Falta de lixeiras em locais públicos gera acúmulo de sujeira nas ruas e calçadas de Imperatriz

 

Texto de Poliana Castro e Rafaela Pinheiro

Pauteiro: Maria Francineide Carvalho

Fotos: Poliana Castro e Rafaela Pinheiro

 

A falta de lixeiras e coletores em alguns locais públicos da cidade gera sujeiras nas ruas e acumulo de lixo nas calçadas. Atualmente, são coletadas em Imperatriz 320 mil toneladas de lixo por dia. Isso significa que um imperatrizenses produz 1,2 quilos de lixo por dia, segundo a Associação dos Catadores de Resíduos Sólido de Imperatriz (Ascamari). Boa parte da razão deste acúmulo é por conta da falta de lixeiras em locais de grande fluxo de pessoas, como a Feirinha do bairro Bacuri, o Mercadinho e Avenida Getúlio Vargas, por exemplo.

Feirantes acumulam restos de lixo nas esquinas por falta de local adequado

Na Feirinha do bairro Bacuri, o lixo produzido é jogado no outro lado da rua, na calçada da antiga fábrica de leite. Ali são descartados restos de verduras, carnes e ossos, caixas, madeiras e outros tipos de lixo. Esse acúmulo de lixo na calçada impede que o pedestre transite livremente no local. Outra consequência do lixo é o forte odor, que incomoda os lojistas e atrapalha as vendas dos feirantes. A vendedora Maria dos Desterros, 73 anos, trabalha na feirinha há 36 anos e sempre reclama. “Um fedor danado! A gente só trabalha assim porque é o jeito”, declara ela.

Outro local que enfrenta o mesmo problema é o Mercado Vicente Fitz ou “Mercadinho”. De grande fluxo de pessoas todos os dias,o espaço sofre com a falta lixeiras e coletores para guardar o lixo produzido no local. Não havendo um espaço para descarte, os vendedores jogam os resíduos no chão ou guardam em sacolas, deixando-os encostados em portes, para o carro de lixo pegar quando passar. A dona de casa Eureini Feitosa, 31 anos, frequentadora do Mercadinho, diz que o lixo espalhado pelo local incomoda muito. “Só jogam o lixo no meio da rua mesmo. Tem vezes que a catinga é enorme aqui. O cheiro incomoda”, garante ela.

A vendedora de frutas no Mercadinho, Neide Santo, comenta que muito da desorganização também é culpa das pessoas. “No tempo do prefeito Madeira aqui tinha lixeiras, mas mesmo assim as pessoas jogavam o lixo no chão”, afirma. E comenta: “Aqui as pessoas jogam o lixo no chão mesmo. Mesmo quando tinha lixeiras eles jogavam no chão. Tem é que multar essas pessoas, porque só entendem quando dói no bolso”.

Acumulação do lixo em locais inapropriados

 Na Avenida Getúlio Vargas não há lixeiras também, apenas no calçadão, que possui 22 lixeiras em uso e cinco desgastadas. Sem local para jogar o lixo, comerciantes e pedestres colocam o lixo na sacola, quando não jogam no chão. Entretanto, isso não é o maior problema, como relata o vendedor de Lanches Luís Carlos, 43 anos. “O problema é a falta de conscientização da população em não jogar o lixo no chão”, conta ele.

Secretária do meio ambiente

Segundo a Secretária do Meio Ambiente, Rosa Arruda Coelho, a Prefeitura sabe que estão faltando bastante lixeiras na cidade, porém, ela acredita que não é somente a falta de lixeiras que gera acumulo de lixo, pois em lugares que tem, a população não utiliza. “Se você passar ali no lado da rodoviária velha em frente a BR, ali na parada de ônibus que tem lixeira, vai ver que o chão lá está tudo sujo. E tem mais uma lixeira lá na parada e duas caixas coletoras, uma no canto outra na outra. Pois é. Não é a falta de lixeira”, argumenta.

Sobre a falta de lixeiras na Feirinha do Bacuri, Rosa diz que já estão sendo colocados os coletores de lixo e afirma que Educação Ambiental esteve no local várias vezes conversando com os feirantes sobre não jogar lixo no chão. “Ali naquela feirinha do Bacuri, a equipe já esteve lá. Já perdi até as contas das vezes que a educação ambiental esteve lá, conversando com o pessoal. É difícil, mas não iremos desistir de fazer campanhas educativas”, revela ela.

Rosa fala que jogar lixo no chão é crime ambiental. A pessoa que for flagrada cometendo esse crime responderá criminalmente. “Essa multa, o mínimo é R$ 5 mil para quem lança resíduos”, diz ela. E informa como denunciar pessoas que estiverem infringindo a lei. “Tira foto e envia para a SEMMARH, e identifica a pessoa que está fazendo aquilo. Então você tem que conscientizar e identificar a pessoa”, explica Rosa.

 Coleta de lixo 

Prefeitura diz que mesmo onde há lixeiras, restos são colocados no chão

Atualmente, ainda não está havendo a coleta seletiva por caminhões na cidade, apenas coleta de materiais recicláveis. Que passam todos os dias na Avenida Getúlio Vargas e na Dorgival, recolhendo o papelão e os plásticos das Avenidas, que segundo Rosa são recolhidos 1,7 quilos de plástico diariamente. Para esse trabalho, funcionam dois caminhões específicos para esse tipo de lixo. Um começa a coletar das 7 horas às 13 horas. O Segundo, de 13 horas às 19 horas. Esse material para a Ascamari, que segundo eles, ficam apenas com 1% do lixo reciclável.

Sobre a coleta seletiva, Rosa afirma que o funcionamento está previsto para o final de junho deste ano. “Aí sim, com ele vai ser definido rota, pontos de coleta e periodicidade, né. Então a gente quer implantar assim: no dia que for rodar o carro do lixo comum, que são os lixos orgânicos, vai ser determinado dia da semana. A coleta seletiva é feita em outro dia e em outro horário”, adianta.

Problemas provocados pelo lixo

Jogar lixo na rua e depositar em lugares inadequados ocasiona vários problemas para o meio ambiente e para a saúde da população, pois atrai infestação de insetos, como moscas, baratas, e animais, ratos e urubus. Esses insetos pousam no lixo, depois pousam nos alimentos e podem transmitir doenças para a população, como afirma o Biólogo Hildeberto Júnior. “As moscas podem pousar nos lixos acumulados de forma indevida e logo depois podem pousar em alimentos, causando diarreia”, diz ele. Outra doença é a Leptospirose, transmitida pela urina do rato.

Além disso, outro problema relacionado ao lixo é o entupimento de bueiros, que em época de chuva transborda e causa alagamento. Também cresce a possibilidade de a população contrair doenças, por consequentemente ter contato com água contaminada. Para evitar doenças e entupimento de bueiros, é o descarte correto do lixo. Separando cada lixo em recipiente correto, separando orgânico de sólido, e lixos que podem ser reciclados. Somente a Educação Ambiental pode evitar os transtornos ocasionados pelo lixo jogado em local inapropriado.

 

Saiba mais

Contato para denunciar crimes Ambientais:

SEMMARH – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Telefone: (99) 99218-4275