos determinada quantia, fazemos o material e entregamos para eles e esse dinheiro já revestimos em fazer mais pares”

JSA: Então, quem tiver interesse em ter um bebedouro e um comedouro, pode estar entrando em contato, nós pegamos determinada quantia, fazemos o material e entregamos para eles e esse dinheiro já revestimos em fazer mais pares, inclusive já tem várias casas e empreendimentos que já fizeram isso e tem nas suas portas, como voluntários.

 RA: Como ajudar o projeto?

JSA: É bem simples, para ajudar o projeto você pode estar entrando em contato pelo Instagram, falando comigo ou com a Etieny no direct, nós temos um grupo também, onde se fala sobre animais que estão abandonados, castração, etc., para fazer a rotatividade de limpeza do projeto, mas também pra quem não quiser participar do grupo, para quem não tiver tempo, ela pode simplesmente doar certa quantia, doar certa razão, ela pode simplesmente comprar em alguma venda alguma ração e colocar no comedouro, colocar água no bebedouro, fazer a limpeza, fazer sua parte da forma como a pessoa achar melhor, hoje, graças a deus, a gente tem umas voluntárias que sempre estão ajudando, que sempre estão fazendo a limpeza e sempre fazendo a reposição de ração.

 KM: Quais os contatos para maiores informações sobre o projeto “amor por patinhas”?

JSA: Pode estar entrando em contanto no Instagram do @amorporpatinhasitz.