Casos de pedofilia aumentam em Sítio Novo do Tocantins

Texto: Vanderlene Pereira Araujo e Luan da Silva Sousa

Foto: Luan da Silva Sousa

O número de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Sitio Novo do Tocantins, a 21 quilômetros de Imperatriz, aumentou cerca de 66% nos últimos três anos. Em 2016 foram seis casos registrados, sendo cinco meninas e um menino; já em 2017 e 2018 as ocorrências subiram de 7 para 12, somando um total de 16 meninas e 4 meninos. Em 2019, os casos já se aproximam dos 10, levando em consideração que a cidade só possui 9 mil habitantes e que ainda não terminou o ano letivo, os números são consideradosmuito altos.

Segundo o conselheiro tutelar William dos Santos Almeida, as denúncias dessa natureza têm aumentado devido a intensificação do conselho nos trabalhos educativos e de informação com a comunidade. A maioria das denúncias são recebidas primeiramente pelo conselho tutelar, mas em outros casos se distribuem por toda a rede que trabalha juntamente com o conselho para juntos combater esse quadro. Essa rede de apoio é composta pela Polícia Civil, Assistência Social, escolas, rede pública de saúde, e o Ministério Público.

Em relação ao perfil das vítimas, geralmente são crianças e adolescente, estima-se uma faixa de idade aproximada de  6 a 14 anos. Em todas essas ocorrências, na qual a criança sofre com esse tipo de agressão, é muito comum os agressores coagirem a vítima para que ela não fale e a violência continue acontecendo com frequência. “Por esse motivo, a equipe do conselho tutelar quando se depara com casos dessa natureza, encaminha a vítima para acompanhamento psicológico” conta Almeida.

A relação do pedófilo com as vítimas geralmente está dentro do próprio ciclo familiar. De acordo com Almeida “na maioria das vezes o agressor está dentro de casa, sendo frequentemente o próprio pai ou algum membro da família”, descreve.  O que tem facilitado esse processo de punição e descobertas dos casos é o fato de a família no momento em que tem conhecimento do caso se disponibiliza para ajudar tanto a Polícia como o Conselho Tutelar nessas situações. “Todos que chegaram até a gente, a família sempre ajudou na hora de investigar o caso” diz Almeida.

Geralmente,as denúncias são feitas por pessoas que conhecem ou tem uma certa proximidade com as vítimas que são abusadas sexualmente.Na maioria dos casos o agressor é punido e afastado dessa criança, “mas já aconteceu sim de o pedófilo continuar no mesmo ambiente tendo contato com a vítima”, informa Almeida.

 

Serviços para denunciar abuso infantil:

Disk 100 (Disque Direitos Humanos)

197 Polícia Civil

127 Ministério Público