Quem vai de táxi? Usuários e taxistas avaliam a categoria

Apesar da concorrência, táxi ainda é opção viável

Sabryna Santiago

Seja por conforto, por pressa ou outra necessidade, os táxis são uma opção de transporte a mais para a população. Imperatriz tem uma frota de 637 táxis que trabalham em mais de 19 postos, segundo a Secretaria Municipal de Trânsito de Imperatriz (Setran). Os valores da corrida variam com base no taxímetro a partir de 4,92. Paula Neiva e Pedro Lima são exemplos de pessoas que adotaram o táxi como meio de transporte para o dia a dia. Eles explicam quais fatores levam em conta na hora da escolha.

A utilização do táxi como transporte, já é algo cotidiano entre algumas pessoas, como a comerciante Paula Neiva, que usa o serviço três vezes por semana. “Não tenho carro por escolha, acredito que se eu tivesse gastaria muito com manutenção e combustível. Para mim, o táxi é mais vantajoso. Não conheço muitos adeptos, acho que os imperatrizenses não têm o hábito de pegar táxi”, declara a usuária.

O aposentado Pedro Lima, 83 anos, apela aos táxis para ir a consultas médicas ou à casa de algum parente e elogia o estado da frota imperatrizense. “Antes os carros eram mais velhos, não tinham nem ar-condicionado. Mas, hoje, percebo que são mais novos e conservados”, avalia.

Um dos pontos de táxis mais antigo é o localizado na Praça de Fátima, no centro da cidade, na rua Simplício Moreira com a avenida Getúlio Vargas. Em meio ao vai e vem da população, eles ficam à sombra das árvores, esperando o próximo passageiro. Enquanto uns permanecem silenciosos e pensativos, sentados em bancos e na expectativa, outros preferem se distrair com as gargalhadas, batendo papo entre si. E lá está Reginaldo Ribeiro, que acaba de chegar de uma corrida, com o semblante animado.

“Procuro ter um diferencial com o meu cliente. Além da gentileza e agilidade, que são os itens principais, tento manter uma conversa com o passageiro no caminho, isso torna agradável. Também atendo por meio de aplicativos de táxi como o 99”, afirma.

Concorrência 

Com a chegada do aplicativo Uber, os taxistas sustentam a ideia de que os serviços prestados por esta nova opção de transporte desrespeitam os seus direitos enquanto categoria profissional, já que o Uber não é submetido a impostos como a categoria dos taxistas. Razão pela qual entendem que existe uma “concorrência desleal”, entre os serviços prestados pela categoria e os oferecidos pelo aplicativo. “Existe o táxi convencional que somos nós, também o táxi lotação que é ilegal e agora o tal do Uber, que diminuiu a procura dos passageiros pelo  nosso serviço. Digamos que acabou com tudo, já tive clientes fixos que nem usam mais nosso transporte”, reclama José Lima de 42 anos, que é taxista há 11.

Há quem acredite que o mercado de transporte individual de passageiros foi dominado por anos pelos taxistas, que a concorrência chegou para estimular a inovação e o progresso na prestação de serviços. “Como a única opção era o táxi, eles se acomodaram na prestação desse serviço. E os valores cobrados sempre foram altos, por falta de concorrência, não eram estimulados a inovar ou melhorar seu trabalho”, opina a autônoma Aline Cristina Mota, que utiliza eventualmente os dois serviços.

A Câmara Municipal de Imperatriz aprovou no dia 19 de junho deste ano a lei que regulamenta o transporte de passageiros oferecidos por meio de plataformas digitais, com intuito de dar mais segurança aos passageiros, diminuir a clandestinidade e estimular um ambiente saudável de competitividade. A frota de Uber deverá corresponde a 50% da quantidade de táxis presentes na cidade. Os motoristas de aplicativos agora deverão cumprir uma série de exigências, como apresentar certidão negativa de antecedentes criminais e possuir Carteira Nacional de Habilitação na categoria B ou superior que contenha a informação de que exerce atividade remunerada.

No entanto, a liberdade de escolha do consumidor torna-se o fator primordial, pois o usuário pode escolher, dependendo do que procura: conforto, agilidade, melhor preço, privacidade, se quer pagar em dinheiro ou não, entre outras preferências do passageiro. Assim, ambos os concorrentes são estimulados a oferecerem um serviço de qualidade.